Casamento Relâmpago Provocativo: O Poderoso Magnata que a Mima Loucamente romance Capítulo 543

Carolina franziu as sobrancelhas e questionou:

- Você sabe qual foi a pergunta que mais me atormentou durante minha infância?

Henrique, surpreso, perguntou:

- Qual?

- Por que eu tinha que compartilhar um pai com a Beatriz? - Ela caminhou até a janela, observando as estrelas, com uma voz suave que parecia transportar sua alma para um passado distante.

A indiferença de Antônio, o assédio de Beatriz, a falsidade de Mariana.

Tudo isso ainda estava vivo em sua memória.

Será que seu filho teria o mesmo destino que o dela?

Henrique, perturbado, a envolveu em seus braços:

- Podemos esconder a verdade da criança.

Carolina se desvencilhou e o encarou:

- E se não dissermos, ele jamais saberá?

- Ele eventualmente iria descobrir. Paola poderia muito bem contar tudo para ele, já que ela perdeu a oportunidade de criar a criança.

Se Paola fosse inocente e não tivesse cometido aqueles atos desprezíveis, talvez ele deixasse a criança com ela.

Mas Paola não merecia criar seu filho.

- Isso é só o que você acha.

- Posso assegurar que ele não vai te desobedecer, nem maltratar nossos filhos.

- Mas eu não quero! - Carolina abaixou os olhos, desanimada. - Não quero ser madrasta de ninguém.

Henrique sentiu uma tensão na têmpora:

Ódio!

No testamento, o sentimento que Henrique mais captou, foi ódio.

O ódio do pai contra os inimigos, o ódio pela perda da mãe, e acima de tudo, o ódio pela própria impotência.

Mas Henrique sabia que seu pai não era esse tipo de pessoa, e muito menos um covarde.

Ele tinha muitas preocupações, sendo a principal delas o próprio Henrique.

- Sr. Rodrigo sempre evitou me mostrar este testamento, não por medo de eu desdenhar do meu pai, mas por temer que, ao conhecer a verdade, eu quisesse vingar meu pai! Meu pai não ousou agir livremente por minha causa, foi por mim que ele se viu acorrentado, vivendo em uma prisão autoimposta, incapaz de se libertar, foi por mim que ele optou pelo suicídio.

Henrique segurava o testamento com força, os olhos vermelhos e a voz embargada.

O ódio expresso no testamento era, na verdade, seu amor por ele.

Por amar demais Henrique, o pai não conseguiu se vingar e, por causa dele, viveu negando a si mesmo, até optar por encerrar sua própria vida.