Case-se comigo romance Capítulo 57

JORDAN

-O que eu acabei de fazer?- Eu me questionei, irritado comigo mesmo.

-O que eu estava pensando mentindo para ela assim?- Suspirei pesadamente e olhei para cima, onde ela estava sentada à mesa de jantar. Seus olhos encontraram os meus, cheios de suspeita, e, como tenho feito nos últimos dias, desviei o olhar.

Havia algo naqueles olhos azuis dela, eles pareciam tão puros, expressavam suas emoções mais profundas. Se você olhar com atenção suficiente, saberá o que ela sente a cada momento. Eles refletem seus sentimentos e penetram na alma de quem ela está encarando.

Por vários dias, a culpa tem sido a única coisa que me consome. Descobri que minha namorada realmente a sequestrou, como ela vinha dizendo o tempo todo, e não sabia o que fazer. Eu não queria mandar Samantha para a prisão, e também queria justiça para Genesis. Mas minha incapacidade de decidir o que fazer como homem me fez sentir tão culpado que nem conseguia chegar perto dela. Lembro-me das vezes em que não acreditava em nada do que ela dizia contra Samantha, até mesmo a machuquei nessas ocasiões, e acabou que ela estava dizendo a verdade. Tudo o que ela já disse acabou sendo verdade. E quando penso na revelação de Ava, as coisas só pioram e o pensamento de como a tratei me faz sentir como um animal.

Jordan Chase, o desejo de todas as mulheres. Eu nunca machuquei uma mulher da maneira como a machuquei em todas as oportunidades que tive, porque a considerava uma mentirosa, uma interesseira e uma manipuladora, quando na verdade ela não era nada disso. Até agora, ela provou não ser nada disso. Eu sabia que precisava pedir desculpas, mas o que uma desculpa faria naquele momento? Não apagaria todas as coisas que eu disse e fiz a ela. Eu estava lentamente perdendo a cabeça com tanta culpa, e a única razão pela qual eu ainda estava são o suficiente era porque a evitava como se ela fosse uma doença. Eu a observava pelos guardas e pelas empregadas, e muitas vezes a observava de longe. Mas eu nunca, nunca me aproximava, tinha muito medo, muita culpa para chegar perto dela.

Mas naquela noite fatídica, tive que falar com ela pessoalmente, já que ela não estava comendo. Eu estava preocupado que ela estivesse com dor ou pensamentos. Eu estava apenas preocupado o suficiente para ir até ela com minha consciência me consumindo por dentro. Então o guarda nos informou sobre os convidados. Meu coração disparou quando pensei em Samantha. Eu estava com medo de que eles descobrissem a verdade e tivessem vindo atrás dela, mas acabou que não. Por mais feliz e aliviado que eu estivesse, também estava triste e com raiva porque Genesis estava triste, ela queria justiça sozinha e parecia que estávamos nos unindo contra ela.

Aquelas palavras simplesmente saíram da minha boca. Eu não tinha ideia de que mentiria para ela por causa desse caso, mas fiz isso apenas para proteger Samantha de sua ira. Mais uma vez, estava cometendo erros e acumulando mais culpa sobre mim mesmo.

Eu nem conseguia olhar para ela quando sabia que me tornei um cúmplice em seu caso criminal mentindo para ela daquela maneira. Sentia vergonha de mim mesmo, mas o que eu deveria fazer? Quem em sã consciência mandaria sua amante para a prisão?

A comida já não tinha um sabor tão bom. Nada tinha um bom sabor para mim, e o jeito que ela me olhava. A suspeita em seus olhos tornava tudo ainda mais desconfortável.

-Terminei aqui-, me ouvi dizendo e me levantei de onde estava.

-Mas você nem tocou na sua comida-, Genesis entrou e olhei para o meu prato. Ela estava certa, eu não tinha tocado na minha comida.

-Estou exausto. Vou apenas me refrescar no meu quarto-, disse rapidamente e, sem olhar para ela, saí.

GENESIS

Vesti meu robe noturno e sentei na cama. Meus pensamentos estavam no que aconteceu mais cedo. Mais uma vez, Samantha estava livre como se nunca tivesse existido. Eu não tinha ideia de como ela estava conseguindo, mas ela sempre escapava e isso estava me esgotando. Ela fez coisas erradas e precisava ser punida. Passei por muitas coisas nas mãos daqueles homens e daquele que ela plantou em nossa casa, passei por coisas demais para que ela simplesmente andasse livremente, como se nada tivesse acontecido. Ela pode voltar atrás, ela pode ter um castigo melhor, eu não estava segura com ela em minha casa, mas ninguém estava vendo isso. Até mesmo a lei se cansou do caso.

Gemi alto quando pensei no que o detetive disse. Isso me deixou com raiva novamente, mas ao mesmo tempo, meus pensamentos foram para Jordan e a atitude suspeita que ele vinha demonstrando ultimamente. Senti que algo estava errado e tudo tinha a ver com o meu caso. E ao mesmo tempo, eu esperava que ele não estivesse mentindo para mim. Eu esperava que não. Eu queria que ele estivesse livre de quaisquer acusações e não queria odiá-lo tanto quanto odeio sua namorada, se minha suspeita se mostrasse correta.

Ele poderia ter facilmente mentido para mim. Ele poderia estar encobrindo Samantha. Ou ele poderia ser o mentor ou ele pode estar me dizendo a verdade. Seja qual for a verdade, eu só precisava descobrir e tirar Samantha do meu caminho e da minha vida de uma vez por todas.

Pensar nisso me deixava tão inquieta e inquieta. Tive que pegar meu telefone e ligar para uma pessoa, a única que o conhecia, apenas para aliviar o estresse em minha mente.

-Digamos que eu saiba quem é o culpado. Descobri quem é o mentor por trás do sequestro dela-, ele disse ao telefone e ficou em silêncio enquanto meu coração acelerava. Por um tempo, ele não disse mais nada, nem uma palavra.

-Não estou disposto a deixar Sam ir para a prisão por um erro estúpido que ela cometeu. Eu vou resolver isso, apenas deixe tudo para lá.

Meu coração afundou com aquelas palavras. Elas atingiram como uma faca no meu peito porque eu estava apenas começando a conhecê-lo e confiar nele. Me senti traída, ele estava agindo como se quisesse justiça para mim, ele disse que queria justiça para mim e até me jurou que Samantha não era a responsável por tudo. Enquanto na verdade, tudo era uma mentira e ele estava apenas encobrindo-a.

Ele mentiu para mim e isso dói. Mas com essa dor veio a raiva, a fúria e o incômodo. Me vi cerrando os punhos quando ele largou o telefone e se virou. Seus olhos se arregalaram quando me viu.

-Gênesis...- Ele chamou e se aproximou de mim. Então ele abriu a porta mais amplamente e ficou na minha frente enquanto eu o encarava. Assim como todas as vezes em que ele havia mentido, ele não conseguia me encarar, mesmo enquanto tentava formular palavras para falar.

-Eu estou...

Paaa...

Minhas mãos pousaram em suas bochechas e meu corpo tremia miseravelmente. Eu não disse nada a ele, não tinha nada a dizer a ele. Apenas me virei e voltei para o meu quarto. Então peguei minha bolsa e comecei a arrumar minhas coisas.

Eu estava acabada.