Case-se comigo romance Capítulo 61

JORDAN

-Jordan...- Ouvi a voz de Samantha vindo da porta do nosso quarto e desviei o olhar do meu telefone, me virei para a porta. Ela estava colocando a cabeça pela porta como se tivesse medo de entrar. Suspirei profundamente, não conseguia ficar com raiva dela por tanto tempo. Com a cabeça, a incentivei a entrar. Ela entrou de forma cética e me olhou nervosamente. Mas ela ficou a certa distância de mim, como se tivesse medo de que eu a machucasse. Eu não a culpava, eu estava fazendo isso há um tempo porque ela estava me deixando muito chateado. Lembrei-me de como ela havia falado com os Connors, também lembrei-me de como eles me encararam e das coisas que minha sogra havia dito. Minhas palavras estavam machucando muito ela.

A filha deles estava vivendo na minha casa e fazendo todos acreditarem que sua vida era perfeita. Todos pensavam que ela era feliz e eu acreditava que ela preferiria assim, porque assim seus pais não se preocupariam com ela. Eu acreditava que isso era o que ela queria e estava disposto a rejeitar Samantha ali mesmo, estava disposto a mentir e fingir apenas para encobrir o que a filha deles gostaria, mas Samantha estragou tudo e eles me odiavam por isso. Mesmo quando ela recusou minha primeira proposta de casamento, nunca fiquei com raiva dela como fiquei hoje. Ela ultrapassou um limite e estava ultrapassando muitos.

-Você tem algo para me dizer?- perguntei a ela.

-Você vai trazê-la de volta?- ela perguntou com um tom muito baixo.

-Sim-, respondi secamente.

-Você não quer mais se casar comigo?- ela perguntou.

-Claro que quero.

-Então por que você não se livra dela? Você não vê que essa é uma oportunidade?

-Oportunidade para quê?- gritei com o pensamento de como ela estava sem remorso. Ela se virou para longe de mim e não disse nada. Eu estava em uma situação difícil, isso teria sido uma oportunidade de fazer com que ela vivesse minha vida como eu queria desde o início. Mas não se tratava mais de mim ou de Samantha. Era sobre a mulher que eu machuquei porque estava com raiva, era sobre a mulher que deveria estar sob meus cuidados. Ela não fez nada de errado desde o começo e estava simplesmente presa. Sentia que deveria ter feito melhor e não queria deixá-la com pensamentos tão terríveis sobre mim.

-Quero corrigir o erro que cometemos com ela. E se isso significa que terei que ficar mais tempo com ela, então ficarei.- disse por último a Samantha antes de me levantar de onde estava sentado. Me virei para a porta com apenas um lugar em mente, o apartamento onde Genesis estava escondida.

-Você não pode fazer isso?- Samantha seguiu atrás de mim.

-O que aconteceria comigo, você não me ama mais?- ela continuou perguntando com a voz quebrando a cada momento, enquanto me seguia.

-Jordan... por favor,- ela soluçou e segurou meu braço para que eu parasse. Me virei para ela e a expressão que ela tinha no rosto... ela tinha lágrimas nos olhos e vê-la daquele jeito sempre me machucava. Mas eu tinha tomado minha decisão.

-Sam... talvez não sejam exatamente cinco anos-, disse em um tom reconfortante.

-Você não precisa trazê-la de volta, por favor, pense nisso, por favor,

-Não há nada para pensar, Samantha. Você a machucou, eu a machuquei e ela não fez nada de errado desde o começo.

-Não, não diga isso. Ela fez errado, ela se casou com você e fez você se casar com ela fingindo ser eu-, ela gritou.

-Não, ela não fez. Ela nunca fingiu ser eu, eu interpretei tudo errado.

-Não a defenda dessa maneira, ela te roubou de mim-, ela continuou com os olhos arregalados.

-Ela não fez isso.- gritei com ela. Foi uma decisão que eu tomei, foi um sacrifício que eu estava disposto a fazer e esperava que ela entendesse de onde eu vinha. Samantha me olhou com os olhos arregalados e lágrimas escorrendo pelo rosto.

-Você ainda me tem, e não vai me perder. Você só precisa esperar alguns anos até encontrarmos algo adequado.- disse e me aproximei dela, mas ela se afastou de mim.

-Se você me ama, Jordan, você não tomará esse tipo de decisão-, ela cuspiu na minha cara. Franzi a testa para ela por um tempo e só queria sair, então me virei.

-Me diga, você me ama?- ela gritou quando eu estava prestes a sair e parei no lugar.

-Não ouse questionar o amor que sinto por você-, gritei e apontei o dedo para ela.

-Você recusou minha proposta uma vez, lembra, você disse não para mim, mas eu fiquei paciente. Eu esperei por você e enviei outra proposta para você. Eu te trouxe para minha casa conjugal contra o desejo da minha mãe e fiquei ao seu lado. A única razão pela qual estamos nessa confusão é porque você a sequestrou. Estamos nessa confusão porque estou encobrindo você. Todos os sacrifícios que estou fazendo são por você e somente por você. Nunca questione os sentimentos que tenho por você.- gritei e saí.

Me virei para a entrada da porta, meu coração afundou e meu passo diminuiu quando vi meu pai e minha mãe entrando. Ver minha mãe era tolerável, ela podia ser uma praga, mas era a única pessoa próxima de mim, mas meu pai. Não.

Engoli o nó que apareceu de repente na minha garganta e me aproximei deles. Encontrei os olhos dele com os meus. Seu olhar estava forte em mim, frio e zangado, mas eu não recuei. Parei quando estava em pé bem na frente dos dois. Seu olhar ficou ainda mais intenso e, como sempre, desafiamos um ao outro, esperando que o homem mais fraco recuasse. O homem mais fraco certamente não era eu. O concurso de olhares continuou por um tempo, e nenhum de nós desviou o olhar nem disse nada ao outro.

-Vocês dois vão parar com isso?- Minha mãe rosnou de onde estava ao lado do meu pai. Sua voz me fez querer recuar e acabar com isso de uma vez, mas não havia como eu recuar, especialmente quando se tratava do ex-presidente.

-Eu disse para pararem...- Minha mãe gritou e segurou o queixo do meu pai, fazendo-o se virar para ela. Com isso, desviei o olhar e me virei para minha mãe, ela estava olhando fixamente para o meu pai como nunca tinha visto antes.

-O que vocês dois querem?- perguntei secamente para os dois e passei por eles e saí de casa.

-Para onde diabos você pensa que está indo?- A voz da minha mãe seguiu atrás de mim enquanto eu ia em direção ao meu carro.

-Para buscar a Genesis-, simplesmente respondi.

-Jordan Chase, um fraco-, meu pai soltou e me fez cerrar os punhos.

-O que você faria quando a visse, imploraria assim como você continuou suplicando?- ele zombou, mas eu não lhe dei resposta. Ele sempre me via como um homem fraco, alguém que não podia ser um homem ou tomar decisões por si próprio, e é exatamente por isso que eu nunca quis dar a ele a chance de me ver fraco.

-É ótimo que você vá buscá-la, Jordan. Já passou da hora de resolver tudo isso-, minha mãe entrou, tentando me fazer sentir melhor e encobrir meu pai.

-E se ela recusar o grande Jordan Chase?- Meu pai perguntou com dureza ao mesmo tempo em que parei em frente ao carro. Resistir à vontade de me virar para ele e dizer qualquer coisa. Sua mera presença já estava fazendo tanto.

-Não importa, eu vou com você para resolver as coisas-, ele acrescentou. Virei rapidamente para ele com essas palavras, mas ele já estava caminhando em direção ao carro. Olhei fixamente para ele, queria socar seu rosto ou ter uma arma apontada para a cabeça dele, mas ele era meu pai e tinha certos poderes.

-Jordan...- Minha mãe me chamou e, relutantemente, me virei para ela.

-Está tudo bem, querido-, ela disse e usou as mãos para acariciar minhas bochechas. Surpreendentemente, relaxei sob seu toque.

-Apenas vá buscá-la-, ela encorajou e sorriu para mim.

GÊNESIS