Case-se comigo romance Capítulo 81

GÊNESIS

O sono estava longe de mim, não importa o quanto eu tentasse. Eu rolava de um lado para o outro na cama, forçando-me a fechar os olhos, mas não importava o quão apertado eu os fechasse, o sono nunca vinha. Então, desisti e decidi ler um livro. Ainda tinha alguns que não tinha terminado e, como estava completamente desempregada naquele momento, escolhi um livro. Virando para a página em que parei na minha última leitura, continuei. A mansão estava muito quieta, como sempre era durante a noite, e por algum motivo meus pensamentos voltaram para as noites terríveis que tive. Imagens de um homem com uma faca entrando no meu quarto surgiram na minha mente e eu rapidamente fechei o livro. Fiquei olhando para a porta e levantei de onde estava sentada. Virando em direção a ela, certifiquei-me de que a porta estava trancada e então voltei para a cama. Peguei o livro novamente e continuei de onde parei.

As palavras pareciam menores e as frases de repente não faziam mais sentido para mim. Eu tive que ler um parágrafo duas vezes porque simplesmente não estava entendendo mais. Era tudo culpa do Jordan. Fechei o livro e gemi alto antes de deitar de costas. Ainda estava tão brava com ele e comigo mesma. Se ele estivesse de volta, eu não me sentiria mais tão insegura ou brava e não pensaria nele da maneira como estava pensando, mas porque ele decidiu me mostrar que ele não passava de um bastardo pretensioso, minha mente não conseguia descansar. Mas ainda era tão doloroso, doía muito porque eu tinha esperado demais. Comecei a voar antes mesmo de aprender a andar e foi isso que eu ganhei, bati com força em uma parede e foi mais doloroso.

Suspirando alto, virei e deitei de lado, imaginando o que havia dado errado quando tivemos um dia tão maravilhoso. Mas assim que pensei nisso, mentalmente me dei um tapa e decidi parar de sonhar. Talvez eu não tivesse minha própria história de Cinderela, eu deveria apenas ser a Gênesis que todos queriam e garantir que ninguém me enganasse novamente.

Pensar que eu achava que tinha o homem perfeito. Se eu alguma vez quisesse uma história de Cinderela, teria sido com o Nate. Sorri tristemente para mim mesma. Eu não tinha pensado nele por um tempo, nem me incomodei em entrar em contato com ele depois do meu terrível término. Eu não o amava tão profundamente quanto ele me amava, mas tínhamos algo e ele era meu príncipe perfeito. Logo antes de Leona arruinar tudo. Mas não havia necessidade de chorar pelo leite derramado, ela ajudou minha irmãzinha afinal.

-Gênesis-, uma batida forte veio na porta e eu me assustei e me sentei na cama.

-Gênesis, você está acordada?- A voz do Jordan veio novamente e por um momento meu coração disparou. Aquela esperança que continua me impulsionando, encontrou lentamente seu caminho de volta ao meu coração, mas tão rapidamente, eu a desliguei e zombei. Ele segurou a maçaneta da porta e tentou abri-la, mas como estava trancada, ele voltou a bater.

-Olha, você pode abrir a porta?

-Eu sei que você está acordada-, ele continuou e eu suspirei. Uma parte de mim queria ignorá-lo e dormir. Éramos estranhos vivendo na mesma casa e não machucaria continuar vivendo dessa maneira, mas outra parte queria ouvir o que ele tinha a dizer. Essa era a parte estúpida de mim.

Decidindo que não queria me machucar novamente, decidi optar pela opção mais sensata. Caminhei até a cama e me joguei nela, depois apaguei a luz e cobri meu corpo com um cobertor, permitindo que ele fizesse o que quisesse. Ele continuou batendo e chamando meu nome, mas eu não disse uma única palavra. Até que ele ficou cansado e foi embora.

Quando parei de ouvir sua voz, suspirei profundamente e fechei os olhos. E, felizmente, o sono veio.

Não por muito tempo, porém. Porque meu estômago começou a doer mais tarde, tive que abrir os olhos e rolar na cama. Sentei-me e segurei meu estômago, logo antes de ouvi-lo roncar para mim. Eu não jantei, mas estava esperando que as frutas que comi mais cedo segurassem, agora que não seguravam, eu tinha que comer. A fome podia ser cruel.

Levantando da cama, virei para a porta e desci para a cozinha. O silêncio habitual me atingiu e por um momento, pensei em todas as vezes que sempre descia porque não conseguia dormir. Lembrando que o Jordan estava nessas memórias, eu o afastei da minha mente e me concentrei em pegar algo para comer. A cozinha estava escura, pois as luzes estavam apagadas, então eu dei passos cuidadosos e estiquei as mãos no ar e ao meu redor até encontrar a parede. Lembrei onde estava o interruptor e tentei encontrar o caminho até ele. Mas de repente, a luz voltou e meu coração disparou. A dor familiar no meu peito voltou, mais forte, como um golpe, tirou meu fôlego e achei difícil respirar. Sem pensar em quem acendeu a luz, fui ao chão de joelhos e coloquei a mão no peito. Esfreguei minhas mãos ao redor da área do meu peito em movimentos circulares e tentei me concentrar em respirar, respirações profundas.

-Gênesis...- uma voz familiar veio e logo mãos fortes me seguraram. O cheiro de sândalo, forte e reconfortante. Jordan se agachou bem na minha frente enquanto esfregava os dois lados dos meus braços em um gesto reconfortante.

-Respire-, ele sussurrou.

-Eu não queria te assustar.

-Apenas respire, o máximo que puder.- Ele continuou enquanto sua mão ia e vinha nos meus braços. Lentamente, a tensão diminuiu e minha respiração voltou até que eu estivesse completamente inteira novamente. Então eu me virei para ele e afastei suas mãos do meu corpo, antes de me levantar. Fui até a geladeira e peguei uma garrafa de água, então a bebi enquanto meus olhos percorriam a geladeira em busca de algo comestível. Não encontrei nada e foi quando soube que cereal seria a melhor opção.

Fechando a geladeira, virei-me para o armário. Eu podia sentir sua presença na cozinha e podia sentir seus olhos em mim como um predador, mas o ignorei. Fiquei na ponta dos pés e tentei chegar ao armário, então senti o vestido que eu usava roçar nas minhas coxas. Rapidamente, deixei minhas mãos caírem e fiquei realmente consciente do que estava vestindo e ouvi Jordan rir.

-O armário não está tão alto, você pode alcançá-lo como as outras mulheres desta casa. Apenas fique na ponta dos pés-, ele provocou. Eu me virei para ele, ele tinha um sorriso no rosto e eu o encarei, não achando engraçado que ele achasse minha situação engraçada. Sem mencionar que eu ainda estava irritada e decepcionada com ele.

-Gênesis-, ele parou de sorrir com meu olhar. Sua voz ficou baixa e ele deu passos em minha direção. Desconfortável com sua mudança de tom e expressão, dei um passo para trás. Ele viu minhas ações e parou imediatamente, então passou a mão pela cabeça.

-Eu só vim comer algo, por favor....

-Eu sei, eu fiquei aqui a noite toda, esperando por você-, ele interrompeu. Eu zombei disso e revirei os olhos. Seria essa outra brincadeira dele?

-Eu não pretendia chegar em casa tão tarde-, ele continuou, sua voz ficando mais baixa e diferente. Eu quase queria acreditar no que ele tinha a dizer, mas uma voz na minha cabeça me disse para não ser estúpida.