Chamas da Paixão romance Capítulo 10

Do lado oposto do condomínio, havia um banco. Jane caminhou rapidamente até lá e encontrou um caixa eletrônico. Ao inserir o cartão na máquina e olhar para o valor exibido na tela, ela mordeu o lábio e tomou a decisão de retirar dois mil reais. Esse dinheiro representava uma grande parte de suas economias, já que ela sempre havia vivido frugalmente, economizando sempre que podia. Mas agora, ela não tinha escolha, precisava fugir da cidade.

Com o dinheiro em mãos, ela saiu do banco e acenou para um táxi na rua.

- Motorista, me leve para... - foi só após entrar no táxi que Jane percebeu que, apesar de estar desesperada para fugir, não sabia para onde ir. O mundo era grande demais e não havia nenhum lugar para ela se esconder. Ela caiu em tristeza e desespero.

- Para onde? - o motorista do táxi perguntou em um tom impaciente.

Para onde... Jane ficou perplexa. De repente, ela percebeu que o mundo era tão grande, mas ela não tinha para onde ir.

- Vamos ou não? Se não, desça do carro, tenho que pegar outro passageiro. - disse o motorista carrancudo. Que azar! Seu primeiro passageiro do dia era uma monga!

- Desculpe, ainda não decidi para onde ir. - disse Jane calmamente. Enfrentando o motorista rude e impaciente, ela não reagiu, nem sequer se defendeu. Até pediu desculpas humildemente, parecendo muito fraca.

Quanto mais fraco alguém se faz, mais fácil era ser intimidado. Vendo como Jane era fraca, o motorista do táxi ficou ainda mais convencido. Ele resolveu descarregar toda a raiva por ter perdido dinheiro em jogos de azar naquele dia nela.

Então, ele apontou o dedo para o rosto de Jane e começou a xingá-la:

-Sua vagabunda! Você não sabe o que quer? Só me parou para zoar com a minha cara? Seus pais não te deram educação nenhuma? Desça do carro agora mesmo, você está me atrasando. Que azar! Como pude ser tão azarado para encontrar alguém como você hoje?

Jane foi xingada sem dó. Não era que ela não tivesse temperamento, mas... Depois de três anos de prisão, ela perdeu todo o temperamento que tinha.

Com os cílios baixos, ela levantou a cabeça e pediu desculpas em voz baixa:

- Desculpe, eu vou descer do carro agora mesmo. - na verdade, ela só queria que o motorista do táxi lhe desse um ou dois minutos para pensar para onde ir.

Porém, o motorista parecia não se importar muito com ela. Ele já dirigiu por mais de uma década, mas nunca encontrou um passageiro tão submisso quanto Jane. O motorista viu que a porta do carro de Jane estava se abrindo um pouco devagar e de repente levantou a mão em direção a Jane...

- Não me bata! Eu estou saindo imediatamente. – gritou Jane. O motorista ficou olhando atordoado para a mulher no banco do passageiro que segurava o braço na frente do rosto e gritava em pânico. - Ah! Não me bata!

- Você está louca? Eu só vou abrir a porta do carro! Não vou bater em você. Hoje encontrei uma mulher maluca, que azar. - dizendo isso, o motorista abriu a porta do carro. - Saia logo!

O motorista, talvez por estar incomodado por ter perdido dinheiro, ou talvez por achar que poderia abusar de Jane sem sofrer consequências, foi ainda mais rude com ela, chegando a dizer coisas como “-saia logo”. daqui-.

Jane tinha problemas de mobilidade e saiu do carro lentamente, o que fez motorista a xingar outra vez:

- Anda logo! Você é aleijada, por acaso?

Jane ficou chocada e, em seguida, levantou a cabeça muito seriamente e olhou para o motorista, corrigindo-o:

- Eu só tenho dificuldades para me mover, não sou aleijada.

O motorista ficou surpreso com a sua resposta.

- Eu acho que você é maluca! - após xingá-la, ele a expulsou. -Vá embora logo, não passe o seu azar para mim. Não é de se admirar que as coisas estejam dando errado para mim hoje, até perdi nos jogos.

Isso era realmente culpar os outros por seus próprios erros.

Nessa hora, o motorista agarrou o pulso de Jane com uma mão e estendeu a outra, dizendo:

- Me dê.

Jane perguntou sem entender:

- O que você quer?

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