Eles saíram do Clube Internacional do Imperador e foram comer algo na rua.
No mercado noturno, Xavier levava-a pela mão, atravessando a multidão.
Por todos os lados, olhares curiosos e cochichos ainda os cercavam.
- Para onde vamos agora? Este caminho não nos leva de volta ao Clube Internacional do Imperador.
Xavier direcionou seu Maserati para uma estrada diferente.
- Você saberá quando chegarmos lá.
- O combinado não foi apenas jantar?
- Depois do jantar, é claro que temos que caminhar um pouco...
Quem acreditou naquilo, foi ingênuo. Xavier pensava consigo internamente.
O carro subiu para um viaduto, Jane ficou um pouco ansiosa:
- Onde estamos indo?
...
No entanto, Jane percebeu que Xavier não queria falar. Por mais que ela perguntasse, ele não a responderia.
Então, ela se virou para olhar a paisagem pela janela do carro.
- Chegamos.
Quando o carro parou, Jane arregalou os olhos...
- Um parque de diversões?
- Sim, eu quero me divertir, e você vem comigo.
Xavier, com as mãos na cintura, falou sem nenhum arrependimento:
- Um homem maduro, rico, bonito, culto e sábio como eu, não pode esperar na fila por tanto tempo como os outros. Como poderia mostrar meu charme, se não alugando o lugar inteiro?
A cabeça de Jane estava um caos, ela olhava estupidamente para Xavier ao longe...
Ela nunca imaginaria que Xavier poderia dizer algo tão descarado.
Rico e bonito, ela concordava.
Culto e sábio... talvez também fosse.
Mas um homem maduro brincaria em um parque de diversões?
Além disso... alguém poderia explicá-la... o que um lugar reservado teria a ver com o charme?
Sem perceber, Jane expressou suas dúvidas.
O belo rosto de Xavier estagnou por um momento, e em um piscar de olhos, voltou a ser descarado:
- Você assiste TV? Na televisão, os executivos têm seguranças para esvaziar o local onde estão, é comum ouvir ‘o nosso chefe reservou este lugar, por favor, esvazie’, certo? Estou errado? Estou? Estou certo! Certo? Estou certo, não é! E a protagonista, como ela reagiria? Ela cobriria o rosto com as mãos, olhando adoravelmente para ele. Isso não ressaltaria que ele teria um charme especial?
O chefe que não fecha um lugar não é um homem bom!
Se Jane ainda fosse a mesma de três anos atrás, provavelmente estaria rindo tanto que rolaria no chão.
De onde Xavier teria tirado essa teoria mirabolante? Seria o efeito das novelas da geração?
Quando Jane ainda estava piscando, olhando estupidamente para Xavier, Xavier começou sua performance novamente, fez um punho, fingiu tossir duas vezes e disse:
- Jane, o que você está esperando?
- O quê?
Jane não entendeu o que ele estava tentando dizer.
Olhando para ela, uma pitada de insatisfação apareceu entre as sobrancelhas dele.
- É a sua vez!
- O quê?
- Cobra o rosto, me admire! Onde está a sua admiração? Onde estão seus olhinhos admiradores?
- Maldição, de onde veio esse idiota?
Se Jane ainda fosse a mesma de três anos atrás, certamente responderia assim!
Mas ela não era.
Então, ela só olhava para Xavier com uma expressão estranha...
- O que você tem assistido na televisão recentemente?
- Jane, eu não me importo, você tem que fazer isso agora! Cubra o rosto, seja tímida! Me adore. Jane! Eu sou Deus! Você faz o que Deus lhe manda! Jane, você vai fazer... Se não fizer, vou reclamar com o seu chefe.
- ...
No final, sob a insistência de Xavier, Jane relutantemente estendeu as mãos, cobriu seu rosto corado e olhando para ele com adoração:
- Assim está bom?
- Não se mexa, isso, mantenha a pose.
Um vento passou, Xavier, com a maior rapidez, tirou o telefone do bolso, e rapidamente se posicionou atrás de Jane, abraçou-a com um braço. Acendeu o flash da câmera e tirou uma foto dos dois, ele abraçando ela e ela cobrindo o rosto com vergonha.
- Vamos, vamos entrar.
Xavier, de bom humor, pegou a mão de Jane e começou a caminhar em direção ao parque.
Jane parecia um pouco desconfortável...
- Sr. Xavier, isso é uma violação do meu direito de imagem. Eu exijo veementemente que você apague a foto.
- Por quê?
- É a minha foto, eu não te dei permissão para tirá-la.
- É uma foto que eu tirei com o meu próprio esforço, por que eu precisaria da sua permissão?
Naquele momento, Xavier deixou Jane fervendo de raiva, a ira provocava coceira em seus dentes!
Como pode haver uma pessoa tão descarada no mundo!
- Você vai apagar ou não?
- Não.
- Isso não é certo.
- Então me processa.
Jane ouvia o homem à sua frente, sentindo como se estivesse batendo a cabeça num monte de algodão.
A vontade de lutar que emanava de todo o seu ser se esvaiu.
Finalmente, ela se rendeu:
- Mas você não pode mostrar a ninguém.
O homem à sua frente, com um sorriso vitorioso no canto da boca, concordou:
- Tudo bem. Prometo não mostrar a ninguém.
Jane esqueceu como esse homem a enganou para sair do Clube Internacional do Imperador, e como ele a enganou para ir a este parque de diversões depois de um lanche noturno.
Xavier estava de ótimo humor:
- Tem carrinhos de bate-bate aqui, vamos andar um pouco.
- Eu não quero...
- Mas eu não vou facilitar, não pense que por ser uma garota, vou pegar leve com você.
- ...Não precisa pegar leve. Quem se importa se você vai pegar leve ou não?
...
- Ali, carrossel, vamos, vamos andar no carrossel.
- Isso é brincadeira de criança...
- Você tem medo de andar? Até mesmo um carrossel te assusta, você não tem vergonha? Eu percebi quando estávamos no carrinho de bate-bate, você realmente é só fala e não faz.
- Eu ando. Quem tem medo de andar em de carrossel?
...
- Pesca, pescar peixinhos.
- Eu não vou...
- Você não gosta de carrinhos de bate-bate, tem medo de carrossel, não me diga que não sabe pescar um peixinho?
- Sr. Xavier, vamos ver quem pesca mais peixes.
...
- Montanha-russa... vamos esquecer a montanha-russa, não tem graça nenhuma. Não é tão emocionante quanto eu mesmo dirigindo meu carro. Vamos, não vamos brincar nisso.
- Sr. Xavier, você está com medo?
- Quem disse que estou com medo? Isso é coisa de criança, não tem nada de divertido. Vamos para o labirinto, pode ser?
- Vamos embora, não olhe mais, eu te levo de volta para o dormitório.
Sem perguntar a opinião de Jane, Xavier a pegou pelo braço e começou a caminhar em direção ao seu Maserati.
- Só precisa me levar de volta ao Clube Internacional do Imperador.
- De volta ao Clube Internacional do Imperador? Você sabe que horas são?
Com esse lembrete, Jane percebeu o quão tarde era.
Xavier levou Jane até a entrada do prédio do dormitório, puxou Jane para mais perto, seu toque quente tocou a testa dela. Como se tivesse sido queimada, ela rapidamente se esquivou, abriu a porta do carro e saiu correndo.
A cabeça de Xavier espiava pela janela do carro:
- Jane, da próxima vez, vamos andar na roda-gigante.
À frente, ela tremeu um pouco... Ele viu! Ele viu o desejo nos olhos dela, a vontade de andar na roda-gigante do parque.
Jane não se virou, sua garganta estava um pouco áspera, a voz rouca finalmente perguntou lentamente:
- Sr. Xavier, foi você que quis ir ao parque de diversões hoje, ou você percebeu que eu queria ir?
Se Xavier tivesse visto ela parando o casal de bicicleta no dia anterior, talvez ele, sendo tão astuto e inteligente, tivesse adivinhado...
A voz de Xavier soou surpresa:
- Você é muito narcisista, é claro que eu queria ir.
Jane suspirou de alívio e disse boa noite.
Sem mais hesitações, ela correu para cima.
Xavier olhou a imagem de Jane desaparecendo na entrada do prédio, ele pegou o celular, abriu a galeria, todas as fotos eram de Jane, sorrindo e se divertindo.
Seu lábio fino se curvou, um sorriso brilhou em seus olhos... desde que ela pudesse sorrir felizmente, era melhor. Só ele sabia o quanto detestava ir a parques de diversões.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chamas da Paixão