Chamas da Paixão romance Capítulo 146

As coisas não foram tão simples quanto demitir uma recepcionista. Ao longo do dia, Jane estava tão cansada que quase desmaiou, mas não se permitiu mostrar nenhum sinal de fraqueza.

Ninguém sabia que no momento em que entrou no escritório do presidente, ela quase fugiu de medo. Mas ela se disse: "Não posso fugir". Ela teve que enfrentar, teve que superar tudo, não importa o que ela sofreu na prisão nos últimos três anos, não importa se sua personalidade foi distorcida naqueles três anos, ou se aqueles três anos já haviam tirado dela a dignidade de se manter de cabeça erguida diante dos outros. A partir daquele dia, ela teve que endireitar suas costas, superar seus medos, até não ter mais do que se envergonhar diante de seu avô ou de sua própria consciência.

O que Jane não sabia era que aquele homem que ela considerava frio e desprovido de humanidade, depois de dirigir para fora do prédio, voltou e estacionou novamente embaixo do prédio. Enquanto isso, a voz de Jane soou dentro do carro, e naquele momento, Jane estava negociando com os altos executivos da família Pereira.

Tudo o que Jane dizia e fazia no prédio estava sendo transmitido simultaneamente para Rafael. Ouvindo a coragem da mulher em enfrentar as dificuldades durante as negociações, mesmo depois de ter sido isolada da sociedade por três anos, suas sólidas habilidades básicas a mantiveram no páreo.

Ouvindo, Rafael não pôde deixar de sentir admiração pela severa educação que Jorge, já falecido, havia dado a Jane. Ele próprio nasceu na família Gomes e sabia muito bem que, mesmo para um homem, chegar ao nível de Jane exigia um esforço que não poderia ser explicado em poucas palavras.

Ele de repente se lembrou de algo que essa mulher havia lhe dito no seu aniversário de dezenove anos: "Todas as coisas e conquistas relacionadas à sorte são ou destinadas pelo céu, ou o resultado de esforços invisíveis para os outros".

Naquela época, ele não deu muita importância a isso, mas agora, ouvindo as razões de Jane e as táticas incisivas ao falar ao telefone com Michel, a compreensão daquela frase tornou-se mais profunda.

- Jane. Você está indo muito bem. - Olhando para a porta aberta da 'Fundação só amor', a voz profunda de Rafael ecoou, cheia de orgulho, orgulho por Jane.

Ele ligou o carro, pisou no acelerador, e o carro saiu elegantemente em direção à estrada... A realidade provou que ela não precisava da ajuda barata dele, ela também poderia fazer isso sozinha.

Jane ficou em pé na frente da sala de reuniões, com as mãos apoiadas na mesa, e seu olhar passou por cada um dos executivos. Ela sabia que havia tido sucesso.

- Agora que todos vocês concordam com minha visão, então, vamos trabalhar. - Ela anunciou o fim da reunião, e quando a sala de conferências estava vazia, exceto por ela e Michel, finalmente suas pernas fraquejaram e ela desabou no chão.

Michel se apressou em ajudá-la:

- Sra. Jane, você está bem?

Quando Michel estendeu a mão para ajudar Jane, ele se assustou:

- Sra. Jane, suas costas estão completamente molhadas de suor. Devo pedir à secretária para comprar um novo conjunto e trazer para você?

- Não se atreva! - Jane rapidamente interrompeu Michel com um olhar severo.

Michel estava confuso:

- Mas suas roupas?

Jane olhou para Michel e balançou a cabeça:

- Se você for, as pessoas vão suspeitar que minha autoconfiança e autoridade são fingimento.

Ela olhou profundamente para Michel e disse:

- Então todos os meus esforços terão sido em vão.

Michel ficou sem palavras, não sabendo o que dizer.

Quem disse que a Sra. Jane era medrosa e fraca? Quem disse que ela, depois de sair da prisão, era tão humilde que era desprezível? Todos eram cegos!

Michel viu com seus próprios olhos como esta mulher, que mal conseguia andar, enfrentou sozinha todas as maquinações e hostilidades dos executivos, dominando a todos com sua presença, mesmo sendo tão frágil.

Jane respirou fundo, recuperando um pouco de cor no rosto. Ela se apoiou no chão, suportando a dor em sua cintura e pernas para se levantar.