Chamas da Paixão romance Capítulo 232

Na pequena cidade, a maioria dos homens de Rafael ainda permaneciam, mas o próprio grande chefe já tinha deixado o lugar havia tempos.

Ao longo do caminho, o semblante aparentemente calmo do homem revelava uma beleza nobre, sua inquietação só podia ser percebida ocasionalmente pelo punho firmemente cerrado.

Tiago observava tudo isso.

Estendendo a mão, ele deu um tapa confortador na mão do amigo ao seu lado:

- Fique tranquilo.

Era claro, era apenas uma piada.

O carro seguia distanciando-se, guiado pelo GPS, em direção ao "Passado", adentrando os limites de Lagoa de B, seguindo cada vez mais para o interior.

Tiago franziu a testa:

- Será que pegamos o caminho errado?

O lugar mais propício para abrir uma hospedaria era onde havia muitas pessoas e agitação.

- Não, não erramos.

Ao seu lado, o homem deu uma risadinha. No entanto, o riso não conseguiu esconder o sarcasmo:

- Não se esqueça de como ela fugiu da última vez.

Tiago ficou em silêncio. Como ela tinha fugido da última vez?

Eles estavam indo de um lugar a outro, toda vez que tinham uma pista dela, eles corriam sem hesitar para esse lugar.

O que eles sempre encontravam era uma desilusão com um lugar vazio.

- Graças àquela caixa cheia de joias.

Rafael esboçou um sorriso nos lábios finos:

- Ela andou de leste a oeste, de sul a norte. Com apenas essa caixa de joias, ela conseguiu passar por uma dúzia de lugares pelo país, vendendo as joias em todas as direções. Tiago, você acha que essa foi apenas uma ideia espontânea que ela teve para escapar?

"Claro que não."

Tiago entendeu no fundo, mas disse:

- Ela é tão inteligente, talvez fosse um plano de última hora.

Ela encolheu o corpo, tentando se esconder o máximo possível sob a cobertura fina.

Alguns segundos depois, algo foi adicionado a ela, acrescentando algum peso.

Um calor humano começou a penetrar nela.

A mulher na espreguiçadeira subitamente se espichou. Aquele cheiro familiar, mas por tanto tempo ausente. Nicotina misturada com um toque de menta, se infiltrava sutilmente em suas narinas.

A mão escondida sob o cobertor abriu desamparadamente, agarrando a esteira de bambu embaixo dela. Os cílios tremiam cada vez mais rápido, ela se recusava inconscientemente a abrir os olhos, mordendo o lábio com força.

Claramente, os cílios trêmulos se umedeceram, e uma fina camada de umidade se formou nos cantos dos olhos fechados. No final, ela estava com medo, não era?

A pessoa por trás dela viu tudo, seus olhos negros eram profundos como um poço. Este olhar parecia penetrar até a medula, aliviando uma ferida que doía havia tanto tempo.

Ele estava de pé atrás da espreguiçadeira dela, inclinou-se e beijou os lábios que ela mordia firmemente.

Esse beijo preencheu o vazio em seu coração.

- É tão bom... Encontrei você. - O homem suspirou levemente, fechando os olhos com satisfação.