Chamas da Paixão romance Capítulo 234

Havia um par de olhos, da raiva, passando pela impotência, até o ciúme. Esse era Nuno.

Ele estava parado bem ali, na escada.

Ao ver Rafael, ele desceu correndo, querendo impedir tudo que imaginava que estava prestes a acontecer. Mas a partir do momento em que viu a vida retornar aos olhos daquela mulher, não conseguia mover suas pernas.

Antes disso, independentemente de como ele se comportava, queira flertando ou sendo cuidadoso, mesmo com beijos, ela não respondia.

Ele viu com seus próprios olhos aquela mulher, que antes parecia um lago morto, "voltar à vida" no instante em que Rafael chegou.

Ele não estava disposto!

Não estava disposto a ser apenas um espectador!

Mas quando ela, parecendo louca, começou a jogar coisas em Rafael, ele sentiu que, se interviesse naquele momento, não estaria ajudando, mas sim interrompendo a explosão de emoções que ela acumulava havia três anos.

A fúria dela parecia loucura, mas isso não era uma confirmação de que "ela ainda estava viva"?

- Quer jogar mais alguma coisa? Eu pego para você. - Rafael disse.

Um sorriso cruel cruzou o belo rosto de Nuno. Ele bufou friamente, deu meia volta e pegou uma vassoura.

- Não se preocupe, Presidente Gomes, vou te ajudar.

Ao ver Nuno se aproximando, Michel tentou detê-lo.

O assistente de Nuno, um cara grande, bloqueou Michel.

Rafael olhou na direção do som e imediatamente estreitou os olhos:

- Nuno.

- Presidente Gomes, o que você está tentando fazer? Assustando a proprietária do hotel desta maneira? Você realmente é intimidante.

Ele enfiou uma mão no bolso, levantou a vassoura com a outra, e parou a um metro da mulher que ainda estava agachada no chão, emocionada, e empurrou a vassoura em direção a ela:

- Aqui está, madame.

Ela olhou para a vassoura à sua frente, sem entender.

"Por que você me deu uma vassoura?"

Por um momento, ela não entendeu.

Ela olhou para cima, de Nuno para a vassoura, com uma expressão de perplexidade em seu rosto.

Ele deu um sorriso discreto:

- Senhora, a vassoura é sua.

Ele então apontou para Rafael:

- Expulse-o.

- Jane e eu nos conhecemos por acaso, nos tornamos amigos na pequena cidade e fizemos nossos votos de amor em Lagoa de B. Está com ciúmes?

Ela foi pega pelo pescoço, tentou lutar, mas o homem ao seu lado se inclinou e sussurrou em seu ouvido em um tom que só os dois podiam ouvir:

- Não se mexa, se você não quiser continuar sendo importunada por ele, então termine essa peça comigo.

Com certeza, a mulher em seus braços parou de lutar. Um leve sorriso apareceu no rosto de Nuno, que então provocou Rafael.

Rafael estava cerrando os dentes, fazendo um esforço hercúleo para conter o impulso de dar um soco em Nuno. Seus olhos estreitos pareciam cheios de sentimentos e dor indescritíveis.

- Isso é verdade?

Embora estivesse claramente tremendo de raiva, ele ainda olhava para a mulher nos braços de outro homem e perguntava com toda a seriedade:

- Jane, o que ele disse... É verdade?

- Importa se é verdade?

Ela falou e virou a cabeça. Ela não queria ver aqueles olhos de novo, aqueles olhos profundos, cheios de amor e dor. Quem ela estava enganando?

O amor e a dor de Rafael nunca foram para ela!

De repente, Rafael riu, mas havia um frio mortal em seus olhos:

- Nuno! Você está pedindo para morrer!