Chamas da Paixão romance Capítulo 289

Jane chegou ao seu prédio residencial, exausta, mas não estacionou na garagem subterrânea como de costume. Sentada no carro, relutante em sair, ela abaixou as janelas e olhou para cima.

O apartamento estava iluminado.

Antes da chegada de Rafael, muitas vezes ficava escuro. Agora, as luzes brilhantes indicavam que alguém estava em casa esperando por ela.

Mas, por que ela resistia tanto?

O dia foi caótico, entre Cain e André, de um "campo de batalha" para outro. Casa, o lugar mais privado, ela não estava ansiosa para voltar.

Durante o dia, Tiago veio para buscar a chave, não disse uma palavra, pegou a chave e foi embora. Isso a fez sentir que ela não era boa o suficiente, que não poderia acomodar nem um menino de oito anos de idade com a mente simples.

O toque do celular soou abruptamente na quietude do carro.

Ela atendeu.

- Vem tomar um drink, eu tomo álcool, você toma água.

Ao ouvir essa voz familiar, Jane, inconscientemente, relaxou a tensão e um sorriso alegre iluminou seu rosto pequeno:

- Claro. O local de sempre?

- Sim, o local de sempre. Estou te esperando.

Depois da ligação, Jane largou o telefone, desligou a chave do carro, hesitou por um momento, e mais uma vez olhou para a janela iluminada no andar de cima.

Ela apertou os lábios e pisou no acelerador..."Não deveria ser fraca, não deveria ser fraca, Rafael está em casa, ele não vai se perder."

Ela estacionou em frente a um clube privado e foi conduzida por um atendente para uma sala elegante.

- Vem, senta, temos um café fresquinho.

- Cristina, você é muito atenciosa. Sabe que eu gosto disso.

Jane, sem cerimônia, entrou na sala, largou a bolsa, tirou o casaco e se sentou.

- Como anda a mulher de negócios mais ocupada e poderosa?

Cristina disse, enquanto servia café para Jane.

Jane sorriu:

- Cristina, diga o que quer dizer. Não gosto quando você me chama de "mulher de negócios ocupada e poderosa".

- Tudo bem, tudo bem, não vou mais te zoar.

Cristina disse diretamente:

- Ouvi falar de uma coisa.

- Diga.

- Você se lembra de Xavier?

Jane baixou os olhos e disse sem expressão:

- O Xavier do Grupo Henrique, certo?

Cristina, sendo quem era, entendeu imediatamente pelo tom de Jane que ela não estava disposta a mencionar Xavier.

Realmente, o incidente de anos atrás ainda era uma "farpa".

- Sim, ele mesmo. Ele tem aparecido frequentemente em eventos de entretenimento.

Antes de Cristina terminar, Jane disse suavemente:

- Xavier sempre foi um playboy. Não é surpreendente que ele esteja fazendo isso.

Cristina, ouvindo isso, seus olhos se moveram e ela adivinhou os pensamentos de Jane em um segundo, e deu uma risada suave:

- Então você está claramente desinformada.

Cristina girou levemente a taça de vinho em sua mão, produzindo um som duvidoso:

- Olha, Presidenta Jane, você é a presidenta de uma empresa de capital aberto, e você está seriamente desinformada. Isso não é bom.

Jane não respondeu, continuou bebendo o café, esperando que Cristina continuasse.

Cristina não fez mais perguntas, depois de uma breve pausa, ela disse:

- Jane, só quero te dizer. Nuno não é uma boa pessoa. Xavier nunca gostou de Nuno. Todo mundo na Cidade S sabe que Xavier e Nuno não se dão bem, eles se detestam. O chefe realmente não apareceu em público por um bom tempo.

A pálpebra de Jane pulou, uma pitada de cautela em seus olhos, ela olhou para Cristina..."Até Cristina começou a perceber que algo estava errado, e Sandro? Aquela velha raposa astuta, provavelmente já está suspeitando."

Ela olhou profundamente para Cristina novamente, mas Cristina mudou de assunto neste momento:

- O chefe salvou minha vida.

Ela deu uma risada leve, entrelaçou as mãos e as colocou sobre a mesa, parecendo um pouco perdida enquanto pensava no passado:

- O chefe me deu uma nova vida, eu, Cristina, não sou ingrata. Jane, antes de te conhecer, nunca desobedeci a nenhuma palavra ou ordem do chefe, exceto quando se tratava de você, quando eu fingi obedecer. Sabe por quê?

- Cristina, você me disse uma vez que eu pareço com você quando era mais jovem.

Os lábios de Cristina se curvaram em um sorriso amargo:

- Sim, você é como eu era, mais do que ajudar você, estou me ajudando. Ao te ajudar, parece que estou ajudando minha versão mais jovem, mesmo que eu saiba claramente que nada do que faço agora pode mudar o que aconteceu...Jane, eu espero que você seja feliz. Assim como eu gostaria de ter sido feliz naquela época.

Jane nunca viu esse lado triste de Cristina, e sentiu uma dor aguda.

- Na verdade, o chefe se importa muito com você, ele só não entende o que é amor, o que é...

- Cristina!

Jane interrompeu Cristina abruptamente, apertando a xícara de café em sua mão:

- Se você me convidou aqui hoje para uma conversa casual e um café, agradeço. Além disso, não quero ouvir o resto.

Jane estava pálida, com uma dor intensa em seus olhos:

- Ele é a "tempestade" da minha vida. Amar ele foi o início do meu erro, eu o amei demais, e por isso arrisquei minha vida.

Jane ergueu a cabeça abruptamente, os olhos cheios de lágrimas:

- Cristina, arrisquei minha vida, isso não é suficiente?