Chamas da Paixão romance Capítulo 54

O título "BOSS" podia ser um enigma para a Gerente Costa, mas ela sabe que a força por trás do impenetrável Clube Internacional, do Imperador na Cidade S, é uma figura de poder inimaginável. E agora, Cristina está lhe dizendo que essa mesma figura enigmática foi quem salvou Jane.

"BOSS" era apenas um apelido para o generoso benfeitor invisível.

Costa caiu de bunda no chão, com as pernas bambas, o zumbido preenchendo sua cabeça. Cristina não revelou tudo, mas já foi suficiente para ela compreender certas coisas. Seu cérebro estava em tumulto, mas, num instante de lucidez, Costa levantou-se abruptamente e disse:

- Eu não estava a par do paradeiro de Jane hoje, Cristina. Espere um momento enquanto eu verifico.

Ela tinha certeza de que alguém havia convocado Jane.

Se soubesse antes da relação obscura entre a humilde Jane e o BOSS, ela não teria sido tão dura com ela... Afinal, ela não estava procurando pela morte.

Cristina estava desconfiada. Ela conhecia bem Costa. Ela não mentiria assim.

Se não foi Costa quem arranjou, quem convocou Jane? Costa saiu apressado e, encontrando alguém, perguntou:

- Onde ela está?

- Quem?

- Jane! Onde ela está?

- No vestiário. Gerente Costa, você está procurando por Jane...

Antes de terminar, Costa saiu como um vendaval.

...

- O que Jane fez desta vez para mobilizar Cristina e fazer com que a Gerente Costa fosse procurá-la pessoalmente?

- Por que você se importa?

- Você tem razão.

Com essas palavras indo e vindo, Costa, como um tornado, entrou no vestiário.

- Jane, você...

Acostumada com seu jeito brusco de falar com Jane, ela repentinamente lembrou das palavras de Cristina, tossiu com embaraço e suavizou seu tom:

- Você está bem?

Jane estava confusa. Desde quando Costa começou a se importar com ela?

- Estou bem.

- Eu queria perguntar sobre o incidente no camarote VIP no sexto andar, hoje.

Jane engoliu em seco.

- Não se preocupe. - Disse Costa em tom tranquilizador. - Eu só queria saber por que você estava no camarote do sexto andar hoje, se eu não tinha designado você para lá.

Enquanto fazia a pergunta, Costa pensava consigo mesmo: "Ela não teria sido seduzida pelo dinheiro, teria?". Afinal, todos no Clube Internacional do Imperador sabiam do que Jane era capaz, quando se tratava de dinheiro. Sem nenhum escrúpulo, ela poderia até se colocar em risco por causa dele.

- Alguém veio me buscar - Jane respondeu, sem pensar muito. Ela pensou que Costa só estava fazendo uma pergunta de rotina, considerando que ela havia ido para o camarote VIP do sexto andar sem sua permissão.

Costa franziu as sobrancelhas.

- Quem?

Ela olhou fixamente para Jane, seus olhos afiados como lâminas.

- Não sei, deve ter sido pedido de um cliente. Eles especificamente pediram para eu ir.

- Entendi, e havia funcionários presentes quando você chegou no camarote? - Costa, como uma veterana, imediatamente identificou a questão crucial.

- Luísa...

Jane tinha começado a dizer "Luísa", mas parou abruptamente. Ela não era tola. Depois de revisar a conversa de Costa duas vezes, ela percebeu que ela não estava apenas fazendo uma verificação de rotina, ela estava sondando-a por informações.

Ela apertou os lábios. Embora não gostasse de Luísa, não queria se envolver em fofocas nas costas dos outros.

- Quem? - Costa perguntou novamente.

Olhando fixamente para Jane à sua frente, a pessoa, entretanto, permaneceu em silêncio, sem dizer uma palavra. A resignação cruzou o olhar da Gerente Costa, que olhou para Jane novamente, dando um tapinha em seu ombro:

- Então descanse bem...

Subitamente, os olhos da Gerente Costa se arregalaram, pousando na roupa que Jane usava. Ela estava tão ansiosa antes, apenas querendo pressionar Jane para obter respostas, que não notou o que Jane estava vestindo.

Agora, o olhar da Gerente Costa se fixou na roupa de Jane. Embora Jane tivesse colocado a ponta da camisa dentro das calças e, embora as calças de moletom fossem neutras, adequadas para homens e mulheres, ainda era possível ver um vestígio de roupas masculinas.

- Vamos conversar sobre o seu problema mais tarde, tenho outros assuntos para tratar agora.

Com essa declaração, Gerente Costa suspirou aliviado. Se havia uma conversa para depois, isso significava que ainda havia espaço para discussão. Se não houvesse margem para mudança, então não haveria necessidade de continuar a conversa.

Cristina se apressou para seu próprio escritório.

Gabriel estava sentado em seu escritório esperando por ela.

O departamento de pessoas foi rápido, e quando Cristina voltou para o escritório, o e-mail acabara de chegar.

Abrindo as informações, ela as mostrou, uma a uma, para Gabriel:

- Olhe atentamente, essa pessoa, não pode ficar. Os funcionários do Clube Internacional do Imperador podem ser um pouco mesquinhos, mas se tiverem a intenção de prejudicar os outros, eles não devem permanecer.

Gabriel folheou as informações e, de repente, a mão que segurava o mouse parou:

- É ela!

- Luísa?

Cristina olhou para as informações de Luísa na tela, a foto dela estava bem na frente dos seus olhos, e então Cristina riu:

- Eu não deveria ter sido tão mole.

Ela se virou abruptamente para Gabriel:

- Foi o Boss que te pediu para investigar o que aconteceu na sala do sexto andar hoje, certo? Então, toda essa rodada que dei, poderia ser considerada como um favor que fiz a você?

Gabriel não negou:

- Cristina, você realmente entende o Boss.

- Não é que eu entenda o Boss, é que eu percebi que o Boss trata Jane de maneira diferente.

Gabriel achou isso irritante. Xaviana era a verdadeira jóia no coração do Boss, o que Jane tinha a ver com isso?

- Há algumas coisas que você não sabe, então não deve expressar opiniões precipitadamente.

Cristina riu indiferentemente. Não era ela que estava sendo presunçosa, era Gabriel.