Chamas da Paixão romance Capítulo 74

Jane foi arrastada à força por Xavier.

O som vibrante da rua movimentada atingia seus ouvidos, com vendedores de barracas gritando de vez em quando. Xavier estava segurando a mão dela. Ela não estava acostumada a ser conduzida dessa forma, mas parecia que ele possuía uma teimosia inabalável. Ela tentou se esquivar algumas vezes sob pretextos variados, mas Xavier apenas ria e retomava sua mão.

Nesse momento, vagando pela rua movimentada, o aroma tentador de alimentos enchia o ar.

Jane caminhava devagar e Xavier não a pressionava.

Ela olhou para cima, para o homem à sua frente segurando sua mão, para a sua figura forte e esbelta... Xavier não a apressou para caminhar mais rápido, mas ela viu que, sem dizer uma palavra, ele havia ajustado seu próprio ritmo ao dela.

A rua estava lotada, ainda mais por ser fim de semana, e casais estavam por todos os lados.

Em meio à multidão, um homem bonito conduzia uma mulher de aparência comum, movendo-se lentamente.

Já era uma combinação que chamava atenção.

Jane, instintivamente, queria evitar os olhares que a avaliavam... Ela odiava esses olhares.

“Por favor, podem parar de olhar?”

“Por favor, podem parar de olhar para mim com esses olhos?”

Esses olhares pareciam querer penetrar sua carne, alcançar seus ossos.

“Por favor...”

- Me solte! Me solte! - Ela lutava freneticamente para se libertar. - Presidente Xavier, por favor, solte minha mão! Por favor!

A rudeza em sua voz carregava um rugido abafado, como se estivesse usando toda a sua força. Seu pulso já estava vermelho pela sua luta.

- Por favor... - Sua voz, depois de rugir até a exaustão, revelava um pedido silencioso.

Ela olhou para Xavier, que também virou a cabeça para olhar para ela. De repente, Xavier soltou sua mão. Antes que Jane pudesse respirar aliviada, Xavier agarrou firmemente sua mão novamente, desta vez mais forte do que antes. A mão de Xavier transmitia uma força masculina.

- Não tenha medo, quem eles pensam que são?

Enquanto falava, Xavier puxou Jane para mais perto de si. No momento seguinte, ele a abraçou firmemente, olhou em volta e desafiou:

- O que estão olhando? Nunca viram um casal apaixonado passeando?

Os olhares curiosos ao redor se recolheram depois da repreensão de Xavier.

- Vamos, vamos comer.

Com isso, Xavier guiou Jane, quase a arrastando, para um beco próximo.

No beco, havia uma lanchonete. O lugar não era tão refinado quanto os estabelecimentos na rua principal, parecia até um pouco antiquado. Xavier praticamente carregou Jane para dentro do local.

- Senhor, dois lanches, por favor.

- Ah, Xavinho, como você encontrou tempo para vir hoje?

O dono era um homem, na casa dos cinquenta anos, com cabelos grisalhos, mas com um sorriso caloroso no rosto. Ao ver Xavier entrar, ele prontamente interrompeu o que estava fazendo, limpou as mãos em seu avental e serviu água quente para Xavier e Jane.

- Quem é esta?

- Sou amiga dele. - Disse Jane.

Xavier sorriu:

- Namorada. - E olhou para o dono do restaurante. – Tio Zé, minha namorada é bonita, não é?

Jane ficou paralisada... Namorada?

Ela olhou para Xavier meio confusa, enquanto ele conversava alegremente com o amigável dono do restaurante.

- Tio Zé, não acredite no que ele diz...

- A moça é bonita, os traços são bem proporcionais, só está muito magra. - Disse o tio Zé.

Jane parou mais uma vez, ela olhou para o homem, confusa. De onde ele tirou a ideia de que seus traços eram proporcionais?

Se isso fosse três anos atrás, Jane teria sido considerada bela, mas agora, ela parecia muito mais envelhecida.

- Xavinho, vou preparar os lanches.

- Bobagem, eu realmente não sou a namorada dele...

Jane realmente queria explicar, mas quando a pessoa se afastou, ela ficou atordoada por um bom tempo...

- Ooooi? Você gosta tanto assim de ficar distraída?

Na sua orelha, uma voz masculina zombava em um tom agradável. Jane voltou à realidade, olhando para o rosto bonito do rapaz à sua frente, sentindo uma estranha sensação inundando seu coração, então ela murmurou de forma estranha:

- Xavinho?

O movimento brincalhão da mão de Xavier parou no ar, as orelhas repentinamente ficaram vermelhas e ele se apressou em se explicar:

- Não escute o que o tio Zé disse, quando eu era pequeno, minha família não me permitia comer lanches, eles controlavam rigorosamente minha alimentação, por isso eu adorava vir aqui, secretamente para comer um lanche rápido. Eu te digo, o lanche rápido daqui é uma receita que passou do avô a ele, nenhum outro lugar é tão bom quanto este.

- Xavinho. - Os olhos de Jane revelaram um sorriso, naquele momento, ela tinha um toque de inocência que tinha há três anos.

Xavier, da orelha ao pescoço, ficou envergonhado:

- O tio é mais velho, você não. Não imite o tio, me chame apenas de Xavier.

Jane ficou indiferente, dois pratos de lanche quentes foram servidos.

- Coma enquanto está quente, se não for suficiente, eu trago mais para vocês. - O tio Zé ainda instruiu Xavier. - Deixe sua namorada comer mais, ela é tão magra, como você tem cuidado dela, hein?

- Eu realmente não sou a namorada dele...

- Sim, sim, sim. - Xavier interrompeu Jane, sorrindo e deixando o tio ir embora. – Tio Zé, você pode ir cuidar das suas coisas, eu e minha namorada estamos bem, o senhor ainda quer ficar de vela aqui?

- Vá para o inferno, moleque impertinente. - O tio Zé saiu rindo.

Jane olhou para Xavier:

- Por que você está enganando o tio? Eu realmente não sou sua namorada.

Xavier, com os talheres na mão, passou um par para Jane e disse:

- Quem disse que estou enganando o tio? - Então, subitamente levantou a cabeça. - Jane, considere ser minha namorada.

Muito chocante!

Muito de repente!

Os ouvidos de Jane zuniam, ela olhou para Xavier com um olhar vazio...

- Sr. Xavier, o que você acabou de... Dizer?

Ela sentiu algo quente na mão, e então ouviu Xavier dizer:

- Eu disse, você quer ser minha namorada? Podemos tentar.

Jane rapidamente puxou a mão de volta e respondeu, sem hesitar:

- Sr. Xavier, o lanche esfriou, e... Não faça essa piada novamente.

- Eu não estava brincando...

- Você estava! - Jane de repente olhou para ele, zangada. - Você só poderia estar brincando, Sr. Xavier!

- Eu... - Xavier queria dizer algo, mas sua voz parou de repente, ele olhou para Jane na sua frente, por um momento, suspirou. - Você está certa, eu estava brincando. O lanche vai esfriar, coma logo.

Ela era tão teimosa, a dor que piscou em seus olhos, não escapou da observação aguçada de Xavier.

Depois de um tempo, ele disse:

- Você não come cebola?

Xavier levantou a cabeça e viu que Jane, mesmo tentando ser discreta, estava evitando a cebola. Sem dizer uma palavra, Xavier estendeu o braço, pegou o prato de Jane e a trouxe para si.

Dessa vez, Jane ficou realmente surpresa. O homem à sua frente, com movimentos ágeis, transferiu todas as cebolas seu prato para o dele, dizendo:

- Eu adoro cebolas.

Jane ainda olhava atordoada para o lanche que havia sido devolvido à sua frente, onde não se podia encontrar nenhum vestígio de cebola.

Depois que terminaram de comer, Xavier segurou a mão de Jane novamente. Ele andava na frente dela, a uma distância de meio braço, segurando a mão dela e navegando pela multidão, ocasionalmente falando com Jane, que estava meio passo atrás dele, sobre suas travessuras de infância.

Atrás dele, o olhar de Jane estava preso nas mãos entrelaçadas dos dois. Ela estava completamente atordoada, deixando o homem à frente guiá-la pela multidão.

- Você... Você não tem vergonha? - De repente, ela perguntou.

- Por que a vergonha?

Jane abriu a boca, e demorou um tempo até conseguir dizer com dificuldade:

- Porque sou uma piada.

- Uma piada traz alegria para as pessoas, é uma energia positiva. Por que eu sentiria vergonha de algo positivo?

- Isso pode ser entendido dessa maneira?

Jane baixou a cabeça, sentindo-se desprezível... Durante o jantar com o Presidente Xavier, tudo o que ela pensava era: “talvez pedir ajuda ao Presidente Xavier, promovendo-se para ele, poderia conseguir um bom preço por si mesma.”

- Você tem algo a dizer? - Quando Xavier a levou até a porta do Clube Internacional do Imperador, ele de repente perguntou.

Jane abriu a boca, hesitou...

- Nada. Absolutamente nada.

Ela, que inicialmente queria perguntar descaradamente a um homem, "Você pagaria por mim?", agora sentia sua garganta seca, incapaz de falar. Olhando nos olhos de Xavier, ela virou e correu em direção ao portão do Clube Internacional do Imperador, como se estivesse fugindo de algo.

Mas ela não conseguia andar rápido, e avançou como um palhaço. Não ousava olhar para trás, sentindo uma onda de vergonha. "Jane, você é horrível! Jane, você é repugnante!"

Quando ela estava prestes a entrar no elevador, ela levantou a cabeça e viu um homem no elevador, seu rosto bonito cheio de raiva e frieza. Por instinto, Jane recuou meio passo, sentindo que este homem era assustador. Uma mão saiu do elevador, puxando-a rapidamente para dentro.

Antes que ela pudesse se equilibrar, um corpo quente a pressionou contra a parede do elevador. Sem dizer uma palavra, ele a beijou apaixonadamente. Jane se assustou e tentou empurrá-lo, mas suas mãos foram capturadas e levantadas acima da cabeça.

- Solte-me! Me solte!

Ela se debateu, mas ele pressionou seu corpo longo contra ela.

Seus beijos, sua esquiva.

Sua raiva, seu medo.

Quando a porta do elevador se abriu, as pessoas do lado de fora ofegaram:

- Jane?

Jane se agitou, olhando pelo canto do olho, seus olhos se arregalaram! Ela lutou ainda mais.

Rafael nem olhou para as pessoas do lado de fora, estendeu a mão e pressionou o botão para fechar a porta!

Desta vez, o elevador não parou em outros andares, indo diretamente para o 28º andar.

O homem olhou para Jane, que estava respirando com dificuldade, com olhos estreitos, pegou-a no colo e saiu apressadamente.

Ele não disse uma palavra até jogar Jane na cama.

Quando Jane foi jogada na cama, as molas do colchão a fizeram dar um pulo no ar. Ela se firmou com os braços, preparando-se para se levantar, mas então viu Rafael no pé da cama, silenciosamente desabotoando sua camisa branca.

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