Em seu rosto mais deslumbrante que o de qualquer mulher, Cain era serenidade pura, não deixava transparecer nada. Ao olhar para Jane, no entanto, ele sentia que, talvez, essa caçada pudesse chegar ao fim.
Jane poderia amar dinheiro, era só através desse amor que ele poderia tocar suas fraquezas, se aproximar dela repetidamente e caçá-la lentamente.
Nesse jogo de caça, o dinheiro era a isca, e ela, a presa. O divertimento da caça estava na luta da presa, no processo de caçar. No entanto, quando esta mulher pediu dinheiro diretamente... Cain sentiu que esse jogo de caça poderia acabar, porque era muito vulgar.
- Está ficando tarde, preciso ir.
Cain bateu as calças do terno e se despediu de forma descontraída. Os lábios apertados de Jane se abriram:
- Deixe-me acompanhá-lo.
- Não precisa.
A voz calma, provavelmente faria qualquer um se sentir desconfortável nessa situação. Ele tinha sido muito óbvio.
- Não, eu insisto.
Jane fechou a porta, desta vez pronta para levar esse homem para baixo. Ele tinha vindo várias vezes e ela só o tinha levado até a porta do dormitório. Hoje, ela o levaria até a porta do edifício.
- Srta. Jane. - Cain de repente riu, uma pitada de impaciência em seu rosto. - Tenho cinco milhões. Mas eu, não quero dar a você. Porque, apenas agora, aquele macarrão que você faz, já não vale mais cem mil.
Cinco milhões não significavam nada para Cain. Só para dar um exemplo simples, qualquer um dos seus carros esportivos custava mais que isso.
De repente, ele sentiu uma sensação de náusea no estômago, como se o macarrão que ele acabara de comer tivesse estragado.
Jane ficou em silêncio, então, ela riu:
- Sr. Cain, nunca disse que meu lanche vale cem mil. Você estava disposto a dar, você pensou que valia a pena, e eu preciso de dinheiro, preciso muito, então eu aceitei. Por que eu aceitaria, mesmo sabendo que não era uma troca justa? Você deve ter esquecido, eu sou uma mulher que faria qualquer coisa por dinheiro. Preciso de dinheiro, preciso de cinco milhões, quão importante são esses cinco milhões? Importante o suficiente para que se eu não conseguir este dinheiro dentro do prazo estabelecido, perderei algo muito importante.
- Isso não tem nada a ver comigo. - Cain manteve uma expressão neutra... A caça acabou. Ele olhou para o relógio novamente. - Perdi muito tempo, Srta. Jane, e a incomodei por tanto tempo. No futuro, não precisamos mais nos encontrar.
- Eu estava pensando o mesmo, é por isso que decidi te levar até aqui embaixo. - Ela pensou por um momento e disse calmamente. – Sr. Cain, obrigada. Ah, e você errou em uma coisa. Somos apenas estranhos, então, não há nenhum "futuro" para nós. O futuro é reservado para pessoas importantes.
Após as palavras de Jane, uma rajada de vento frio soprou. Ela apertou o casaco ao redor do corpo, virou-se e caminhou lentamente de volta ao prédio. Cain de repente a segurou:
- O que você quer dizer com isso? O que você quer dizer com "Eu também estava pensando o mesmo, é por isso que decidi te levar até aqui embaixo"?
Cain estava se sentindo cada vez mais desconfortável com o que ela disse. O que ela queria dizer com isso? Parecia que não era ela quem tinha acabado de pedir cinco milhões.
Foi simplesmente por uma questão de orgulho ou...
- Senhor, solte minha mão. Se nossas decisões são as mesmas, por que questionar o que eu quis dizer?
O que ela queria dizer era importante?
De qualquer forma, ela não queria vê-lo novamente, e ele também não sentia a necessidade de continuar envolvido com ela.
Nesse caso, ambos concordaram, e todos estavam satisfeitos. O que poderia dar errado?
Quanto ao que ela queria dizer, isso importava?
- Não pode ser. - Cain se sentiu cada vez mais estranho. - Você precisa explicar, caso contrário, você não vai subir esta noite.
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