Chamas da Paixão romance Capítulo 88

No sofá, João estava no telefone, terminou de dizer algo para a pessoa do outro lado da linha, e então interrompeu Jane:

- Jane, adivinha com quem acabei de falar no telefone?

João sorria malevolamente, seus olhos brilhavam:

- Com o seu irmão, adivinhe o que ele disse? Ele disse que a família Pereira não tem ninguém chamada Jane entre eles. – Ele Riu - Jane, você é realmente patética. O que você ganha matando sua melhor amiga? Xaviana teve azar de se tornar sua melhor amiga!

Além do sorriso perverso de João, seus olhos cintilavam de raiva. Seu olhar para Jane parecia querer dilacerá-la.

Jane baixou a cabeça, escondendo suas emoções dos outros.

Ela não retrucou, sabia que João amava Xaviana... Ela não se justificou, apenas esboçou um sorriso sarcástico em seus lábios:

- Ninguém acredita em mim, do que vale me explicar?

E no fundo do coração, uma pontada de dor surgiu por causa das palavras de André.

Jane riu levemente, sem saber se estava rindo de si mesma, de João, ou de André. Ela esboçou um sorriso e começou a dobrar lentamente o joelho.

Cristina gritou:

- Jane, não faça isso!

Com um som de joelho atingindo o chão, Jane se ajoelhou rigidamente, pedaços de vidro se incrustando em sua carne. Não era que não doía, mas ela ergueu os olhos e olhou para Diego:

- Solte a Cristina.

Os olhos de Cristina se arregalaram de surpresa.

Diego, vendo esta cena, começou a rir alto:

- Jane, a mais arrogante e orgulhosa de toda Cidade S! – Continuou rindo. - Ela se ajoelhou! Jane, até você tem seus dias ruins? Lembra quando eu estava te querendo e você me dispensou com um simples 'você não é bom o suficiente para mim', me transformando numa piada para cidade!

Ele olhou para Jane, os olhos cheios de vingança:

- Jane! Você já se imaginou neste dia? Você algumas vez pensou que haveria um dia em que receberia o troco?

Ele pegou um cheque na mesa, recuou alguns passos e agitou o cheque na mão:

- Quer dinheiro? Então venha pegar, o dinheiro está bem aqui.

Ele apontou para baixo:

- Você rasteja até aqui, e os quinhentos mil reais são seus. Eu cumpro minha palavra, que tal?

As palavras de Jane 'você não é bom o suficiente para mim' o humilharam. Hoje, Diego usaria quinhentos mil reais para humilhar Jane.

- Jane, não faça isso!

Cristina lamentou, ela realmente se arrependeu.

Jane ergueu os olhos, olhou o cheque de quinhentos mil reais nas mãos de Diego, e ouviu a voz de Cristina em seus ouvidos. Seu olhar balançou, então Jane virou lentamente a cabeça para olhar Cristina.

Cristina prendeu a respiração, e seus olhos se contraíram.

Jane virou a cabeça para olhar Cristina...

- Desculpe-me, eu tenho meu próprio caminho a seguir, ainda tenho muitas coisas a fazer, tenho que fugir das garras dele.

Jane respirou fundo, fechou os olhos... Não tão ruim assim, afinal, não é a primeira vez que ela se ajoelha, ela já não se importava com mais nada.

Para quem se ajoelhar, qual é a diferença?

O som de duas taças de vinho caindo no chão, Cristina xingou:

- Diego, que vingança maculosa a sua, para de ser tão baixo!

Outro tapa, Diego gostava de bater em Cristina, o coração de Jane se contorceu, e ela ergueu a cabeça friamente:

- Não toque nela.

Dizendo isso, ela moveu o joelho para frente, a cada movimento, mais pedaços de vidro penetravam profundamente em seu joelho. Cristina tentou intervir, mas foi impedida pelos outros:

- Fique quieta e observe, se você continuar irritando Diego, Jane vai sofrer ainda mais.

Parecia uma ameaça, um aviso, um lembrete, Cristina estava ansiosa, mas não se atrevia a se mover.

- Se você fizer isso, o “Boss” ficará irritado.

- Ok, quem é o “Boss” de vocês? Se ele realmente se irritar, basta dizer nossos nomes. Ele não ousaria, nesta Cidade S, se algumas famílias se unirem, não haveria ninguém audacioso o suficiente para se tornar nosso inimigo. Ninguém seria tolo o suficiente para se indispor com as famílias presentes aqui hoje por causa de uma funcionária insignificante da empresa.

Embora fossem apenas quatro ou cinco passos, cada movimento era como ajoelhar-se na ponta de uma faca.

O suor frio brotava da testa de Jane, as roupas em suas costas estavam completamente encharcadas.

Ela levantou a cabeça para olhar Diego.

- Rasteje.

- Rasteje.

- Rasteje rápido.

No camarote, vozes surgiam, ecos de "rasteje" entravam nos ouvidos de Jane.

O "Jane, não faça isso" de Cristina foi abafado por outras vozes.

- Rasteje! Rasteje! Rasteje rápido!

O som de pessoas se deleitando com aquela humilhação, o olhar de lobos ansiosos. A espinha dorsal de Jane se manteve reta, mas seu corpo inteiro estava tenso... Quinhentos mil, quinhentos mil! Um rastejo e teria quinhentos mil reais! Ela conseguiu. Mas seu coração doía tanto que ela mal conseguia respirar

- Jane, você é uma ex-prisioneira, que dignidade você ainda tem a reivindicar? – Diego disse. - Um luxo tão grande, que você tinha! Por que está sendo tão dramática?

Sob os olhares de todos, ela lentamente arqueou as costas, curvou-se e abaixou a cabeça, rastejando sob os pés de Diego. Apoiou-se nas mãos no chão, mão direita, pé direito, mão esquerda, pé esquerdo, um passo de cada vez, rastejando entre as pernas de Diego.

- Não tem problema, não tem problema... o que é isso? – Ela resistia.

Ela já havia rastejado para suas companheiras de cela, uma situação incomparável.

Mas com cada passo que ela dava, as memórias do passado que Jane não queria lembrar, tornavam-se cada vez mais claras em sua mente.

Na prisão, no grande banheiro, elas a encurralavam em um canto, fazendo-a rastejar para elas, uma por uma. Algumas delas, com mais malícia, urinariam nela quando ela passava, deixando-a molhada da cabeça aos pés.

Se ela resistisse, seria atingida por um jato de água gelada, não importa se era verão ou inverno. A qualquer sinal de resistência ela seria tratada com métodos ainda mais aterrorizantes.

Jane não sabia como conseguiu rastejar, seu corpo tremia violentamente. Nesse momento, ela foi levada de volta à vida na prisão de três anos.

- A outrora orgulhosa Srta. Pereira, Jane, rastejando por cinquenta mil reais.

- Tire uma foto, vai ser a primeira página do noticiário amanhã.

O rosto de Jane ficou pálido de repente, a força que ela estava mantendo finalmente falhou, seus lábios ficaram cinzentos.

- Não tire fotos. Não pode tirar fotos! – Ela suplicava.

- Você acha que ainda é a Srta. do Grupo Pereira.

Cristina encolheu os olhos, olhando para Jane com surpresa.

- Jane é a Srta. do Grupo Pereira?

Mas se ela é a Srta. Pereira, como ela poderia estar nessa situação agora?!

Inacreditável!

O clamor por fotos quebrou a feição dura de Jane que desmoronou. Ela lentamente levantou a cabeça.

- Por favor, não tire fotos.

- Pedindo? Diego, você ouviu isso? A Srta. Jane, acabou de dizer 'por favor'? A outrora orgulhosa Srta. Jane, disse 'por favor'!

Todos riram.

Os sons zombadores e jocosos ao redor pareciam engolir Jane.

Em seu rosto, só restava o medo:

- Não tire fotos! Não tire fotos!!!

Ela gritou, mas quanto mais resistia, mais pessoas ao redor tiravam seus celulares para capturarem aquele momento, e mais animados ficavam.

Só ouvia-se risos naquela sala

Essas gargalhadas, como um feitiço, deixaram a respiração de Jane cada vez mais difícil. Ela balançava a cabeça desesperadamente:

- Não tire fotos, não tire fotos! Por favor, por favor.

Seu desespero estava tão claramente exposto na frente dos amigos com quem ela costumava brincar, e todos eles estavam apenas assistindo ao espetáculo.

Jane só sentia que tudo ao seu redor, pessoas e objetos, estava girando loucamente. Ela olhou para o teto giratório e começou a delirar:

- Deixe-me em paz, por favor, deixe-me em paz...

Cristina não suportava ver Jane assim com tanta dor, fechou os olhos e pensou. “Jane, essa idiota!”

- Não quer que tire fotos?

João pegou uma garrafa de bebida, se agachou e a colocou na frente de Jane:

- Venha, beba isso e nós paramos de tirar fotos.

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