Ciclo de Rancor romance Capítulo 1012

Deirdre respirou fundo, achando que tinha tanta coisa para pensar que demoraria para dormir, entretanto, pegou no sono assim que fechou os olhos.

Na manhã seguinte, a jovem acordou cedo e bem disposta. Então colocou um agasalho por sobre a camisola e desceu as escadas, apenas para descobrir que Brendan já estava na mesa de jantar.

Deirdre ocupou o lugar ao lado do magnata e se serviu de suco de laranja e, depois, se inclinou por sobre a mesa, procurando onde estava o pão e a manteiga. Como seu cabelo estava solto sobre os ombros, uma mecha quase mergulhou no copo com suco. O primeiro impulso de Brendan foi ajeitar o cabelo da jovem, mas pensou que ela não entenderia nada, por isso achou melhor apenas avisar:

― Dee, cuidado para não colocar o cabelo no suco. ―

― Cabelo no suco? ― Deirdre inicialmente ficou confusa, mas logo entendeu o que tinha acontecido e, com o lacinho que carregava no pulso, prendeu as madeixas em um coque.

No passado, Brendan teria apenas afastado o cabelo, ao invés de avisar e Deirdre começou a se perguntar se aquilo era algum sinal, ou se era coisa da cabeça dela. Imersa em pensamentos, a jovem continuou tomando o café da manhã.

Alguns minutos depois, Ophelia saiu da cozinha e, apesar de já ter comido, conversou um pouco com o casal, até que Brendan recebeu uma ligação e foi para o escritório.

Assim que o magnata saiu, Ophelia disse:

― Eu vi o identificador de chamadas e o nome que apareceu na tela foi ‘doutora Collins’. ― Ela suspirou e prosseguiu: ― O que ele tem para falar com essa daí que é tão misterioso que não pode ser ouvido por você? Olha só! Ele até largou o café dele e foi se esconder no escritório! ―

Deirdre continuou comendo, despreocupada, enquanto defendia o homem:

― É possível que sejam alguns segredos comerciais. Esse tipo de assunto é bastante complicado e pode ser bastante difícil de discutir na mesa. Além disso, se ele precisar passar alguma informação para ela, é normal que vá até o notebook. Não vi nada demais nisso. ―

― O que você disse faz sentido. No entanto, é melhor que você fique de olho no que essa mulher está tramando. ― Ophelia limpou a boca. ― Eu vi a foto deles ontem e eles parecem um casal provável. Não pude deixar de dar uma olhada extra nessa daí, como mulher. Ela é muito linda e vem de uma família excepcional. Qualquer homem com espírito empreendedor gostaria de se casar com ela para progredir ainda mais em sua carreira. ―

― Mãe... ― Deirdre perdeu o apetite. ― Brendan não é assim. ―

― Espero que você esteja certa. ― Ophelia soltou um suspiro, mas não continuou a falar.

No entanto, Deirdre ficou com uma sensação incômoda no peito, sem motivo aparente.

― Eu sim, mas pelo jeito, você não. Anna me disse que você não tinha comido, então me pediu para trazer para você. ―

― Ah, sim. É que aconteceu algo bastante preocupante. ― Brendan olhou para o documento com as sobrancelhas franzidas.

Deirdre sentiu uma onda de ansiedade invadir o peito:

― A doutora Collins não quis entrar em contato com o tal oftalmologista? ―

― Doutora Collins? ― Brendan ficou confuso, sem entender porque Deirdre mencionaria aquela mulher. Então pensou sobre isso por outra perspectiva e imaginou se a jovem só tinha ido levar o mingau porque queria saber sobre a cirurgia.

― Não! O que eu tinha para resolver com ela, resolvi ontem. Ela me prometeu que viria com o médico, esta tarde. Meu problema tem a ver com uma parceria com a empresa dos Sullivan. ―

Brendan respirou fundo e segurou a mão de Deirdre na tentativa de sentá-la em seu colo e passar os braços em volta da cintura dela. Ele queria se acalmar e acreditava que com ela por perto, obteria conforto.