Ciclo de Rancor romance Capítulo 1047

― A pistoleira? ― Deirdre percebeu de quem se tratava e ficou surpresa. ― A doutora voltou, mesmo depois do que aconteceu? ―

― Sim. Ela estava obviamente furiosa ontem. Qualquer pessoa com um senso de dignidade entenderia e não viria mais. Ela está realmente agindo como se nada tivesse acontecido. Não apenas veio de manhã cedo, mas até se sentou no sofá para ler o jornal. ―

Os movimentos de Deirdre em direção ao banheiro pararam. Ela achou isso estranho. Afinal, percebera o quanto Emily era arrogante e cheia de si. Mesmo que ela não desistisse facilmente depois de perder, daria algum tempo para se acalmar, no mínimo. Deirdre não esperava que viesse no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido.

― Ela disse alguma coisa quando chegou? ―

Engel balançou a cabeça.

― Não. Ela me cumprimentou com um sorriso e perguntou se você estava acordada. Depois, foi se sentar no sofá e está lá, desde então. ― Engel estava preocupada. ― Você acha que ela insiste em vir depois da vergonha de ontem, apenas por teimosia? ―

― Que ela é teimosa, isso é certo. Pelo jeito dela de falar, dá para saber que sempre teve tudo o que queria, desde criança, mas foi derrotada na situação de Brendan, por mim, alguém que ela considera como um ser inferior. Ela não desistirá tão facilmente. ― Deirdre ficou em silêncio digerindo as próprias palavras, antes de sorrir e complementar: ― No entanto, não esperava que ela jogasse no lixo todo o amor próprio. ―

― Ela provavelmente não tem vergonha. Como pode ter coragem de arruinar os relacionamentos de outras pessoas dessa forma? ―

Deirdre sorriu.

― Não se irrite com ela. Apenas avise que eu vou descer mais tarde. ―

Engel concordou e saiu.

Então, a jovem decidiu tomar o mingau, ainda fumegante, antes de tomar banho. Mas, alguns minutos depois, refrescada e bem alimentada, a jovem desceu as escadas com passos leves e foi ao escritório, pedir para que Brendan ficasse por lá.

Assim que a jovem entrou, o magnata abriu um sorriso largo, puxou-a em seus braços e inalou o perfume cheio de frescor. Então perguntou:

― Por quê? Por que você quer que eu me esconda dela? ―

Deirdre deu de ombros e respondeu:

― Você sabe muito bem o motivo. ―

As sobrancelhas retas de Brendan franziram por um momento.

Os olhos escuros de Brendan estavam manchados de afeto e emoções. Ele a confortou dizendo suavemente:

― Ela não desistirá de bom grado quando puder usar a colaboração conosco para ampliar a base sólida de sua empresa. Afinal, qualquer pessoa inteligente saberia o significado do declínio da Rede Collins. Ela ainda é capaz de distinguir um momento de glória de uma continuação duradoura. Afinal, por mais que a rede de hospitais seja sólida, o ramo farmacêutico ainda é bem limitado e ela deseja expandir. ―

Deirdre concordou e parou de se entregar a palpites.

― Tudo bem. Mas fique aqui até a hora do almoço para reduzir a chance de esbarrar na doutora. ―

Brendan segurou o braço dela e, com muito carinho, deu um beijo nas costas da mão.

― Sim, senhora, minha senhora. ―

Deirdre puxou a mão timidamente e saiu do escritório dando risadinhas.

Olhando para o final do corredor, Emily flagrou o momento em que a jovem saiu do cômodo, com uma expressão feliz e satisfeita. A médica cerrou os punhos.