Ciclo de Rancor romance Capítulo 1249

Para não incomodar Ophelia, depois que as criadas colocaram os suplementos na cozinha, elas se afastaram. Por isso, quando Deirdre foi buscar a carteira da mãe, no outro cômodo, sobre a mesa, as duas senhoras ficaram sozinhas.

Quando Ophelia ergueu a xícara de chá, Madame Brighthall observou a postura da mulher e ficou surpresa. Pelos modos, não parecia que fosse uma pessoa pouco instruída, vinda da periferia e percebendo o olhar, a mãe de Deirdre perguntou:

― Madame Brighthall, você realmente acha que pareço familiar? Qual de suas amigas se parece comigo? Estou bastante curiosa. ―

Madame Brighthall saiu de seus pensamentos e sua expressão mudou. Então, apoiou a testa na mão e se forçou a se acalmar, antes de suspirar.

― Não é nenhuma amiga em particular e, tendo conhecido tantas pessoas, não consigo me lembrar dos detalhes. Quando vi você pela primeira vez, apenas senti que você é um tanto familiar. ―

― É apenas um pouco familiar ou... você realmente acha que me pareço com alguém do passado? ―

Madame Brighthall ficou chocada quando Ophelia se aproximou e sussurrou algo em seu ouvido.

Enquanto isso, Deirdre ainda vasculhava os sacos de suplementos, mas, antes que pudesse encontrar a carteira, ouviu o grito estridente de uma empregada.

― Senhora! ―

Deirdre deu um pulo e saiu correndo da cozinha, apenas para encontrar o caos na sala de estar.

― Rápido! Chame o mordomo! A patroa desmaiou! ― Brenda gritou.

As duas empregadas estavam agitadas e, enquanto uma chamava a ambulância, a outra buscava os medicamentos de emergência.

O rosto de Deirdre ficou pálido. Felizmente, Ophelia segurou sua mão e Deirdre recuperou a compostura.

― Mãe, o que aconteceu? O que há de errado com Madame Brighthall? ― ela perguntou ansiosamente, enquanto pensava: ‘Ela estava bem quando eu saí. Como ela pôde desmaiar de repente?’

― Eu também não sei o que aconteceu. Estávamos conversando e de repente ela apertou o peito, como se estivesse tendo um ataque cardíaco. Então desmaiou... ― Ophelia parecia igualmente preocupada.

Deirdre retribuiu o abraço, fechando os olhos com a culpa pesando em seu coração.

― Eu não acredito que causei algo assim. Se eu não tivesse visitado tão de repente... Eu deveria ter dado algum tempo para sua mãe se preparar ― ela murmurou.

Brendan segurou o rosto da jovem entre as mãos e respondeu, em tom sério:

― Minha mãe sempre teve problemas de saúde, essas coisas acontecem. ―

— Mas... ― Os olhos de Deirdre estavam cheios de lágrimas.

Brendan imediatamente colocou um dedo nos lábios dela, silenciando-a.

― Não existe 'mas'. O fato de você ter se lembrado de fazer companhia à minha mãe é um dever que você não precisava assumir. E já estou grato por isso. Se você colocar toda a culpa em si mesma, então como pai da criança e filho da minha mãe, como posso escapar da culpa? ― As palavras firmes aliviaram um pouco a culpa de Deirdre e ela fechou os olhos, mas seus cílios ainda tremiam.