Ciclo de Rancor romance Capítulo 145

Assim que o médico concluiu a frase, se lembrou com quem estava falando e imediatamente calou a boca. No entanto, ele não pensou que Brendan deixaria sua sinceridade passar sem ser punida. Mas, o empresário simplesmente fixou seu olhar na mulher deitada na cama. O médico ficou pasmo.

Quando Brendan se recompôs, perguntou:

― Quando ela vai acordar? ―

― Não tenho certeza, provavelmente na segunda à noite. ―

― Obrigado. ―

Depois de se despedir do médico, Brendan voltou ao quarto.

Enquanto olhava para o rosto pálido de Deirdre, gotas de suor escorriam de sua testa. Ele se sentou na beira da cama, enquanto em seu peito, batalhavam sentimentos controversos. Brendan permaneceu assim, por um dia inteiro.

Na segunda à noite, quando Deirdre finalmente acordou do pesadelo, abriu os olhos, com o coração disparado e respiração ofegante. Então, se sentou na cama e riu de si mesma.

Apesar de todas as desgraças a que era submetida, se sentiu sortuda por, mais uma vez, ter escapado com vida. Com o sorriso esmorecendo em seu rosto, estreitou os olhos opacos. De alguma forma, ela sabia que tinha mais alguém no quarto.

― Sam, é você? ― Deirdre perguntou com voz rouca.

O homem que havia passado noites em claro, sozinho na varanda, preocupado com a jovem, lançou um olhar gelado quando ouviu o nome. Então, entrou no quarto e zombou:

― Sam é a primeira pessoa que você pensa, logo depois de acordar? Desde quando você tem um relacionamento tão bom com ele? ―

O rosto de Deirdre ficou pálido e seus olhos se encheram de medo.

A resposta corporal dela deixou Brendan infeliz. Mas, por que ele se sentiria tão inquieto por conta disso? Confuso ele continuou, com severidade:

― Diga alguma coisa! O castigo afetou seu cérebro? ―

Os lábios de Deirdre tremeram, enquanto ela fechava e abria os olhos, para suprimir o medo dentro dela. Depois disso, ela disse lentamente:

― Não há nada de especial entre nós. E-eu só não achava que você estivesse aqui. Mas, deve ter sido o acaso, não é? ―

O raciocínio de Deirdre não estava errado, afinal. Normalmente, Brendan ia trabalhar, mesmo que a jovem estivesse quase morta, não era sempre assim? A razão pela qual ele apareceu na sala foi provavelmente porque ele estava lá para verificar se ela ainda vivia.

― Você acha muita coisa e sabe de muito pouco. ― Brendan atirou de volta, enquanto seus olhos negros continuavam verificando o estado de Deirdre. Quando viu que a jovem se recuperava razoavelmente bem, sentiu-se aliviado.

Brendan tinha muito sono acumulado em si, enquanto fazia a vigília. Mas, assim que verificou que estava tudo bem com Deirdre, sentiu a fadiga o assolar.

O homem franziu a testa e arrancou a gravata, com a mão. Assim que tirou o casaco, subiu na cama com a jovem e passou os braços em volta da cintura fina, em um abraço carinhoso.

O corpo de Deirdre estava visivelmente tenso e suas curvas ficaram rígidas. Ela disse apressadamente:

― B-Brendan, e-eu não posso... ―

― O que você não pode? ― O homem perguntou, enquanto via o rosto distorcido de medo da jovem. Isso o deixou irritado. Ele segurou a nuca de Deirdre e a pressionou contra seu peito. Depois disso, ele bufou:

― Não seja tão presunçosa sobre seus encantos. Você não é atraente o suficiente para eu dar em cima de você... Principalmente depois de acordar de um coma. ―

‘Então, ele não queria transar?’

Deirdre soltou um suspiro de alívio. Mas foi imediatamente seguido pela sensação de estar perdida e inquieta. Ela se perguntou o que ele realmente queria fazer e fechou os olhos enquanto seus cílios tremiam incontrolavelmente.

Ela duvidava de qual era a real intenção de Brendan. Afinal, o homem a havia trancado cruelmente, junto com um cão feroz, no depósito, levando-a a um colapso mental. Mas, agora, a mantinha em seus braços.

Brendan semicerrou os olhos, enquanto observava todas as emoções que Deirdre expressava em seu rosto, sem dificuldade. Ela sempre fazia isso, desde o início. A única diferença era que, antes, ela estava cheia de alegria e gratidão, mas agora esses sentimentos foram substituídos por ansiedade e medo. Tudo do passado havia sido destruído.

Brendan fechou os olhos, sentindo-se deprimido, como se uma enorme pedra pressionasse seu peito. Ele soltou Deirdre, saiu da cama, pegou seu casaco e bateu a porta atrás de si, deixando Deirdre sem entender nada.

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