Ciclo de Rancor romance Capítulo 176

― Você só precisa cumprir meu tratamento e tomar a medicação líquida. ―

Os olhos vazios de Deirdre finalmente se moveram uma vez e seus lábios macios se separaram para deixar escapar:

― Vá embora. ―

― Senhora... Você realmente não precisa ficar tão triste! Você poderá engravidar de novo... ―

Deirdre estendeu a mão e derrubou o copo de remédio e a água morna. Ela não sentiu nada, embora a água espirrasse em sua mão. Então, olhou para o médico, com os olhos vermelhos, e disse:

― Eu disse para você ir embora! Você não consegue me ouvir? Eu não vou tomar o remédio! ―

O médico ficou atordoado, mas logo notou a mão de Deirdre:

― Sua mão está machucada! ―

― Me deixa! ―

O Doutor Ginger não tinha ideia do que fazer contra a resistência dela, então só pôde ligar para Brendan, para relatar a situação.

Imediatamente, Brendan saiu de uma reunião importante e, dirigindo como um possesso, retornou para a mansão, onde encontrou Deirdre sentada no sofá, assim que entrou em casa. Havia uma bagunça no tapete e a mão de Deirdre, a que ela usara para derrubar a infusão, já estava inchada e vermelha de bolhas.

'Ela realmente iria tão longe para não ter meu filho.' Brendan sentiu um nó na boca do estômago e uma dor inefável no peito. 'A velha Deirdre teria considerado isso um grande privilégio, certo?'

― Deirdre, por que você está agindo como uma louca, mais uma vez? É porque você acha que estou sendo muito gentil com você?! ― Ele se aproximou de Deirdre, falando com os dentes cerrados.

Deirdre ainda não respondia. Como antes, manteve o corpo tenso e quieto.

Brendan perguntou ao médico:

― Você pode produzir outra dose do medicamento? ―

― Sim, claro! ― respondeu Doutor Ginger, apressadamente. Ainda havia um pouco de remédio líquido, mas misturado com o sedimento encontrado no fundo do frasco, então ficaria muito amargo. Ele estava preocupado que Deirdre não fosse capaz de aceitar o gosto, então pretendia não servir o resto.

Mas, Brendan ordenou:

― Sirva! ―

O médico franziu os lábios, mas serviu a medicação. Brendan empurrou o copo para perto dos lábios de Deirdre e disse:

― Tome! ― Seu olhar era gelado e ele pronunciou a ameaça, palavra por palavra: ― A menos que você não queira encontrar sua mãe novamente, pelo resto de sua vida! ―

Deirdre finalmente respondeu olhando na direção de Brendan com um ódio intenso em seus olhos opacos. A mensagem era clara, ela queria matar o homem diante dela.

― O que você ainda está esperando? Você quer que eu te enfie goela abaixo? ― Brendan olhou para o rosto cheio de cicatrizes de Deirdre, enquanto discutia.

Achando que era melhor não continuar o confronto, trêmula, Deirdre tomou a medicação em um primeiro grande gole.

A jovem se engasgou com o amargor e seus olhos começaram a lacrimejar freneticamente. Parecia que o intenso sabor em sua boca corria por suas veias, junto com seu sangue e ela estava se engasgando constantemente, devido ao desconforto insuportável.

Brendan franziu as sobrancelhas. Ele não fez mais comentários enquanto Deirdre tomava um segundo e um terceiro gole.

O médico achou inacreditável quando Deirdre terminou de ingerir a medicação. A jovem tinha bebido tudo sem uma única reclamação, embora fosse uma das coisas mais amargas que ele conhecia.

― Coma um pouco de doce, senhora McQuenny! ― O médico deu a ela apressadamente o doce que havia preparado com antecedência.

Deirdre se recusou a abrir a boca, mas Brendan enfiou um doce à força, depois de apertar suas bochechas, como se ela fosse uma criança mimada que se recusava a almoçar.

Então, Brendan perguntou:

― Você tem alguma coisa para a queimadura? ―

― Tenho sim. ―

O médico deixou uma pomada e Brendan tratou pessoalmente da queimadura na mão da jovem. O homem exercia todo seu domínio sobre Deirdre e percebendo que seria inútil a jovem cedeu sem lutar.

Quando terminou o curativo, o telefone de Brendan, que estava sobre a mesa, já havia tocado inúmeras vezes. Ele atendeu a ligação e disse, impacientemente:

― Eu sei, estou indo imediatamente. ―

Brendan se levantou e deu uma olhada em Deirdre, mais uma vez. O homem estava agitado e se sentiu inquieto ao ver a calma no rosto da jovem. Logo, ele disse:

― A criança não será bastarda se você estiver disposta a se comportar. ―

Mesmo que a mulher não fosse de mente pura, ele proporcionaria a melhor vida para ela porque eles se conheciam há muito tempo, bem como porque ela tinha sido o bode expiatório de Charlene.

Alguns dias se passaram e Deirdre tornou-se mais obediente. Além de tomar os remédios, ela ficava no quarto e passava o dia distraída.

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