― Você só precisa me responder se minha mãe ainda está viva ou não! ― Deirdre sofria de mais um colapso emocional. Suas lágrimas se infiltraram em sua boca, e ela podia provar sua amargura. ― Brendan! Você prometeu! Você me prometeu que cuidaria da minha mãe se eu concordasse em ser o bode expiatório de Charlene! Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida! ―
'Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida!'
O humor de Brendan foi afetado e seu padrão respiratório também mudou. Sua voz soou fria quando ele disse:
― Não! Ophelia ainda está bem e segura no hospital! Deirdre, pare de acreditar em boatos e aprenda a pensar em todas as situações. Se Ophelia estivesse morta, ela estaria morta. Por que eu mentiria para você sobre isso? ―
Deirdre soluçou silenciosamente e balançou a cabeça. Ela estava quase histérica.
― Não sei... ―
Ela não tinha ideia do motivo que faria Brendan mentir para ela sobre esse assunto, mas não tinha escolha a não ser acreditar no áudio, depois de tudo o que acontecera recentemente.
― Já que você afirma que ela ainda está viva, eu gostaria de encontrá-la, agora. ―
― Mas, isso é impossível! ― Brendan negou seu pedido, com voz severa. Ele então explicou com uma careta: ― Deirdre, o médico responsável não lhe explicou isso claramente? Ophelia não pode te encontrar agora. Você quer que a doença de Ophelia piore como consequência das fortes emoções desse reencontro? ―
Deirdre não queria isso, é claro. No entanto, ela não queria mais ser controlada por sua desculpa. 'Eu quero vê-la pessoalmente se ela estiver viva e quero ver seu cadáver se ela estiver morta!'
― Eu estou desfigurada e meu rosto mudou para além do reconhecimento. Se você e eu não contarmos a ela, ela não vai me reconhecer, mesmo que me encontre. ― Deirdre sentiu os nervos dos ombros ficarem tensos e reprimiu a vontade de chorar. ― Você só precisa trazê-la para a mansão e me deixar falar com ela, por alguns segundos. Contanto que eu possa confirmar que ela ainda está viva... Brendan, concordo em fazer qualquer coisa por você... ― No final, ela estava implorando.
A jovem havia perdido tudo, então não queria perder o último membro da família.
Brendan estava dominado pelas emoções e sentiu que seu peito estava tão pesado que quase deixou escapar a verdade.
'Mas, Deirdre não perderia a esperança de viver se eu contasse a verdade a ela?'
Sua mente ficou em branco. Pela sua direita, Sam se aproximou e disse a Brendan que os convidados esperavam na sala de reuniões. Brendan acenou com a cabeça para o segurança e disse friamente, para a jovem:
― Vou deixar você encontrar sua mãe, mas não hoje. Discutiremos isso mais tarde, quando eu voltar a Neve. ―
Brendan encerrou a conversa precipitadamente sem dar a Deirdre a chance de responder e foi precisamente por isso que a última gota de esperança no coração de Deirdre diminuiu. Ela conhecia Brendan muito bem. O homem agia precipitadamente sempre que estivava evitando alguma coisa incômoda.
Deirdre mordeu o lábio inferior com tanta força que seus lábios racharam e sangue escorreu. Seus olhos injetados estavam cheios de desespero e ela soltava um uivo agonizante e triste de sua garganta.
O médico levou um susto:
― Por favor, não se machuque! Você pode discutir isso mais tarde quando o senhor Brighthall estiver de volta. Se houver algo errado, ele certamente poderá resolver para você. ―
As palavras de conforto do médico caíram no vazio. Deirdre não conseguia mais ouvir. Ela se levantou e subiu as escadas, segurando o corrimão com mãos entorpecidas, gastando as últimas energias. Seu corpo fragilizado parecia o de uma boneca arruinada, enquanto subia as escadas degrau por degrau.
O médico ficou preocupado e começou a lidar com as consequências. Ele nunca tinha visto Deirdre ir direto para o segundo andar sem parar no primeiro.
Havia uma enorme varanda no segundo andar que havia sido construída para que Charlene pudesse respirar o ar mais fresco, quando estava em coma. A mansão havia sido construída em um terreno nobre, e dizia-se que era possível ter uma visão ampla da bela paisagem dessa varanda.
Deirdre nunca tinha visto o lugar com seus próprios olhos, mas podia sentir o vento soprando contra ela de todas as direções enquanto pisava nos ladrilhos gelados. Ela se sentiu calma, por um breve momento.
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