Ciclo de Rancor romance Capítulo 224

Deirdre queria voltar para o santuário familiar de seu carro, mas Brendan jogou os braços em volta da cintura dela por trás, parando-a e, de repente, ela se sentiu profundamente derrotada. As mãos dele aproximaram-se lentamente das dela até que, finalmente, ele as segurou.

― Então, deixe-me preencher essa lacuna para você. Deixe-me ser seus olhos! Você não pode ver nada, enquanto estiver em uma roda-gigante, então vou descrever tudo para você. Você não será capaz de ver o mundo embaçado ao andar em uma montanha-russa, mas ainda poderá sentir tudo, a subida, o mergulho, a rolagem, a curva, a emoção. Só porque você perdeu os olhos, não significa que perdeu a esperança de viver, Deirdre. Por favor, confie em mim. ―

'Confie em mim' era um pedido suave, mas de alguma forma, ensurdeceu o mar de aplausos e alegria ao redor da jovem e seus pensamentos se desfizeram ao som dessas palavras.

Brendan a conduziu lentamente para dentro do parque de diversões, um passo de cada vez. O parque de diversões era um de seus muitos investimentos, mas ele abriu mão de qualquer privilégio prioritário que deveria ter e entrou na fila, o mais pacientemente que pôde. Quando finalmente entraram em uma sala fechada e desconhecida, ela o ouviu explicar:

― Acabamos de subir em uma das cápsulas da roda-gigante. ―

Deirdre estava tão nervosa que suas palmas estavam úmidas de suor. Ela pressionou as mãos contra o vidro e percebeu a subida suave. Brendan aproximou-se de seu ouvido e explicou:

― Eu estava preocupado que não tivéssemos tempo suficiente para nossa viagem, então trouxe você aqui um pouco antes do momento mais oportuno. É ainda mais bonito à noite, quando as luzes estão acesas... ―

Os dedos do empresário, sempre tão frios ao toque, moveram-se para a mão de Deirdre e a agarraram, movendo os dedos dela para roçar a janela de vidro.

― Ali está o carrossel. É o centro do parque e todo o resto se espalha como planetas ao redor do sol. É um dia muito lotado hoje. Ali é para onde iremos a seguir. Para a montanha-russa.

Ele descreveu tudo, até suas localizações relativas e, por mais que estivesse relutante no início, Deirdre não conseguia impedir sua imaginação de tecer um mundo em sua mente.

Foi só no final do passeio na roda-gigante que percebeu como o rosto de Brendan estava próximo do dela. Eles estavam praticamente a apenas alguns milímetros de distância um do outro, então podia sentir o calor de sua pele e sua respiração ritmada batendo em seu rosto se virasse um pouco a cabeça. Sentiu um arrepio na nuca e se virou apressadamente:

― Vamos, não devemos ficar parados aqui. ―

Brendan a olhou de volta, seus olhos suavizando. Então, acelerou o passo e pegou a mão dela.

Deirdre não conseguia ver nada durante o passeio na montanha-russa, mas ainda podia sentir o vento uivando em seus ouvidos e a leveza de todo o seu corpo. A adrenalina não foi nem um pouco menor que a de qualquer outra pessoa. Então, ela desceu da montanha-russa e... incontrolavelmente vomitou o café da manhã. Brendan franziu a testa e deu um tapinha nas costas dela:

― Fique aqui. Vou pegar um pouco de água para você. ―

O homem se afastou, deixando Deirdre sofrendo sozinha com a náusea e o desconforto, segurando-se em um poste para se apoiar. Foi quando ouviu os murmúrios de estranhos, por perto.