Ciclo de Rancor romance Capítulo 275

Deirdre começou a rir, enquanto chorava.

― Brendan, você me considera uma idiota, certo? Eu acredito que você está maravilhado em seu coração, sobre como foi capaz de me contar uma mentira absurda e me fez ficar todo esse tempo hipnotizada nesse mundinho de mentiras. ―

A jovem sentiu uma dor intensa na garganta, fez uma careta e voltou a falar:

― Ontem à noite... Você me disse que eu ainda tinha você. Você estava zombando de mim? Por outro lado, acreditei em você como uma imbecil! ―

― Não! ― O rosto de Brendan estava lívido de dor. Mas, o empresário se opôs com tanta força que o sangue voltou a escorrer de seu ferimento. Ele sentiu o fluxo quente de sangue sem fim na palma da mão.

Brendan sentia medo, mas não era medo de sangrar até a morte. Era medo de que Deirdre sofresse um colapso emocional.

― As palavras que eu disse... foram completamente sinceras... Deirdre, me desculpe... ― Ele não tinha mais nada a dizer naquele momento, exceto pedir desculpas e fazer a jovem acreditar na sinceridade. Se ele pudesse ressuscitar os mortos, teria feito isso por Ophelia, mesmo que gastasse toda sua fortuna no processo.

O sangue escorria profusamente de seu abdômen e a dor tirava suas forças, mas não tirava seus sentidos. Ele disse suavemente:

― Eu sei que te decepcionei ... não sabia que essa farsa iria tão longe, mas era tudo o que eu conseguia fazer. Eu ainda quero te compensar, só me diga como, está bem? ―

Deirdre o encarou, com lágrimas escorrendo pelo rosto, mas zombou.

― Você sabia que eu estava distraída com seu tratamento gentil, Brendan? Eu estava com medo de me apaixonar por você e não tinha ideia do que fazer. Mas, você sabe como fiquei enojada quando descobri que você escondia a morte de minha mãe por trás do seu comportamento gentil? ―

Ela riu, mas seus olhos estavam cheios de ódio.

― Não vou mais confiar em você de agora em diante. Seu assassino! ―

Ela empurrou o homem abruptamente, fazendo com que Brendan tropeçasse e caísse no chão, seu sangue formava uma poça.

Deirdre procurou ao redor da sala, até encontrar o livro de partituras recentemente restaurado.

O rosto de Brendan era uma máscara de dor e ele respirava pesadamente. Ele reprimiu seu tremor e disse:

O barulho do couro rasgando ecoou pelo quarto enquanto o livro se partia, mais uma vez, em duas metades.

Brendan olhou para o livro de música destruído, tendo dificuldade para respirar por causa da dor. Deirdre teria arriscado sua vida apenas para protegê-lo. Ela preferiu deixar a palma da mão mutilada porque se importava muito com aquele mesmo livro. No entanto, o destruiu com as próprias mãos.

Brendan viu a determinação e a frieza no rosto de Deirdre. Ela parecia possuída. O empresário percebia que ela não se importava, nem um pouco, e nem chegou a piscar com o movimento.

Pânico e dor surgiram em seu peito naquele instante.

'Deirdre... não se importa com mais nada...'

O mundo diante de seus olhos escureceu e ele caiu de joelhos no chão. Seu sangue pegajoso se acumulava no chão, mas ele ainda segurava a roupa de Deirdre com a mão.

― Chega... Já chega... Deirdre... ―