Ciclo de Rancor romance Capítulo 314

Quanto à aparência do homem…

A ansiedade borbulhando em sua mente fez Madame Russell franzir a testa. A mulher sempre acreditou que seu filho era bonito, tão atraente que poderia se sentar confortavelmente entre os galãs típicos de uma novela da televisão. Mas aquele tal de Kyran? Ele superava qualquer conceito de beleza estabelecido por Madame Russell, era praticamente um deus andando entre mortais.

Eilis rapidamente pegou a mão de Deirdre e chamou ao homem:

― Senhor Kyran?

O homem não respondeu. Mas, pegou a outra mão de Deirdre e escreveu alguma coisa, então, Deirdre falou em seu nome:

― Ele não pode falar, tia. Ele é mudo. Disse que o sobrenome dele é Reed. —

― Mudo? ― A mulher mais velha repetiu. Uma nova pitada de pena coloriu seu olhar. Ela não pôde evitar, pois tinha imaginado que um homem tão lindo quanto aquele falaria com uma voz doce.

― Sim. Ele me ajudou, hoje, tia. Algumas das crianças da aldeia jogaram pedras aqui no quintal, enquanto eu trabalhava e foi o senhor Reed quem as expulsou. Então ele ficou aqui e começou a me ajudar cuidar da terra. —

Naquele momento, Madame Russell desviou sua atenção de Kyran para o curativo em sua testa. Seu coração doía.

― Nossa! O que... O que aconteceu? Aqueles pirralhos fizeram isso com você? —

Deirdre não suportava estressar a mulher que a acolhera tão bem, então ela mentiu sorrindo:

― Oh, não. Isso foi um pequeno acidente que sofri. Gente cega acaba se machucando um bocado. —

Madame Russell não iria comprar uma mentira tão simples como aquela.

― Oh, aqueles trombadinhas não vão se safar desta vez! Vou ter que contar isso ao líder comunitário! ― rosnou, rangendo os dentes. ― Aqueles demoniozinhos encrenqueiros! Alguém deveria colar suas costas nas cadeiras de uma escola! ―

Deirdre sorriu.

A mulher mais velha apertou sua mão e se virou para Kyran com um sorriso decoroso.

― Muito obrigada por defender minha Dee Dee, senhor Reed! ―

Um cara muito educado e equilibrado, na verdade. Que foi firmemente gentil, mesmo em face de sua reação exagerada. Ela não poderia reagir a alguém assim com apatia ou indiferença fria, poderia? O coração de Deirdre não era feito de pedra.

Eilis balançou a cabeça, exasperada.

― Não foi isso o que eu quis dizer! Quero dizer, você gosta dele? —

― Como assim? ― Deirdre foi pega de surpresa. Ela respirou fundo e respondeu: ― Nós mal nos conhecemos, tia! Você já está criando caraminholas sobre isso? —

― Não, querida. Tenho certeza de que não. — Ela deu um tapinha nas costas da mão de Deirdre. ― Quando você tiver vivido tanto quanto eu, verá como é quando um homem se apaixona à primeira vista. É especialmente fácil saber quando isso já aconteceu com você, sabe? Estou preocupada que esse senhor Reed esteja indo atrás de seu coração, Dee Dee, e que você começar a retribuir aos avanços dele. Mas, nós não sabemos quem ele realmente é, certo? Você definitivamente não deveria se apaixonar por alguém só porque a pessoa mostra alguma decência básica, não é? A julgar por seu status social, ele pode muito bem ser de um planeta totalmente diferente daquele em que vivemos e eu não quero que você se machuque, querida. Pelo menos posso dizer, sem sombra de dúvida, que meu Tobey nunca vai maltratá-la de forma alguma! —

Deirdre ficou tão surpresa que, inicialmente, não reagiu, mas um momento depois, riu:

― Oh Deus, tia! Você está procurando pelo em ovo, sério! ― Então, curiosa e limpando a garganta, perguntou: ― Mas, afinal, como ele é? ―

― Bem! Alto e bonito. Você não percebeu? —