Ciclo de Rancor romance Capítulo 323

No final do jantar na casa de Madame Brighthall, Deirdre subiu para seu quarto e vasculhou a bolsa, em busca de seu remédio para alergia, enquanto suportava um crescente desconforto. No entanto, não havia levado o remédio porque nunca comia amendoim.

Portanto, só podia suportar a náusea e a tontura. Enquanto estava deitada na cama, sentindo dor. Mesmo naquele momento, teve medo de ser vista por Madame Brighthall e se cobriu com um cobertor. Entretanto, ouviu o som da porta se abrindo e a voz desgostosa de Brendan, que acompanhara o ato.

― Deirdre, você acha que eu trouxe você aqui para descansar? Saia já da cama! ―

Vendo que Deirdre não respondia, ele levantou o cobertor com um gesto rude e viu que a pele da jovem estava coberta de erupções cutâneas. Ela estava deitada enrolada, ofegando como se estivesse à beira da morte.

― Que merda é essa! ―

Brandan ficou chocado. Então, largou o cobertor e agarrou o ombro de Deirdre, enquanto dizia, com pânico nos olhos: ― O que está acontecendo? ―

Deirdre conteve sua tristeza enquanto tentava cuspir as palavras.

― Alergia... Sou alérgica a amendoim... ―

Brendan entendeu o que ela quis dizer e rugiu:

― Você é imbecil!? Se você sabia que tinha alergia, por que comeu a porra da comida? ―

― P-porque... você ia ficar bravo... ―

Brendan estava estupefato. Quando recobrou os sentidos, carregou Deirdre e desceu correndo sem hesitar. Enquanto isso, da perspectiva de Deirdre, ela viu Brendan entrar em pânico como nunca antes. Seu maxilar resoluto estava bem esticado, como uma corda tensionada ao limite.

Foi por causa dessa emoção que Deirdre ganhou coragem para persistir.

Ela assumiu que Brendan ainda se importava com ela, embora sempre a provocasse. Caso contrário, como furaria os semáforos de forma imprudente, com os olhos vermelhos, apenas para tentar salvar a vida dela? Ele poderia simplesmente deixá-la para trás. Era uma mera substituta, afinal.

No entanto, Deirdre finalmente percebeu que Brendan não se importava com ela. O que importava para ele era o rosto dela, sua identidade e Charlene.

As lembranças de seu passado com Brendan eram tão nocivas que a jovem começou a sentir uma dor de cabeça crescente, enquanto olhava para os lados, tentando focar no momento presente, de comemoração do empreendimento em Alnwick. Mesmo assim, os lábios de Deirdre ficaram pálidos.

Quando Eilis viu, rapidamente segurou as mãos de sua protegida e perguntou:

― Claro. ―

Deirdre lembrava-se do caminho até o banheiro sob a orientação da garçonete. Portanto, antes de entrar, disse:

― Obrigada, senhorita. Agora você pode voltar ao seu trabalho. Vou demorar muito, então volto sozinho mais tarde. ―

― Tem certeza de que consegue voltar por conta própria? ―

― Sim, eu me lembro da distância. ―

Como Deirdre havia dito isso, a garçonete saiu sem hesitar, porque também tinha outras coisas para fazer.

Deirdre entrou no banheiro e lavou o rosto, tentando relaxar. Mas, embora a água estivesse fria, ela não se sentia calma, a confusão em sua mente continuava. Ela não sabia por que Kyran havia levado o bolo de amendoim embora. Ele fez aquilo por acidente ou sabia da alergia dela? Estremecendo, Deirdre mordeu o lábio inferior, enquanto se lembrava de cada vez que Kyran a ajudava.

Eles eram meros estranhos. Nem a própria Deirdre poderia ser tão boa com um estranho. Além disso, Kyran era alguém de alto status. Quem era ele? Ele poderia ser...