Ciclo de Rancor romance Capítulo 341

Deirdre caminhou para o lado esquerdo do quintal e ficou encostada na parede enquanto dizia:

― Pelo que me lembro, o quadro de luz fica por aqui. ―

Kyran ligou a lanterna de seu celular e viu. Então, abriu o quadro elétrico e descobriu que era um pouco mais complicado do que um disjuntor desarmado. Era uma sorte que ele tivesse uma caixa de ferramentas no carro.

― Você pode segurar o telefone? ―

Ele precisava de alguém para iluminar.

Deirdre assentiu.

― Claro. ―

Deirdre recebeu o aparelho e aguardou enquanto Kyran mexia em seus braços, direcionando o feixe de luz para a direção correta. Mesmo não havendo vento no quintal e o quadro de luz sendo protegido por uma marquise, a jovem ainda tremia de frio.

Então, sem aviso, Kyran tirou sua jaqueta e a colocou sobre o corpo de Deirdre. A jovem sentiu seu corpo esquentar rapidamente, no entanto, se lembrou de que Kyran também não se vestia com roupas quentes, então ela queria tirar a jaqueta e devolver.

― Não precisa, senhor Reed, eu vou ficar bem... ―

Kyran insistiu e a ajudou a abotoar a jaqueta, antes de continuar sua tarefa.

Deirdre se sentiu reconfortada por algum motivo desconhecido, ao sentir o cheiro da jaqueta do homem. Ela ficou atordoada quando se lembrou da conversa que não puderam concluir, enquanto estavam no shopping.

‘O que ele ia dizer? Ou, o que ele ia fazer?'

Ela não sabia se Kyran tinha tentado se aproximar de propósito e não tinha ideia se era apenas uma impressão errada. Então, não pôde deixar de perguntar:

― Você aproximou seu rosto do meu, no shopping, não foi? Você estava tentando me dizer algo? O que foi era? ―

O barulho do alicate de Kyran, cortando fios, parou por alguns segundos, antes de voltar ao mesmo ritmo. Ele havia encerrado o reparo quando Eilis abriu a porta para informá-lo que a energia havia voltado. Então, pegou o telefone de Deirdre para digitar seu discurso.

― Venha me encontrar no salão da igreja, amanhã à tarde. Vou te contar pessoalmente. ―

Deirdre se sentiu extremamente culpada e disse:

― Madame Russell, você pode me entregar o remédio? ―

― Por quê? Você vai encontrar o senhor Reed? ― Eilis se aproximou com uma tigela. ― Eles podem não estar na igreja, devido ao fechamento da estrada, por causa da nevasca. Você pode pegar um resfriado se sair em um dia tão frio e pode nem conseguir entregar o remédio. ―

― Isso não vai acontecer. ― Deirdre falou suavemente. ― Temos um compromisso. ―

― O quê? ― Eilis entendeu a situação e sorriu maliciosamente. ― Se você acabar com o senhor Reed, você vai se mudar para Eastgene, certo? É uma coisa boa também, pois vou viajar para Eastgene. Se você não pode ser minha nora, estou bem em ser sua madrinha também. ―

Deirdre ficou escarlate.

Uma reportagem na televisão chamou a atenção das duas, interrompendo a conversa:

― Brendan Brighthall, CEO do Grupo Brighthall foi internado no hospital, tarde da noite, para uma cirurgia de emergência. Acredita-se ainda ser uma complicação do ferimento à faca que sofreu. Até o momento, não sabemos o estado de saúde do magnata dos conglomerados de Neve. ―