Ciclo de Rancor romance Capítulo 351

Parecia que uma bomba nuclear tinha sido lançada bem no meio do peito de Deirdre. Seus olhos começaram a lacrimejar. Como ele ousava dizer a ela para que se acalmasse? Como ele ainda podia estar pensando em continuar com aquele teatrinho estúpido?

A cabeça de Deirdre girava. Ela colocou a mão na têmpora e fechou os olhos, rangendo os dentes para suportar a dor antes de abri-los novamente. Ela se virou na direção de Declan, e seus olhos vidrados sustentavam uma expressão de ódio.

― Quem é realmente Kyran Reed? ―

― Como assim, quem é Kyran?― Declan fez uma pausa. ― Eu não sei muito bem o que você quer com essa pergunta. Kyran é... sei lá... Kyran. Ele é meu amigo. Meu irmão de outra mãe. O quê? Você suspeita que ele tenha uma identidade secreta que combate o crime ou algo assim? ―

― Você realmente acha que é hora de continuar insistindo, mesmo depois de eu ter desvendado tudo? ― Ela grunhiu, apertando os punhos e respirando fundo. ― Eu ouvi o que as enfermeiras disseram. O homem que está no número 1106 é Brendan Brighthall. Mas Kyran é quem está lá, não é? O que significa que Brendan e Kyran eram a mesma pessoa o tempo todo e que 'Kyran Reed' não existe! Ele é apenas uma pessoa inventada para me enganar! Então, agora eu quero que você me diga, o que levou você e Brendan a inventar esse esquema doentio, só para me enganar!? ―

― Mas, que diabos!? ― A negação de Declan irrompeu dele em um instante. ― Você está dizendo que Kyran e Brendan são a mesma pessoa!? Isso é loucura! Você está sugerindo que Kyran, de alguma forma, me enganou também? Você está me dizendo que meu amigo é o CEO do Grupo Brighthall, esse tempo todo? ―

Deirdre franziu o cenho. A resposta inesperada parecia genuína. Ela pensou que sua franqueza incitaria Declan a confessar sua trama, mas, em vez disso, tudo o que parecia ter feito foi irritar Declan. O homem a puxou pela manga e anunciou:

― Terei prazer em propor a operação de Kyran se isso significar que essa insanidade será resolvida. Você vem comigo! ―

Ele começou a arrastar Deirdre até o posto de enfermagem e, apesar de estar muito confusa, também estava esperançosa e a brasa de esperança removeu sua vontade de lutar contra ele e segui-lo.

Declan não perdeu tempo.

― Quem é o paciente do quarto 1106? ― perguntou, com frieza.

― 1106? ― A enfermeira verificou o registro e respondeu: ― É o senhor Brendan Brighthall. ―

Deirdre queria rir do absurdo de sua ação. Ele era realmente tão obstinado em desempenhar seu papel? Ela estava prestes a puxar o pulso para longe dele quando novos passos se aproximaram deles e uma mulher com voz madura, que Deirdre pressupôs ser a enfermeira-chefe, a julgar pela autoridade com que falava, respondeu:

― Não, não é Brighthall, houve um engano! É o senhor Kyran Reed. O senhor Brighthall está no número 1109. ―

A primeira enfermeira olhou para o registro novamente.

― D-Deus, eu... ― Ela mal conseguiu terminar a frase.

Declan suavizou seu tom.

― Escute, senhorita McQuenny. A coisa certa a fazer quando você está tendo problemas é conversar, não fugir. Este hospital é enorme e agitado. Se eu perder você aqui, como vou me explicar para Kyran ou madame Russell? ―

― Eu... me desculpe. ―

A jovem ainda não sabia o que pensar quando finalmente abaixou os pulsos, que estavam doloridos pelo aperto de Declan.

― Eu sou cega, então pensei que vocês dois estavam aproveitando isso com essa piada de mau gosto... ―

― Mesmo que estivéssemos pregando uma peça assim em você, a melhor ação seria nos confrontar, você não concorda? Por que fugir? ― Declan respondeu, seus olhos examinando o rosto de Deirdre, como um falcão, pois qualquer demonstração emocional daria uma pista sobre os problemas da jovem. ― Perdoe-me por perguntar, mas... Senhorita McQuenny, qual é o problema entre você e Brendan Brighthall? ―