Ciclo de Rancor romance Capítulo 354

― Espere, então vocês dois não estão... ― Tobey congelou por alguns segundos, antes de suspirar de alívio. ― Oh, meu Deus, Dee! Você quase me causou um ataque cardíaco! Ouça com muita atenção. A última coisa que nós, gente comum, queremos é nos vermos envolvidos nas escaramuças desses nobres. Não temos status ou riqueza para nos apoiar, Dee. A única coisa que vai sair disso é sermos mastigados e dilacerados pelo caos. ―

Deirdre sentiu seu corpo inteiro se transformando em pedra. Ela fechou os olhos, as pálpebras tremendo, e desejou que alguém tivesse lhe contado isso antes. Se ao menos alguém tivesse contado a ela antes de ter se envolvido com Brendan. Deus, as coisas teriam sido tão diferentes.

― Eu sei o que você quer dizer, Toby. Mas, só conheço o senhor King porque ele é o homem por trás dos planos de transformar Alnwick em um ponto turístico. ―

― Ah, então é ele. ― Um olhar severo cruzou o rosto de Tobey. Ele refletiu sobre isso por um segundo e franziu a testa. ― É um negócio lucrativo e tudo, mas não posso deixar de achar isso um pouco suspeito. Por que um homem com tanto poder e recursos quer se concentrar em um lugar que a maioria das pessoas nem consegue apontar em um mapa? ―

― Ele disse que Eastgene se tornou completamente o domínio de seu irmão, então ele tem que atacar por conta própria. ―

Tobey relaxou.

― Faz sentido. ―

Deirdre mordeu o lábio.

― Há mais uma pessoa de quem eu preciso de informações, Tobey. Por favor. ―

― Kyran Reed? ―

Deirdre ficou sem saber como agir, por alguns segundos, até se recuperar e perguntar:

― Como você... ―

A risada de Tobey soou um pouco vazia.

― Eu investigaria o passado dele, mesmo que você não perguntasse, Dee. O homem é misterioso demais para o meu gosto, e o fato de estar tentando se aproximar de você? Bem, acho que não consigo dormir bem a menos que saiba exatamente quem ele é. ―

― Obrigada, Tobey. Você me ajuda tanto que nem sei se consigo... ―

― Dee, somos mais do que apenas vizinhos. Nós somos amigos. Não estou fazendo isso porque gosto de você — disse Tobey rapidamente. ― Você deveria descansar. Um dos meus amigos é jornalista e tenho certeza de que ele pode me ajudar com isso. Te ligo quando tiver uma resposta. ―

― Parece bom. Obrigada. ―

Deirdre estava deitada em sua cama. O custo de sua montanha-russa emocional devia tê-la finalmente alcançado. Manter os olhos abertos começava a parecer uma tarefa árdua e a jovem adormeceu.

Quando abriu os olhos novamente, seu telefone informou que já era tarde da noite. Ela foi até o banheiro e tomou um banho e, depois de se vestir, ouviu um camareiro chamando por trás da porta.

― Você está acordada, senhorita McQuenny? ―

― Não. Estou ferido, mas não estou morto! ―

Ele parecia impaciente e um pouco indisposto. Mesmo depois de sua declaração de independência, ele tossiu.

Deirdre jurou que seu coração tinha parado de bater. Seus pés se transformaram em chumbo, ou talvez tivessem criado raízes. Seu corpo se recusava a se mover. Brendan saiu do elevador e de repente parou no meio do caminho, como se sentisse algo por perto.

Ele olhou na direção onde Deirdre estava.

Seu assistente percebeu rapidamente sua mudança e perguntou:

― O que há de errado, senhor Brighthall? ―

O aglomerado de pessoas ao redor da escada rolante era grande o suficiente. Pessoas de todas as esferas da vida entravam e saíam, todas em massa. Brendan franziu a testa, sem saber por que de repente sentiu uma pontada de ansiedade ofegante. Era como se algo estivesse ao seu alcance momentos atrás, apenas para escapar pelo espaço entre seus dedos.

De repente, ele se sentiu inútil. Fraco.

― Nada ― respondeu Brendan, desviando sua atenção. ― Onde está Lena? ―