No final do exame e das recomendações, depois que o médico foi embora, fechando a porta atrás de si, Kyran se desculpou com Deirdre:
― Sinto muito por ter dito que você era minha namorada. Foi a única maneira que encontrei para definir um limite claro para aquela enfermeira. ―
Deirdre tinha, de fato, ficado muito surpresa quando Kyran tinha dito aquilo, entretanto, tinha ficado mais surpresa ainda com a gentileza do homem e sua atenção ao se justificar e pedir desculpas.
― Tudo bem. De qualquer forma, não me fez nenhum mal ― disse a jovem. ― Mas, ela é a enfermeira. Quem vai cuidar de você depois de rejeitá-la e sem a ajuda de um cuidador? ―
Kyran ficou sem saber o que responder, por um momento, então perguntou:
― Posso te pedir um favor, Deirdre? ―
― O que é? ―
― Você pode me ajudar a lavar meu corpo? ―
O rosto de Deirdre ficou vermelho, antes de empalidecer, conforme processava o pedido de Kyran. Ela mordeu o lábio inferior e disse:
― Eu... eu não acho que posso te ajudar, de qualquer maneira. Eu estraguei tudo quando tentei da última vez e se eu fizer isso de novo, não poderei me perdoar. ―
― Tenho certeza de que ficaremos bem, desta vez ― digitou Kyran. ― Ninguém mais neste mundo me faria sentir tão aliviado como você. Tenho certeza de que você fará um ótimo trabalho. Eu me machuquei ontem porque não estava acostumado e quis desrespeitar a fragilidade da minha condição. Prometo a você que desta vez será diferente. Ou você quer que a enfermeira se aproveite de mim? ―
Nem é preciso dizer que essa era a última coisa que Deirdre queria que acontecesse. Ela caiu em profunda contemplação, mas sentiu que precisava fazer algo por Kyran. Assim, ela foi buscar uma tigela de água morna e o ajudou a tirar a roupa.
Ela tentou se impedir de pensar muito e perguntou:
― Onde fica a sua ferida? Vou tentar o meu melhor para não a tocar, mas preciso entender onde fica. ―
― Está no meu peito. Mas a maior parte do meu torso foi enfaixada, então você só precisa me ajudar a limpar meus braços e a parte inferior do corpo. ―
Ao ouvir a voz do telefone, Deirdre ficou momentaneamente atordoada e seu rosto ficou vermelho de vergonha.
'Parte inferior do corpo?' Deirdre não sabia o motivo, mas achou estranho ouvir a voz mecânica mencionar aquilo.
― O que está errado? ―
― Nada. Estique os braços. Vou começar pela parte de cima. ―
No início, não houve nenhum problema. Mas, quando Deirdre estava ajudando a tirar a cueca de Kyran, acabou tocando em seu abdômen. Entretanto, quando, ao invés de pele, seus dedos sentiram a bandagem, ficou estupefata.
‘Eles não operam apenas no peito para doenças cardíacas congênitas? Por que o abdômen dele também está enfaixado?'
Como se pudesse ver através de sua mente, Kyran explicou:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...