As bochechas de Deirdre queimaram. Sem querer, ela tinha admitido que se importava com a opinião de Kyran e, sem saber o que responder, a jovem só ficou olhando para frente, embasbacada. Os lábios do homem se curvaram em um sorriso, afinal, quem cala consente. Por isso, Kyran digitou:
― Estou muito feliz em saber que você se importa com o que eu penso. ―
Deirdre abaixou a cabeça, mas ela não tinha nenhum argumento para rebater a lógica do homem, por isso, achou mais fácil insistir em sua própria pergunta:
― Então? Por que você não disse nada, então? A menos que tanto o senhor Engel quanto o senhor King estivessem mentindo, meu rosto deve estar bem diferente. ―
― Talvez eles estivessem mentindo para te agradar, mas e o homem que flertou com você? Você realmente acha que ele estava mentindo? ― Kyran argumentou, com os olhos pregados na jovem cega, cujo olhar era desfocado e vidrado, mas claros e transparentes.
Ele baixou o volume do telefone.
― Eu sempre te achei linda, Deirdre. Eu não reagi quando te encontrei no corredor porque... ―
Silêncio. Seu telefone parou de falar. Deirdre não teve tempo de se perguntar o que tinha acontecido quando sentiu que ele se aproximava lentamente e a jovem podia sentir a respiração quente batendo nela. Ela sentiu um aperto no peito. Seus cílios tremiam e então sentiu os lábios macios dele acariciando suavemente seus cílios.
Foi tão rápido quanto o toque de uma libélula em um lago e o calor desapareceu tão rapidamente quanto surgiu. Mas, com um breve gesto, Deirdre podia sentir o quanto Kyran se preocupava com ela. Sua respiração tornou-se um pouco mais difícil.
Ele a soltou.
― Porque minha reação teria sido inapropriada… Teria sido íntima. Como agora. ―
Um milhão de pensamentos cruzaram a mente de Deirdre, enquanto ela processava a intensidade da resposta de Kyran.
― Então, tentei ao máximo não pensar em como seus olhos são lindos ― ele digitou. ― Nunca se rebaixe, Deirdre. Você sempre foi maravilhosa. ―
‘Eu sempre fui... maravilhosa?’ O peito de Deirdre ardia de calor. O homem acendeu um fogo nela, e isso estava tirando seu fôlego. Ela pensou que sua vida estava acabada e nunca esperou ser encontrada, cuidada e amada. Nunca esperou que alguém pensasse que ela era maravilhosa.
― Eu d-decidi ― ela murmurou, mas a voz calma foi incapaz de disfarçar sua resolução. A borda de seus olhos estava enrugada. ― Kyran, você gostaria de ir ao parque de diversões comigo? ―
Kyran olhou para ela suavemente. Não houve um momento que ele perdeu em sua resposta.
― O prazer será todo meu. ―
O passeio fui marcado pelo dia seguinte, pela manhã e a primeira coisa que Deirdre fez ao acordar foi ligar para Declan para informá-lo de que ele não precisava buscá-la no horário habitual.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...