Ciclo de Rancor romance Capítulo 417

― Não há necessidade ― respondeu Deirdre. ― Enquanto eu te esperava, lembrei que comprei algumas que ainda nem usei. Que tal você me acompanhar ao pet shop?

― Pet shop? ―

― Sim. ― Deirdre lembrou que Brendan era alérgico a pelo de cachorro. Então, se Kyran fosse Brendan, ele definitivamente seria também. Mas, a jovem não podia dizer isso, então, se justificou: ―Estou um pouco entediada e gostaria de ir ao pet shop para passar o tempo. ―

Embora a enfermeira não tivesse acreditado muito nas justificativas da jovem cega, também não tinha motivo para desconfiar e, de qualquer forma, a loja de animais ficava na rua oposta. Quando as duas entraram, Deirdre pediu um cachorro que tendia a perder pelos, abraçou-o e esperou um longo tempo antes de soltá-lo. Sem entender o comportamento de Deirdre, a enfermeira a acompanhou de volta ao hospital.

Ao chegar à porta do quarto do décimo primeiro andar, a jovem respirou fundo algumas vezes, tentando controlar a adrenalina, e então entrou.

Kyran estava se preparando para comer e, quando viu Deirdre, seus olhos se tornaram gentis:

― Você voltou bem na hora. A janta acabou de ser servida! Tire o casaco, lave as mãos e vamos comer. ―

― Certo. ― Deirdre tirou o casaco de pelo de cachorro e o jogou no sofá. Então, foi para o banheiro. Ela apenas abriu a torneira e esperou um pouco. Depois disso, passou rapidamente as mãos na água e saiu.

― Deirdre, temos ovos mexidos e pimentão recheado com carne moída para o nosso jantar. O que você prefere? ―

― Gosto das duas coisas ― a jovem respondeu, tentando soar o mais naturalmente possível. Mas, ao dar dois passos à frente, franziu a testa e caiu no chão.

Kyran rapidamente a segurou em seus braços. Deirdre aproveitou o momento e o abraçou com força. Ela então respirou fundo e fechou os olhos enquanto seus lábios macios tremiam.

― O que houve de errado? ― Kyran libertou sua mão para perguntar com seu telefone.

Deirdre não soltou o abraço, enquanto respondia:

― Talvez seja porque fiquei muito tempo ao ar livre e me senti um pouco tonta, senão, não sei... ―

Kyran colocou a mão na testa dela. Ela não estava com febre.

― Dá próxima vez que for sair, se agasalhe melhor para não pegar um resfriado. ―

― Vou fazer isso. ―

Deirdre assentiu, soltou Kyran, procurou o sofá e se sentou. O homem entregou a comida e os talheres para Deirdre, que começou a comer lentamente, tentando fazer seu melhor para se alimentar, mesmo sem ter apetite. Durante todo o processo, prestou muita atenção na respiração e nas reações de Kyran. No entanto, até o final da refeição, o homem não tinha mostrado nenhum sinal de alergia.

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