Ciclo de Rancor romance Capítulo 437

Deirdre sentiu os ouvidos zunindo e ergueu a cabeça abruptamente. ‘Morrer? Quem está morrendo?Brendan?’

Seus olhos estavam cheios de descrença, e ela se levantou de seu assento, trêmula. Parecia que o ar era feito de agulhas, pois cada respiração que dava perfurava seus pulmões. Ela queria perguntar, mas as enfermeiras tinham terminado de fazer suas atividades e tinham entrado em quartos diferentes para checar seus pacientes.

Deirdre encostou-se na parede gelada sozinha e reviveu a conversa entre as enfermeiras repetidamente, em sua cabeça.

'Então, Brendan está morrendo?' A mente de Deirdre não conseguia processar aquela informação e ela pensou na aparição repentina de Madame Brighthall e no desespero que ouviu em sua voz, mais cedo, no restaurante.

Deirdre sentiu o peito apertar e se perguntou se tudo não poderia ser um grande mal-entendido. ‘Ou, pode até ser uma piada. Brendan está bem. Ele estava conversando no restaurante, agora mesmo. Como poderia estar à beira da morte?'

A porta do quarto se abriu e Kyran franziu as sobrancelhas quando encontrou Deirdre em pé, de cabeça baixa e com o rosto pálido.

Declan, que estava logo atrás dele, fechou a porta enquanto perguntava:

― Por que você está parada como uma estátua, Dee? Você não está cansada de ficar de pé? ―

Deirdre se recuperou de sua surpresa e suprimiu as dúvidas em seu coração. Ela sabia que não deveria se importar com o destino de Brendan porque não era da sua conta. Mesmo que estivesse morrendo de verdade, ele merecia pelas maldades que havia cometido. Respirando fundo, suprimiu sua última gota de agitação. Odiava o homem e esperava que assim, Brendan pagasse lentamente, por cada dia em que a fez sofrer.

― Não, só estou cansada... ― Ela se recompôs, balançou a cabeça e disse: ― Minhas pernas não estavam boas de tanto ficar sentada, então levantei para me mexer um pouco e acabei me perdendo em pensamentos. ―

― Ah sim. Eu estava supondo que você estava impaciente por esperar do lado de fora por muito tempo. ―

Deirdre sorriu e perguntou:

― Demorou um pouco, mesmo. Mas, e então? Como está a condição dele? Ele poderá se submeter à cirurgia naquele prazo de três dias? ―

― Ele está bem e apenas esperando os preparativos para a cirurgia. ― Declan disse: ― Mas, precisará se recuperar por mais um tempo, após a cirurgia. Então deve ficar bem. ―

Deirdre ficou aliviada ao ouvir isso:

― Ótimo então. ―

Kyran deu um tapinha em suas costas.

― Não fique se preocupando à toa. Você só precisa ficar tranquila e esperar que a lesão em seu rosto se recupere. Deixe todo o resto comigo. ―

― Combinado. ― Deirdre se apoiou nos braços de Kyran e fechou os olhos, em letargia.

Depois de algum tempo abraçados, a jovem arrumou a cama e se deitou para descansar. Apesar do peso que sentia na cabeça, adormeceu, mas desta vez sonhou com Brendan, de um jeito aterrorizante.

Era diferente de seu sonho habitual, que sempre se passava na mansão. Daquela vez, o sonho era ambientado no hospital. Sentindo o cheiro pungente de sangue, viu o homem segurando a grade da cama fracamente, com uma mão cobrindo o abdômen e o líquido rubro e viscoso escorrendo de seu ferimento. Deirdre abaixou a cabeça e viu a faca em sua mão. Ela jogou no chão como se o objeto estivesse quente. No entanto, ela sabia que tinha sido ela quem esfaqueou Brendan.

― Deirdre, sua assassina! ― disse Brendan, com os olhos vermelhos de raiva. ― Como você pode fazer isso? Para vingar sua mãe? Ela também só morreu por culpa sua! Eu vou morrer e não vou deixar você escapar! ―