Ciclo de Rancor romance Capítulo 444

Deirdre voltou para o quarto de Kyran e se enrolou na cama. depois de se esconder sob o cobertor. Ela percebeu que não conseguiria enfrentar Madame Brighthall se a encontrasse novamente. Se a mulher pedisse a ela para ver Brendan mais uma vez, se ela implorasse sem se importar com seu status e dignidade habituais, Deirdre não tinha tanta certeza de que conseguiria recusar, afinal, era uma pessoa muito empática.

Felizmente para ela, dois dias se passaram, sem muitos incidentes. No máximo, ela ouvia a conversa das enfermeiras, discutindo sobre a baixa chance de sobrevivência de Brendan, enquanto andava pelos corredores do hospital.

― Por que todos os gênios acabam morrendo jovens, não é? Ele é tão jovem e brilhante. Ainda era uma estrela em ascensão... Por que tinha que acontecer isso? ―

― Garota, havia muitas câmeras na porta quando cheguei para o trabalho agora a pouco. Alguém deve ter vazado a notícia para a imprensa, e muitos repórteres estão chegando. ―

― Jesus Cristo! Eles são abutres ou o quê? A cirurgia ainda nem terminou e esses idiotas já estão explorando a história, somente por dinheiro? ―

Deirdre não queria mais ouvir a conversa, mas quando foi se afastar, acabou esbarrando em um vaso de flores e foi amparada por uma mão firme, que logo disse:

― Bom dia ― o homem cumprimentou, com uma voz abafada e desconfiada, como se estivesse tentando fugir da atenção. ― Por acaso você sabe onde fica o quarto do senhor Brendan Brighthall? ―

Deirdre apertou os lábios e balançou a cabeça.

― Sinto muito, mas não sei. ―

A jovem tentou se afastar, mas esbarro no homem, mais uma vez. Pelo jeito, ele bloqueava o caminho dela.

― Tem certeza? O quarto do senhor Brighthall fica no mesmo andar em que você está, então você deve tê-lo visto, pelo menos uma vez ou outra, não é? Ouça, eu entendo. Todo informante precisa de um incentivo... um agradinho. Eu posso te dar isso, desde que você me forneça informações precisas! ―

Deirdre tinha certeza de que estava enfrentando um repórter agora. Aparentemente, nenhuma notícia poderia ser coletada na recepção do hospital, então agora eles tentavam utilizar métodos alternativos.

― Com licença, senhor. Eu sou uma mulher cega e você está invadindo meu espaço. Eu raramente saio do meu quarto, então não posso te ajudar. Por favor, pergunte a outra pessoa. ―

― Cega? ― O homem olhou nos olhos de Deirdre e percebeu como eles estavam vidrados e indiferentes. Ninguém teria notado a menos que prestassem muita atenção. ― Deus, me desculpe. ―

― Tudo bem, agora me dê licença. ― Ela assentiu levemente e tateou seu caminho através da parede.

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