Ciclo de Rancor romance Capítulo 704

― Se sente melhor? ― Brendan sorriu, seus olhos se estreitando com a visão. Então se curvou, pairando sobre ela, e gentilmente estendeu a mão na direção de Deirdre.

Ela deu um tapa na mão, enquanto a vergonha crescia para dominá-la. Tudo o que acontecera era extremamente embaraçoso, mas Brendan era tão profissional em beijar que nem mesmo sua raiva pode combater com qualquer retaliação. Entretanto, mais uma vez, quando decidiu falar com aquele monstro, sabia que tudo aquilo iria acontecer.

Então, apenas lutou contra a vergonha e cerrou as mãos:

― Por quê? Por que você está fazendo isso? Se Charlene souber... Ela não vai ficar feliz com isso! ―

O nome parecia ter evocado nuvens negras no olhar de Brendan que, impassível, respondeu:

― Você quer saber o por quê? Porque é isso que nós somos. Isso é o que todos os homens são. Só porque a amo não significa que vou me guardar para ela ou algo estúpido assim. Sempre posso me entregar à minha antiga companheira de cama se fizer isso pelas costas dela. ―

'Sua antigo companheiro de cama... ' Deirdre empalideceu com a ideia. Ela lançou um olhar de decepção para Brendan e se levantou:

― Esqueça... Eu nunca estive aqui. ―

Então ajeitou as roupas e começou a andar na direção da porta. Seus dedos estavam prestes a tocar a maçaneta quando Brendan falou:

― Então, você prefere deixar Kyran sofrer. ―

Deirdre congelou.

Brendan colocara um cigarro na boca e parecia que não estava com pressa de acendê-lo. Ele simplesmente olhou na direção da jovem, de forma evasiva.

Na verdade, Brendan havia mudado de ideia. Ele precisava que Deirdre acreditasse que ele estava colocando Kyran em uma situação comprometedora e o fazia voltar tarde para casa. Era a única maneira de impedir a investigação de Deirdre, que revelaria uma verdade ainda mais terrível. Além disso, se Deirdre já o odiava. Ela não podia odiar mais ainda.

Deirdre virou a cabeça bruscamente em sua direção, seus olhos estremecendo.

― Ora, ora... Foi você quem pediu por isso ― Brendan respondeu friamente, do jeito que ele havia projetado para ser sua persona. Então acendeu o cigarro. ― Desbloqueie meu contato do seu celular e fique na mansão com o telefone ao seu lado o tempo todo. Aguarde minha mensagem. Venha até mim sempre que eu quiser. ―

Os olhos de Deirdre estavam vermelhos:

― E o que acontece se eu fizer isso? Você vai deixá-lo em paz? ―

― Só quando eu finalmente estiver satisfeito. Agora desça e peça ao Sam que a leve para casa. ―

Deirdre voltou para o carro em um estupor quase catatônico. Ela não estava respondendo a nenhum dos chamados de Sam, até que finalmente, depois de engolir o nó na garganta, forçou um sorriso.

― V-você estava falando comigo, Sam? O que foi? ―

― Hum, chegamos. ―