Ciclo de Rancor romance Capítulo 773

Julia segurou o queixo com a palma da mão.

― Acabei enjoando de pedir comida, ugh! Claro, meu avô contratou uma cozinheira, mas a comida dela não é tão boa quanto a sua. Não há alegria em comer o que ela faz! Ela ainda tem o emprego porque meu avô me proíbe explicitamente de demitir as pessoas, só porque não fui com a cara delas. ―

Então, de repente, seus olhos brilharam e ela lançou um olhar muito significativo na direção de Deirdre.

― Espere um segundo. Por que você não se torna nossa nova cozinheira!? Diga seu preço! Aposto que o vovô vai pagar muito mais do que o salário de professora de piano. ―

A perspectiva tentou Deirdre, mas ela se lembrou de sua gravidez e descartou a ideia com um sorriso.

― Eu vou ter que recusar. ―

― Você vai recusar? Ah, não. Você está apenas guardando rancor de mim por ter sido um pouco desagradável com você quando começamos... Ah não! Quem diria que você poderia ser tão rancorosa, hein? Tudo bem... peço desculpas formalmente por ser uma pirralha e um pé no saco! Eu prometo que nunca mais direi algo desagradável para você! ― ela declarou. ― Mas, se isso não for suficiente, então vá em frente e me dê uma bronca. Eu aguento! ―

― Isso é um pouco extremo. ― Deirdre riu, divertida. ―Não é porque eu não gosto de você, Julia. É por alguns motivos pessoais. Uma vez que eu me acomode, porém, posso considerar isso. ―

― Ah, tudo bem então... ― Julia, de repente, falou lentamente. ― É por causa do seu namorado! ―

Deirdre foi pega de surpresa.

― Que namorado? ―

― Nem começa, com isso! ― Disse Julia, sorrindo timidamente. ― Eu vi com meus próprios olhos. Aquele cara que veio te levar para casa de bicicleta. Ele é bastante bonito, se é que posso dizer. ―

Deirdre não esperava que Julia se interessasse por esse tipo de coisa. Então, rindo, ela negou:

― Não, você está pensando demais. Ele é apenas um amigo. ―

― ‘Apenas um amigo’, ela disse! Responda-me, vocês estão morando juntos? ―

Deirdre assentiu com hesitação.

Julia bateu palmas de satisfação.

― Eu encerro meu caso. ―

Quanto mais Julia falava, mais animada ela ficava. Inversamente, Deirdre sentiu seu sangue gelar, como se estivesse se transformando em gelo.

Então, do lado de fora, ouviu uma voz que nunca poderia esquecer.

― Você não precisava mudar o dia da palestra por mim, professor Ward. Eu só queria fazer uma visita social, nada mais do que isso. ―

Aquela voz tranquila e estoica era inconfundivelmente de Brendan e o rosto de Deirdre ficou branco como papel. ‘Por quê? Qual a chance de isso ter acontecido!?’

Depois de tanto ter se esforçado para fugir, a única coisa que a separava de Brendan era uma parede e Deirdre tremia tanto que seus dedos caíram sobre as teclas do piano, fazendo um barulho feio.

O som atraiu a atenção de Brendan e ele se virou na direção do som. Então, o professor Ward explicou com uma risada:

― Oh, desculpe por isso. Minha neta está aprendendo piano. ―

― Oh. ― Brendan desviou a atenção e se sentou no sofá. ― Julia, né? Ela não estava aprendendo a pintar, da última vez que a vi? Quando ela tinha 12 anos, eu acho. Por que mudar para o piano agora? ―