Ciclo de Rancor romance Capítulo 83

‘Assim que Deirdre foi forçada a sair, ela deve ter ficado emocionada por finalmente me deixar e poder voltar para Sterling. No entanto, antes mesmo que pudesse alcançar o médico, ela foi sequestrada por uma máfia de escravização sexual.’

Brendan queria rir de desespero ou autoironia, mas seu peito estava abafado e dolorido. Independentemente de quão forte o vento fosse, não era tão frio quanto o frio em seu coração. Então, os lábios de Brendan tremeram de raiva. O sentimento se agitou dentro dele, tentando esmagá-lo.

― Brendan? Você está bem? ― Charlene não se sentiu bem ao olhar para o homem e perceber que ali havia um monstro. Ela se perguntou se a intenção de Deirdre, de partir, o havia atingido muito profundamente.

― Sim, eu estou bem. ― Brendan fechou os olhos e seu corpo deu uma leve estremecida. Depois de um tempo, quando reabriu, o sentimento neles havia desaparecido. Foi substituído por sua indiferença habitual e um olhar sem afeto ― Volte para a mansão. Está frio aqui fora. Você não quer ficar doente. ―

― Você não quer entrar comigo? ― Charlene sentiu seu calor e teve certeza de que Brendan ainda se importava com ela. Portanto, não pôde deixar de perguntar com uma voz tímida ― Já que Deirdre insiste em ir embora, por que você não a deixa ir? Você só deve a ela um par de olhos, no máximo. Mas, por que você se torturaria quando ela mesma não aprecia sua gentileza? Você ainda me tem aqui e estou esperando por você, Bren. ―

Ao dizer isso, Charlene corou e segurou uma mão de Brendan:

― Eu nunca te deixarei. ―

Talvez, Brendan tivesse passado muito tempo sob o vento frio e isso tenha entorpecido seu cérebro, pois no momento em que Charlene disse isso, sua mente se encheu de Deirdre. A jovem costumava dizer a mesma coisa. ‘Mas, agora, tudo o que ela queria era deixá-lo para trás e se engraçar com Sterling. Como o amor pode ser um sentimento tão barato?’ Brendan pensava enquanto divagava em seus pensamentos, mas voltando a si, o que ele disse foi:

― Apenas entre, Lena. Não vou quebrar a promessa que fiz à minha mãe. ―

― Bren... ―

― Entre. ― Brendan falou em tom monótono, mas essa era uma exigência irrefutável.

A expressão de Charlene tornou-se rígida:

― Eu vou voltar para casa e ver como sua mãe está. Cuide-se. ―

― Obrigado. ―

Quando Deirdre acordou e sentiu o cheiro familiar de éter, zombou de si mesma por estar de volta ao hospital. Em menos de um ano, já tinha sido internada mais vezes que todo o resto de sua vida.

― Senhora McQuenny, você está acordada? ― Sam estava sentado no sofá, cochilando. Mas, quando ouviu o movimento de Deirdre, levantou-se e perguntou apressadamente ― Você está com fome ou com sede? Gostaria de tomar um pouco de água? ―

― Por favor, eu aceito um copo de água. Muito obrigada. ―

― Claro! ― Sam entregou o copo para Deirdre.

A jovem bebeu metade do copo, sem mostrar nenhum sinal de tristeza, apesar da brutalidade dos motivos que a levaram até ali. Ela tinha sido expulsa de casa, drogada, quase estuprada e torturada por Brendan.

Sam se sentia muito mal por tudo que havia acontecido, então não pôde deixar de iniciar uma conversa, tentando confortar Deirdre:

― A quadrilha que sequestrou você foi pega e está na delegacia. Com certeza, eles pegarão um bom tempo de prisão, não se preocupe. O Senhor Brighthall disse que qualquer um que mexer com você não terá um bom fim! ―

Deirdre pareceu confusa por um momento antes de olhar para Sam e rir.

Sam coçou a cabeça sem jeito:

― Do que você está rindo? ―

Deirdre riu da fala de Sam, de que qualquer um que mexesse com ela não teria um bom fim. Ela se perguntou se Brendan deveria ser condenado, nesse caso?

O monstro não sabia que ela tinha ouvido o nome do mandante por trás dos eventos do dia anterior. Além de Brendan, quem mais iria tão longe para sequestrar uma feia cega e transformá-la em prostituta? Ela suspeitava que Brendan estava furioso apenas porque ela quase morrera. Afinal, como ele poderia permitir que seu 'animal de estimação' morresse, antes de ele se divertir o suficiente?

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