Enquanto isso, Madame Brighthall e Brendan terminaram a conversa particular e voltaram para a sala de estar.
Depois de ter alcançado seu objetivo, Charlene não planejava ficar mais tempo na mansão, por isso, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e disse:
― Já que vim na hora errada, vou deixar vocês em paz. Mas, venho visitar outro dia, madame. Até mais. ―
Sem saber como reagir, a matriarca apenas acenou, inquieta.
Charlene se afastou dois passos, antes de se virar e olhar para Brendan, com um olhar gentil:
― Espero por você, Bren. ―
O magnata olhou para Charlene sem nenhuma expressão no rosto e, fingindo não perceber a indiferença, a mulher sorriu e saiu. Mesmo com sua partida, a atmosfera da casa ficou estranha.
A matriarca foi quem primeiro quebrou o silêncio:
― E então, o que você achou do caldo, querida? Faz alguns anos que não cozinho pessoalmente, então não sei se minha habilidade culinária piorou. ―
Deirdre conteve as emoções em seus olhos, recuperou a compostura e respondeu:
― Eu achei muito delicioso. Eu gostei muito, madame Brighthall. ―
A matriarca sentiu que o termo 'Madame Brighthall' era muito frio e distante, então não pôde deixar de segurar as mãos de Deirdre e dizer:
― Se não se importa, pode se dirigir a mim como ‘tia’. Depois de dar à luz a criança, você pode se casar com Brendan e me chamar de sogra. ―
Deirdre forçou um sorriso e concordou com a cabeça, mas não tentou bajular a mulher.
Foi então que Brendan se aproximou e ocupou o lugar ao lado de Deirdre, enquanto a matriarca levava a panela com o caldo para a cozinha.
― O que Charlene disse para você? ―
Antes que Deirdre pudesse responder, Brendan disse:
― Na verdade, não importa. Não acredite em nada do que ela disse. É tudo mentira. ―
Deirdre sorriu e puxou as mãos para trás, antes que Brendan a tocasse. Então, sem mudar a expressão no rosto, disse:
― Como você pode ter tanta certeza de que tudo o que ela disse é mentira quando você nem sabe sobre o que conversamos? ―
Brendan franziu as sobrancelhas.
― Nada de bom vem de uma mulher como ela. ―
Deirdre achou o comentário ridículo e ergueu a cabeça para olhá-lo.
― Charlene disse que seus nomes ainda são o assunto mais falado em neve. Isso é verdade ou mentira? ―
― Eh... ― Brendan não queria admitir, mas não queria mentir.
Por sorte, a matriarca interrompeu a conversa, dizendo:
― Ei casalzinho, pare de flertar. As refeições vão ser servidas agora mesmo. ―
Madame Brighthall saiu da cozinha, acompanhada de duas criadas que traziam talheres e pratos.
Deirdre se ajeitou na cadeira, enquanto os pratos eram servidos.
Durante a refeição, madame Brighthall constantemente lembrava a Deirdre que deveria cuidar de si mesma e da saúde do filho. À noite, na hora de se despedir, se separou a contragosto de Deirdre e ficou olhando para o casal, até que entraram no carro e cruzaram os portões da mansão.
No trajeto de volta, Brendan puxou conversa, enquanto Deirdre se mantinha calma e neutra. Ela não se recusava a conversar, mas também não se entusiasmava. Na realidade, sua mente estava ocupada com o que Charlene havia dito, antes de partir.
Ela se perguntava o que Brendan pretendia, afinal, não parecia que sua rival tinha inventado aquelas informações, pois, pela arrogância no tom, Deirdre aprendia a diferencial quando Charlene mentia. Por isso ficava a dúvida, será que Brendan estava escondendo algo dela?
Como ela estava imersa em pensamentos, Brendan presumiu que ela ainda nos boatos, por isso explicou:
― Não fique com raiva. Eu realmente não refutei as notícias sobre mim e Charlene, mas não é por causa dela, eu tenho algo em mente. ―
Deirdre se recuperou da surpresa e lançou um olhar estreito.
― Se você não fez isso por ela, por que não se livrou dela hoje? ― Deirdre sorriu com indiferença.
Ela não se importava com as atitudes de Brendan, mas isso não significava que ela era uma tola. Se Brendan estava dizendo a verdade sobre não ter sentimentos por Charlene, por que deixava que ela fizesse comentários provocativos na casa de sua mãe?
Acreditando que Deirdre sentia algo maior do que desconfiança, Brendan a puxou para braços e estudou a expressão ligeiramente surpresa da mulher, então, com a voz carinhosa, perguntou:
― Você está com ciúme? ―
Deirdre ficou inexpressiva quando disse:
― Isso é possível? ―
Os olhos escuros de Brendan ficaram tristes. Então Deirdre se afastou e disse:
― Você deve entender muito bem o motivo de estarmos juntos. Foi você quem me obrigou a isso e é você quem quer a criança. Você deveria estar feliz com meu consentimento. Não sei se você realmente sente algo por mim ou se apenas me acha intrigante, mas não me importo. ―
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