Ciclo de Rancor romance Capítulo 860

Com um barulho alto, a tampa da lâmpada se espatifou no chão.

Lentamente, Brendan baixou o braço, que tinha um corte longo e estreito. O sangue jorrou, mas ele nem franziu a testa de tão surpreso que estava. Afinal, para Deirdre ter feito aquele ataque, seu ódio por ele deveria ter sido revivido. Ele até acreditava que Deirdre o empurraria pela varanda, assim como havia empurrado Charlene, se ela tivesse força para aquilo.

Madame Brighthall correu escada acima em direção a eles e, parada à porta, quando ela viu o braço sangrento do filho, assustou-se mas avançou.

― O que está acontecendo com vocês? Deirdre... Brendan... Mas que diabos! ―

O telefone de Brendan tocou e quando viu o chamador na tela, aceitou a chamada.

― Seu Brighthall. ― O tom de Sam soou sério. ― Você resolveu o problema do banquete? Você gostaria de vir? Charlene está... ―

― Tudo bem, estou saindo daqui. ―

Brendan desligou e se preparou para partir. O telefonema tinha interrompido Madame Brighthall, mas assim que a mulher se recuperou da surpresa, voltou a falar:

― Filho, onde você vai? Espera! Precisamos parar o sangramento do seu braço! ―

― A condição de Charlene não parece boa e vou ter que verificar. Talvez eu tenha que assinar um formulário em nome dela e autorizar o tratamento. ―

Madame Brighthall sabia que Brendan tinha que ir, mas não podia deixar de se preocupar.

― E o seu braço? ―

― Não é grande coisa ― disse Brendan, enquanto olhava para a ferida, para os vidros espalhados e para a jovem cheia de ódio intenso. ― O corte não foi tão profundo. Vou cuidar disso no hospital. ― Sem esperar resposta, Brendan saiu rapidamente.

Assim que ficaram sozinhas, Madame Brighthall se virou para Deirdre e seus olhos estavam cheios de emoções complexas.

― Deirdre... ― Então estendeu a mão para os restos do abajur na mão de Deirdre e disse: ― Isso é muito perigoso. Você pode, por favor, me dar? ―

Surpreendentemente, Deirdre não resistiu e entregou o objeto. Com os pés estalando os cacos de vidros pelo chão e com expressão serena, se sentou na cama.

Abaixando a cabeça, Madame Brighthall que os pés da jovem grávida sangravam, por mais que Deirdre parecesse não se importar com a dor. Então, sentindo-se triste, a matriarca chamou pelas criadas e pediu que limpassem o quarto e chamassem um médico.

Deirdre permaneceu quieta durante todo o tratamento de seus machucados. Ela estava tão quieta que não parecia um ser humano, mas um morto-vivo ou uma marionete.

― Deirdre, independente da condição, o mais importante para você é se cuidar. Por favor, lembre-se de que você é mais importante do que seu filho! ― Incapaz de esconder a preocupação, Madame Brighthall segurou a mão de Deirdre. ― Diga-me se você estiver infeliz. Se quiser sair daqui... eu ajudo você. ―

Um brilho diferente iluminou o olhar da jovem, quando se virou para a matriarca e perguntou:

― Você não me culpa? ―

― Pelo que eu poderia te culpar? ―

― Por trazer tantos problemas para os Brighthall empurrando Charlene pela varanda, na frente dos convidados, e por ter ferido Brendan. ― Deirdre riu de si mesma

― Eu te conheço muito bem e sei que algo deve ter acontecido para justificar cada uma de suas atitudes. Quanto ao meu filho, é culpa dele ter quebrado seu coração novamente depois de ter finalmente conseguido te trazer de volta. Sem falar que bater nele com um abajur foi até uma punição leve... você deve ter vontade de matar ele. ―

As palavras de Madame Brighthall comoveram Deirdre e ela ficou surpresa porque a matriarca tinha escolhido ficar ao seu lado, em vez de apoiar o filho, sem hesitação.

Ela começou a se perguntar por que uma pessoa razoável como Madame Brighthall teria um filho tão egoísta, cruel e implacável como Brendan. Bem, pelo menos Brendan era dedicado a Charlene. Por causa de Charlene, ele iria primeiro para o hospital, mesmo que seu braço estivesse machucado.

Deirdre considerou que, se não fosse pelo filho que gerava, Brendan a teria empurrado para os convidados e garantido que ela pagasse o preço.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor