Ciclo de Rancor romance Capítulo 909

Brendan beliscou a ponta do nariz como se estivesse tentando lutar contra o cansaço.

― Acabei cochilando na banheira. Qual o problema de vocês duas? ―

― Oh, não é nada ― Charlene sorriu. ― Eu estava apenas conversando com Deirdre. ―

― Conversando, essa hora? ― rosnou Deirdre, claramente sem humor para jogar junto. ― Não estou com vontade de me envolver em conversas que apodrecem o cérebro, no meio de uma noite gelada. Charlene, porém, passou alguns bons cinco minutos batendo na sua porta, tentando acordar a casa toda. ― Antes que alguém respondesse, a jovem entrou no quarto e bateu a porta.

Brendan voltou a atenção para Charlene. Seu rosto estava marcadamente desprovido de raiva, impaciência ou qualquer emoção. Ainda assim, sua atenção permaneceu no corpo da mulher, por muito mais tempo do que normalmente.

― Você não está com frio? ― ele finalmente comentou.

É claro que Charlene estava com frio, seu traje não cobria quase nada. Ela também não esperava que Brendan tomasse banho tão tarde da noite. Mas já que ele colocava dessa forma... Charlene não deixaria essa desculpa perfeita passar, deixaria?

Ela fingiu tremer e se inclinou para perto de Brendan.

― É verdade, agora que você mencionou... estou com muito frio, Bren. ― Ela balbuciou timidamente. ― Vou precisar de um pouco desse calor, no seu quarto. ―

Para sua maior alegria, Brendan não a afastou. Ele até parecia estar considerando a proposta dela. No final, porém, a afastou delicadamente.

― O quarto de Deirdre fica ao lado do meu e ela está grávida do meu filho. ―

Charlene levantou a cabeça e notou a carranca de um homem que tentava controlar seu desejo.

‘Sim! Ele estava definitivamente com vontade de me pegar! A única razão pela qual não me arrasta para seu quarto é a idiota. Droga, essa vadia sempre tem que me atrapalhar’ Na visão de Charlene, a resposta do magnata significava que, se os dois estivessem em algum lugar que Deirdre não pudesse ouvir, Brendan a faria pular em seu colo.

― Oh, entendi. Mas também sei que as pessoas têm necessidades. Deve ser difícil para você, certo? Se você está preocupado com Deirdre nos ouvindo, podemos sair? ― ela perguntou, timidamente.

A maioria dos membros da organização era acolhida quando jovem e, no máximo, três candidatos por ano eram selecionados em um grupo de milhares de praticantes de artes marciais e habilidades de combate. Os escolhidos podiam até trabalhar como guarda-costas pessoais no setor privado.

O ciúme de Charlene aumentou, mas de repente ela se lembrou do motivo mais prático para Brendan ter marcado tal encontro: ele estava preocupado com a segurança de seu filho.

Além disso, uma vez que ela se casasse com ele, ela se tornaria a dona da organização e teria todas as pessoas habilidosas à sua disposição.

Com esse pensamento, Charlene desceu as escadas languidamente, satisfeita.

― É difícil não sentir ciúmes do tratamento que você recebe, Deirdre! Você tem uma guarda-costas, apesar de estar em casa ― ela zombou. ― Estou começando a me perguntar se seu filhote é feito de ouro, para merecer proteção como essa. Embora eu meio que me pergunte... quem é a pessoa que a guarda-costas deve ficar de olho? ―

Deirdre nem levantou os olhos do café da manhã.

― Bom dia, para você também. Ela está aqui para te proteger de mim. Como você é muito talentosa em irritar as pessoas, Brendan ficou preocupado que eu te arremessasse de outra sacada. E desta vez, posso até garantir que seria de um lugar mais alto. ―