Ciclo de Rancor romance Capítulo 932

O olhar de Brendan se voltou para Charlene, como um holofote, enquanto ela continuava a soluçar.

― Se não fosse por aqueles jornalistas colocando meus pés no fogo, eu não teria forçado Deirdre a comparecer ao meu casamento, está bem? E você realmente acha que a presença dela vai ser, de alguma forma, benéfica para mim? Ela está grávida de um filho seu, Bren! Toda vez que lembro disso, me dói tanto! ―

Mesmo que o discurso de Charlene fosse acalorado, os olhos de Brendan emanavam impassibilidade e indiferença. Ele esperou até que ela terminasse de desabafar e entregou um lenço, para que a cobra secasse as lágrimas.

― Então, você não teve nada a ver com isso? ―

― É óbvio que não! ― Charlene enxugou as lágrimas.

― Certo. Eu acredito em você. ― O tom de Brendan suavizou.

Charlene abriu um sorriso aguado e começou a corrigir a maquiagem arruinada, enquanto Brendan se concentrava em dirigir.

― Bren, devemos... Devemos contar à Deirdre? Eu disse ao repórter que ela iria ao casamento... ―

Brendan assentiu, com impaciência.

― Agora que você já disse à mídia que isso vai acontecer, ela tem que estar lá, ou vai parecer que estávamos mentindo. ―

― Mas e se ela não quiser ir? ― Charlene abaixou os olhos. ― A última vez que a convidei, quando a vi no quintal, ela não concordou e até me derrubou no chão. Eu estava com tanto medo que simplesmente calei a boca. Se eu tivesse falado mais, ela ia acabar me dando uns chutes. ―

― Então, não fale com ela ― respondeu Brendan, apertando o volante com mais força. ― Deixa que eu faço isso. ―

Charlene assentiu gentilmente, enquanto tentava disfarçar a alegria em seus olhos. Tudo acontecia exatamente como havia planejado. Com Brendan sendo o mensageiro, Deirdre não seria capaz de rejeitar o convite.

-

Naquela noite, enquanto Charlene observava, Brendan entrou no quarto de Deirdre.

A jovem tinha acabado de tomar banho e se secar, então aproveitava de um tempo nua, deitada na cama. Mas, assim que ouviu a porta se abrir, se enfiou debaixo das cobertas, sem sucesso, visto que Brendan pôde vislumbrar as curvas de Deirdre. Ao fechar a porta, o magnata perguntou, em voz baixa:

― Isso foi intencional? ―

Deirdre tentou se livrar do magnata que, apenas se afastou, obediente, depois de apoiar o rosto contra a clavícula da jovem e respirar fundo.

― Pode não parecer, mas por mais que eu tente ser recatado, eu estou fervendo de desejo por você. Se você não tiver a intenção de ir até o final, não se arrisque a me provocar. ―

― Não posso fazer muito contra alguém que entra no meu quarto sem bater ― ela reclamou. Brendan deu uma última olhada lasciva na jovem ajeitando as roupas e sentiu uma chama acender em seu peito.

Entretanto, ele havia prometido que seria respeitoso e esperaria a vontade dela e era isso mesmo o que faria.

― Sinto muito, mas você terá que estar no casamento ― disse o magnata, sem rodeios.

Deirdre lançou um olhar de soslaio para ele, um pouco perplexa.

― Mas por quê? ― ela perguntou, franzindo a testa. ― Não é inapropriado que eu vá ao seu casamento? Quer dizer, ninguém quer que a primeira esposa atrapalhe o casamento. ―

― Sim, e você deveria ter ficado de fora disso... mas as coisas mudaram. ―