Ciclo de Rancor romance Capítulo 941

A mente de Charlene correu para tudo o que havia acontecido com ela no dia que deveria ter se tornado a senhora Brighthall, enquanto o medo, o pânico e a lividez a devastavam.

Mas não era hora de perder o controle. A cobra se lembrou de como Brendan fez o possível para manter a compostura e a defendeu, apesar de ter sido humilhado pela provação. Isso significava que ele ainda se importava com ela e tinha tanto cuidado e amor por ela que não suportava vê-la sofrer.

‘Eu tenho que fazer de tudo para manter esse homem!’

Se Brendan decidisse abandoná-la, aquelas pessoas com quem, em um momento de desespero, se sujeitara a trabalhar teriam menos reservas em castigá-la. Alguém cuja reputação fosse destruída, nunca mais conseguiria retornar para os altos círculos sociais.

Depois de avaliar os prós e os contras de suas opções, Charlene deu meia-volta e saiu.

A garçonete a observou se afastando e o sorriso presunçoso em seu rosto desapareceu. Solenemente, a moça disse:

― Ela foi embora, Dona McQueeny. ―

Deirdre esfregou os braços frios, por terem sido expostos ao ar condicionado.

― Ufa! Muito obrigada. ―

― Não precisa me agradecer! Tenho uma dívida pessoal com o Seu Brighthall. Então, honestamente, me juntar a um estratagema para enganar essa daí não foi nada. Inferno, eu ficaria feliz em jogar minha vida fora por ele! ―

Deirdre deu um sorriso enquanto sua mente repassava o incidente. Ela estava lá quando aconteceu, não no meio do grupo, mas escondida em um canto e tinha ouvido toda a conversa. Ela ouviu as pessoas direcionando seu ressentimento para Charlene, depois para o homem que conseguiram encontrar, levado para agravar a situação e, finalmente, Brendan limpando a bagunça com ‘a bondade de seu coração’.

Para ser honesta, Deirdre sentiu um pouco de satisfação presunçosa. Charlene era uma das pessoas responsáveis pelo cativeiro de sua mãe e, apesar de ninguém, jamais, merecer sofrer abuso sexual, a cobra só tinha caído na armadilha que ela mesma preparara para Deidre, ou seja, bumerangue, o que vai volta.

Depois que Brendan terminou de resolver as pontas soltas, voltou para o salão. Assim que abriu a porta, porém, Charlene jogou os braços em volta da cintura dele, tremendo.

― É impossível impedir que a notícia vaze, não é? Você deveria saber que alguém está tentando me arruinar! Se esse incidente for divulgado, cairá nas mãos desses conspiradores. Você me entende? Não poderei salvá-la, então não chore por eu ter abandonado você! ―

― Não! Não vai se espalhar! ― Charlene se levantou. ― Eles não vão espalhar a notícia! ―

Brendan lançou um olhar curioso.

― Como você pode ter certeza? ―

Charlene realmente não tinha ideia, ela só queria que ele não a deixasse, então diria qualquer coisa para impedir que Brendan a deixasse, ou seja, tudo o que poderia fazer era blefar. Hesitando e se engasgando, respondeu:

― Porque eles não têm provas de que isso aconteceu! Todo mundo que compareceu à nossa recepção era um dos nossos, certo? Claro que eles vão ficar de boca fechada. ―