Ciclo de Rancor romance Capítulo 966

― Quão estúpida você acha que eu sou, Charlene? Eu nem sei se o que você disse é verdade. Talvez você esteja dizendo a verdade ou talvez esteja apenas inventando coisas! Além disso, você mesma disse que me odeia. Por que me contaria alguma coisa que me beneficiaria? ―

O pânico surgiu e se instalou nos olhos de Charlene.

Deirdre tinha acertado em cheio. Charlene nunca planejara contar a verdade a ela. Se aquela informação fosse suficiente para impedir que fosse para a prisão, Charlene poderia continuar usando-a como alavanca contra Deirdre.

― Quem disse que eu não faria algo assim? Não é como se fosse algo útil para mim! ― Charlene vociferou. ― Eu vou te dizer tudo o que sei sobre seu pai se você fizer Bren me libertar da prisão o mais rápido possível. ―

Deirdre riu tão friamente que Charlene estremeceu.

― Lamento te desapontar. ―

O coração de Charlene disparou.

― O que isso deveria significar? Você está me dizendo que não se importa com seu próprio pai? Que você não se importa com o motivo pelo qual ele nunca veio vê-la? Não deseja saber onde ele está agora? ―

Deirdre brincou.

― É que você está muito errada em chamar qualquer homem de meu pai. Ele é apenas um cara que calhou de contribuir com metade de seus genes, no máximo. Ele não apareceu quando minha mãe e eu estávamos no ponto mais baixo da vida, não é? Veja, a partir do momento que ele nos abandonou, eu deixei de ter pai. ― Ela se levantou. ― Honestamente, em vez de esperar que isso seja uma vantagem de ouro contra mim, por que você não passa mais tempo se perguntando sobre sua vida na prisão? Talvez você possa passar pelo que eu passei. ―

Os olhos de Charlene se arregalaram e todas as cores foram drenadas de seu rosto.

'Deirdre acabou de dizer... que vou experimentar a mesma coisa que ela!?'

― Deirdre, sua vadia! Como você ousa! ― Charlene gritou enquanto se debatia na cama. ― Não vá embora agora, sua covarde! Se você ousar fazer alguma coisa contra mim, eu juro que ninguém nunca vai te contar porra nenhuma sobre seu pai! ―

Enquanto ouvia os protestos crescentes da cobra, Deirdre se levantou, respirou fundo e colocou a mão na maçaneta. Quando fechou a porta, atrás de si, seus dedos tremiam um pouco, mostrando nervosismo. Afinal, se houvesse alguma verdade nas palavras de Charlene, seu pai estava vivo, mas nunca procurou, nem a ela, nem à mãe. Vivo, mas as abandonou à adversidade e dificuldades na pobreza de Alnwick.

‘Mas, afinal, quem são esses inimigos de Brendan? O que eles estão procurando? O que pode ser tão importante que os levou a capturar minha mãe e a manter cativa por quatro anos?’ Os pensamentos corriam como um trem desgovernado e as sobrancelhas de Deirdre estavam franzidas.