Ciclo de Rancor romance Capítulo 999

― Puxa, Dee! Mas que cara é essa? Você não parece estar muito bem. É o frio? É por isso que eu disse para você trazer mais um agasalho além desse moletom fininho! Ainda bem que preparei esse casaco para você, hein? ― Engel resmungou preocupada, enquanto segurava as mãos de Deirdre nas suas, aquecendo-a.

Deirdre baixou os olhos enquanto uma guerra de sentimentos conflitantes assolava sua cabeça. Como ela deveria acreditar que a gentil governanta que conhecia há tanto tempo era uma infiltrada o tempo todo? Como ela podia aceitar que estava afeiçoada ao inimigo?

Deirdre podia sentir o cuidado desenfreado que parecia ser sincero. Então, por que a mesma mulher gentil trabalhava para aquelas pessoas para prejudicá-la?

Brendan puxou Deirdre em seus braços, em um gesto carinhoso. Foi então que a governanta reparou nele e exclamou:

― Senhor. Brighthall! Por que você trocou sua bata? ―

― Estou pronto para deixar o hospital. ―

― Você recebeu alta? Hoje? ― Engel ficou chocada. ― Mas o médico me disse que você vai ficar internado por mais uma semana. ―

― Sei como minha saúde se recuperou e tenho certeza de que não preciso de mais uma semana. Senhora Engel, por favor, ajude-me vendo se não esqueci nada no quarto, enquanto eu assino os papéis de alta. ―

― Ah... é? Sim, senhor. Agora mesmo! ―

Engel correu para o quarto de Brendan, enquanto Deirdre entrava no de Ophelia. Ela pretendia conversar um pouco com a mãe, antes de dizer que Brendan teria alta e que Ophelia poderia ficar.

Depois de muita conversa, ao contrário do que Deirdre esperava, Ophelia também decidiu que não precisava mais ficar internada e que Brendan partiria, junto com eles.

― A condição dele não deveria ser a mesma que a minha? Se ele está em forma, pronto para sair, então eu também estou. É tão chato aqui! ―

A angústia sombreou Deirdre. Brendan só estava saindo antes da data marcada para que Deirdre não ficasse sozinha com Engel.

― Mas, mãe! Você tem certeza de que está bem? ―

― Certeza absoluta ― respondeu a mulher, antes de lançar uma alfinetada em Deirdre. ― Devo admitir que estou sentindo um pouco de inveja aqui. Você parece se esquecer de que eu existo quando seu marido está por perto! Por quê? Você chegou aqui hoje e nem veio me ver, mas foi direto para o quarto dele! E agora que ele está saindo, você vai me deixar no hospital sozinha? Que tratamento é esse? ―

As bochechas de Deirdre queimaram um pouco.

― Eu... eu ia vir te visitar logo em seguida... foi isso que eu fiz, não foi? ―

― Meu Deus, olhe para você! Você parece frágil e doente, e é tudo culpa minha! Você salvou minha vida... e eu nem sei como retribuir... ―

― Você não precisa me retribuir por nada ― respondeu Brendan placidamente. Quando sua atenção se voltou para Deirdre, a ternura sombreou suas feições. ― Eu te devia isso. Você não teria sido sequestrada e mantida como refém por anos se não fosse por mim. ―

― Por favor. Não vamos falar sobre essas coisas tristes. Isso está tudo no passado. ― Ophelia não estava interessada em insistir no assunto.

Aproveitando o gancho, Deirdre começou um novo assunto e os três engataram outra conversa. Quando Engel finalmente terminou de verificar os quartos, o grupo foi trabalhar nos papéis de alta e voltou para a mansão.

Engel e Ophelia pareciam ser melhores amigas e, no banco de trás, conversavam sem parar desde o início da viagem. Mesmo quando chegaram à mansão, continuaram juntas, apimentando as tarefas domésticas com sua tagarelice.

Deirdre quis segui-las, mas Brendan a puxou pelo braço e a conduziu escada acima. Então fechou a porta atrás deles e disse:

― Temos informações sobre Southedge. ―

― Já? ― Deirdre ficou surpresa. Fazia apenas algumas horas que tinha falado sobre esse lugar com o magnata.