O Labirinto de Amor romance Capítulo 105

O meu pulso doía com a força que ele me segurava. Sua expressão ficou péssima.

- Você é igual a mim, Kaira. Você não pode negar, Guilherme não te ama, você sabe muito bem disso. - seu olhar pousou na minha barriga, sua voz ficando fria. - Essa criança não é tão maravilhosa como você imagina. Quanto à Esther, você sabe melhor do que eu, ela irá embora um dia. Por isso, você é uma ilha solitária como eu. Já que é assim, por que você não aceita ficar comigo? Posso te dar tudo que você quiser, tudo mesmo. Podemos formar uma família juntos e moraremos juntos em paz no Distrito de Esperança assim como antes, que tal?

Eu tentei tirar o meu pulso dolorido de sua mão, mas não adiantava. Franzi a testa e olhei para ele com dor, dizendo:

- Nathan, existem muitas pessoas que podem te acompanhar nessa vida além de mim, me deixe em paz, pode ser?

Ele sorriu secamente, tinha dor em seu rosto.

- Você não entende!

Eu entendia, sim. Pessoas solitárias e sombrias por dentro não eram capazes de se agarrar ao sol mesmo se o encontrassem. Ele não conseguia me deixar para trás não por amor, mas por achar que eu seria como a vovó, que não o abandonaria independente de quão chato ele virasse, nunca o expulsaria, e a casa no Distrito de Esperança sempre seria o seu lar.

Seu coração não tinha um pertencimento, e ele era solitário.

Minha nuca se arrepiou e eu me virei, me deparando com Guilherme em pé na porta exalando um ar frio enquanto olhava para nós dois.

Eu tirei meu pulso da sua mão e me afastei, isso era por instinto. Eu sabia que não precisava fazer isso, porque Guilherme nem deve se importar.

Mas isso era costume, não consigo mudar.

Nathan me disse:

- Vamos voltar! O túmulo da vovó está no 1º cemitério, se você estiver com saudades, pode ir dar uma olhada nela. - sua expressão ficava triste.

Eu parei por um instante antes de dizer a ele:

- Nathan, não podemos mais voltar para trás. Precisamos seguir em frente e olhar em frente, e não fique olhando para trás, porque além de sentir tristeza, não poderemos fazer nada.

As ruas do Distrito de Esperança, eu não tinha voltado mais desde que vovó faleceu. Eu sabia que eu estava sozinha nesse mundo. Era como uma folha sem a sua raiz, não importa como se debatesse, acabaria sendo recolhida pelos outros do chão e seria jogada no lixo.

Sem olhar mais para Nathan, entrei na mansão.

Duas semanas se passaram, mas aqui não mudou nada, tirando o fato de ter acrescentado umas flores, deixando o ambiente mais colorido.

Joana também parecia definhada. Assim, que me viu entrando com Guilherme logo atrás, ela sorriu:

- Vocês dois, hein, sumiram por duas semanas, essa casa já nem parece mais uma casa. - Ela deu uma pausa e suspirou. - Ainda bem que voltaram.

O clima estava quente, e eu me senti estressada de calor. Eu já não era de muitas palavras, e ainda estava com um pouco de sono, troquei poucas palavras com ela e fui para o quarto.

Guilherme seguiu atrás de mim. Eu não falei nada, apenas subi na cama e fechei meus olhos para dormir.

Achei que Guilherme fosse dizer alguma coisa, ou fosse ficar com raiva, mas ele se manteve em silêncio, o quarto estava mergulhado em silêncio.

Depois de alguns instantes, senti o colchão se afundando ao meu lado, e então fui puxada para o colo dele.

Logo, uma respiração leve e ritmada ressoou próximo ao meu ouvido, e eu adormeci junta a ele.

Era um cochilo de almoço, então dormir por mais ou menos uma hora antes de abrir os olhos. O rosto másculo de Guilherme entrou em meu campo de visão.

Eu não me mexi, apenas fiquei olhando para o seu rosto em silêncio.

Fazia quanto tempo que eu não o olhava assim?

De repente, seus olhos se abriram, e eu fiquei sem saber o que fazer.

- Acordou? - ele perguntou. Por ter acabado de acordar, a sua voz estava um pouco rouca. Levantou a mão e ajeitou meus fios caídos sobre a minha testa, e ficou me olhando em silêncio.

Senti um incômodo ao ser encarada assim por ele, então tossi em seco e me apoiei em um braço, preparando para me levantar. Mas ele me impediu segurando a minha cintura.

- Onde vai? - perguntou ele arqueando a sobrancelha.

- Só quero me levantar da cama. - eu disse tentando me mexer, mas ele me segurava firmemente. Eu estreitei os olhos. - Guilherme, tire a sua mão.

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