Violeta também não tinha ânimo para esperar Patrício voltar.
Após terminar rapidamente o café da manhã, ela marcou um horário com Ivonete Portela e foi diretamente ao Escritório de Advocacia Harmony.-
Ivonete já a aguardava havia algum tempo. Mal haviam se acomodado no sofá da sala de visitas, Ivonete expressou sua preocupação: "Você pensou bem? Vai mesmo se divorciar? E o que o Patrício disse sobre isso? Quando vocês se casaram…"
"Me ajude a redigir um acordo de divórcio, por favor. Não quero nada dos bens da Família Guerra, isso deve facilitar bastante o processo." Violeta respondeu.
O casamento dela com Patrício sempre fora resultado de um acordo verbal entre as famílias. Não importava o quanto ela tivesse gostado dele em segredo ao longo dos anos, esse sentimento nunca seria suficiente para sustentar o matrimônio.
Ela já deveria ter reconhecido isso há muito tempo.
Os olhos de Ivonete se arregalaram ainda mais: "Violeta, você enlouqueceu? Se você realmente quiser se divorciar, como sua amiga, eu te apoio. Mas sair de mãos abanando... Isso foi coisa do Patrício? Ele está ameaçando você para colocar a amante dentro de casa?
Ele não tem vergonha? Quem vive se enroscando com outras é ele, por que você deveria sair sem nada?
Olha, se quer minha opinião, você devia resistir. Afinal, seu título de Sra. Guerra tem valor legal. Se ele quiser trazer a amante para casa, vai ter que ceder."
"Não é ele." Violeta respondeu. "É uma decisão minha, Ivonete. Estou grávida. Não posso permitir que meu filho nasça e cresça em um ambiente desses."
Patrício era tão atencioso e carinhoso com Cecília, tão dedicado… Ela já tinha visto tudo isso o suficiente.
De jeito nenhum permitiria que seu filho viesse ao mundo apenas para presenciar um pai estampando manchetes de fofoca, uma mãe impotente e uma terceira pessoa invadindo a casa com arrogância.
Ela própria suportara uma vida assim por dezesseis anos e sabia o quanto era difícil. Não queria que seu bebê trilhasse o mesmo caminho.


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