NATÁLIA
— Eu vou morrer. — Falei seriamente.
Meus olhos arregalados encararam a marca no meu pescoço. Por um momento, esfreguei-a o mais forte que pude para tentar me livrar dela, idiotamente, mesmo sabendo que essa marca não estava gravada apenas no meu pescoço, mas na minha alma agora.
— Você não vai morrer. — Diana revirou os olhos, suspirando.
— NÃO! Aquele homem não é meu companheiro e ele me marcou... o que significa que eu vou morrer. — Engoli em seco.
Lágrimas encheram meus olhos depois de imaginar minha vida terminando por causa desse único erro.
Eu já ouvi muito sobre isso. Se alguém que não é seu companheiro te marcar sem seu consentimento, então você morre em vinte e quatro horas. Acontece de repente e você nem tem tempo de pensar em nada antes de desaparecer para sempre.
— Você não está ficando doente nem nada. Você não parece estar morrendo também. — Ana me inspecionou antes de chegar à sua própria conclusão.
— Vocês duas não estão nem um pouco preocupadas comigo? E se suas especulações forem completamente erradas e eu realmente morrer depois de vinte e quatro horas? — Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, traçando minhas bochechas e caindo do meu queixo.
Ana e Diana trocaram um olhar preocupado. Abriram as portas, e ambas saíram, vieram para o banco de trás para me abraçar dos dois lados.
— Você não vai morrer. Eu não vou deixar. — Ana sussurrou no meu ouvido, me consolando.
— O que diabos eu devo contar... continuar a falar para... para o Henrique agora? Que dormi com um estranho qualquer e ele me marcou e eu vou m…morrer? — Solucei, colocando as mãos no braço de Ana que estava ao redor dos meus ombros.
— Você não precisa contar nada a ele ainda. Precisamos resolver isso primeiro. — Diana suspirou pesadamente, dizendo em um tom estranhamente irritado.
— Quem era esse homem? Você realmente não sabe? — Ana se afastou, olhando para o meu rosto coberto de lágrimas.
Respirei fundo, lembrando do rosto dele, do corpo tatuado, do poder que ele emanava. Tudo era… memorável nele. Engoli em seco meus pensamentos estranhos e balancei a cabeça.
Diana limpou minhas lágrimas com as pontas dos dedos, me dando um olhar preocupado.
— Ele emanava uma aura de Alfa. E ele parecia velho – muito mais velho que nós. — Revelei.
O queixo de Diana caiu e Ana refletiu suas expressões surpresas.
— Você está vinculada a um Alfa? — Ana exclamou em admiração.
— Eu não estou vinculada a ele. Eu vou morrer. — Gritei, começando a chorar de novo.
— Eu não quero morrer. Não antes de conseguir minha loba pelo menos. A vida toda, esperei ter minha loba e agora, eu vou morrer? Isso parece tão injusto para mim. — Coloquei as mãos sobre o rosto, chorando de frustração.
— Por que você tem tanta certeza de que ele não é seu companheiro? — Diana suspirou pesadamente.
— Porque eu sou a companheira do Henrique! — Minha voz aumentou de volume.
— Por que vocês duas nunca acreditam nisso? Por que odeiam tanto o Henrique? — Resmunguei, limpando minhas bochechas.
Ana e Diana trocaram um de seus olhares misteriosos novamente.
— Parem de olhar uma para a outra e me digam o motivo, por favor! — Implorei.
— Natária. — Ana exalou suavemente. — Henrique acredita que você é a companheira dele. Ele pode estar enganado. Você não deveria acreditar nele a menos que sinta o vínculo você mesma.
— Você já se sentiu atraída por ele? Alguma vez sentiu qualquer tipo de faísca? Tenho certeza de que é possível sentir a conexão mesmo que não tenha uma loba. — Diana acrescentou em um tom estridente.
Passei os dedos pelo meu cabelo embaraçado, lembrando cada momento que passei com Henrique.
— É verdade que nunca senti qualquer tipo de conexão com ele, mas ele disse… eu sou a companheira dele e com certeza ele não estava mentindo para mim. — Rejeitei a ideia de que Henrique estava me enganando.
— Não estamos dizendo que ele estava mentindo. Estamos dizendo que ele pode estar enganado. — Ana e Diana trocaram aquele olhar sorrateiro novamente.
Olhei para as duas, uma por uma:
— Como alguém se engana sobre ser companheiro de alguém?
A pergunta deixou Diana e Ana sem palavras. Todas nos olhamos em completo silêncio.
— Sinto que vocês duas estão escondendo algo de mim. — Murmurei, esquecendo de tudo por um momento.
— Como era esse Alfa? — Ana mudou de assunto, abrindo a porta do carro e saindo.
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