Eu desisti da fuga com medo de ficar em alguma duna no meio daquela areiada toda eu fui pra minha tenda. Eu bem queria um banho, mais tinha que buscar a água lá fora, mais o cansaço falou mais alto, lembrei de quantas vezes lá no sitio não busquei água no balde pra tomar banho, e lá fui eu pegar a água. Fui fora da tenda, numa fogueira que eles mantinham a acesa que era para todos do acampamento. No quarto balde eu tinha certeza que era suficiente se não fosse iria ser aquela quantidade mesmo, como aquilo pesava e doía as costas, coitadinha da Mayla que pega esse balde, eu busquei quatro e estou morrendo de dor nas costas.
E estou eu lá pegando a água, e ouvi um barulho vindo de uma tenda, eu me abaixei e fiquei com o balde de água na mão, se ele vier pro meu lado vou tacar isso na cabeça do homem que está correndo. E pasmem não era o homem que impediu de fugir saindo da tenda. Aí quem aparece com um vaso na mão, toda esquisita a Mayla.
- A Mayla safada, saíndo com o esquisito, e nem me disse nada – ri sozinha - porque diria nos conhecemos hoje – Então quando me virei um homem estava ao meu lado.
- Falando sozinha senhora?
- Eu estava pensando alto.
- Espero que não queira fugir novamente.
- Não sou idiota – eu o fitei - Como você se chama e porque estou aqui?
- Helena não estou aqui para te dar respostas, estou aqui pra cuidar para que você não fuja. Tenho outras coisas pra fazer , boa noite – virou–se e foi embora.
- Eu hein só tem doido aqui.
E o estranho foi embora pra sua tenda, mais dessa vez observei homens ao redor do acampamento, com muitas armas será que eu estava correndo perigo. Enchi meu último balde de água e fui relaxar na banheira, tomei um banho demorado até esfriar a água, e o sentimento de saudades da minha família bateu forte, tanto tempo sem conversar, sem vê-los, eles devem estar pensando que estou com muito trabalho, por isso não liguei mais. Fui me deitar, naquela cama luxuosa em meio a um deserto gelado e chorei até secarem as minhas lágrimas, até meus olhos não agüentarem mais.
Eu sabia que era uma prisioneira de Rajj até meu contrato acabar, mais o pior de tudo e ser prisioneira de quem não conhecemos e se ao menos sabemos porque somos prisioneiros? No começo achei que logo sairia daquele acampamento mais os dias passaram e só o esquisito aparecia. O homem da fogueira.
- Precisa de alguma coisa Helena, você não sai da sua tenda. As ordens são para não sair do acampamento, mais você pode sair e andar um pouco por ai, ninguém vai fazer mal a você.
- Ah esquisito eu preciso sim é ir pra minha casa, ficar com minha família, viver minha vida, trabalhar e não ficar isolada no meio desse monte de areia.
- Helena eu sinto muito pela situação, mais quem manda em tudo não sou eu e também não gosto da situação.
As lágrimas caíram do meu rosto, num choro desesperado, eu queria ir embora, deixar tudo isso. Foi por minha família, pra que não perdessem o sitio que era do meu avó, era o sustento da família, não podia desistir. Mais ser prisioneira de quem não se conhece penso seria alguém que não gostasse do Rajj, por isso estou presa? Será que foram os rebeldes, mais o esquisito que não parecem ser rebelde.
Algum tempo atrás eu li sobre uma mulher que foi traficada, por rebeldes, ela se tornou uma escrava sexual, o relato dela era tão doloroso, ela dizia que tinha fazer sexo com mais de trinta homens por dia, ele são perversos acho eu que nem seres humanos são. Mais graças a Deus, isso não está acontecendo comigo, sou bem tratada, com mordomias tenho até uma dama de companhia, que está me saindo melhor que a encomenda.
A Mayla e o esquisito não me engana ali tem coisa. Esses dias entrei na cozinha de supetão e adivinhem. Dona Mayla e o esquisito tão pertinho que pareciam que iam pros finalmente, ela com a boca toda vermelha, porque as mulheres daqui sempre estão muito bem enfeitadas. Mayla me disse que aqui as mulheres têm sempre que estarem muito lindas e com muito ouro para demonstrar que o marido a ama e tem fortuna e eles dão muito ouro a elas. Essa história ainda vai longe.
Estava num sono tão bom, tudo era calmo, eu dormia naquela tenda como um anjo depois de noites mal dormidas, e o sonho com Rajj nos dois lá no sitio andando perto do lago, mais nem tudo na minha vida é perfeito. Mayla ao meu lado gritando que nos tínhamos que sair dali.
- O que aconteceu Mayla?
- Helena nos fugir porque homens vindo pra cá.
- Que homens Mayla?
- Rebeldes nos achou, temos que fugir ou mata nós - e entra o esquisito na minha tenda.
- Helena vamos, não temos tempo, corre.
O esquisito me pegou pelo braço e Mayla meio que chorava eu estava ficando com medo. Ele me levou pra tenda dele. E Mayla veio atrás apavorada.
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