Confundindo um empresário com um cafetão romance Capítulo 620

“Chega…”, Henrique interrompeu Ramalho. Este último abaixou a cabeça e não falou mais.

“Desculpe, falei demais.”

Ramalho se repreendeu. Sabia que suas palavras deviam ter doído no coração de Henrique como facas.

Se isso fosse em qualquer outro dia, Henrique já teria perdido a paciência há muito tempo. Mas naquele dia, permitiu que Ramalho terminasse.

Ele pretendia ajudar Henrique a perceber seu erro para evitar repeti-lo.

“Pensarei sobre isso”, suspirou Henrique. “O que está esperando? Me leve para dentro.”

“Sim, senhor”, Ramalho conduziu rapidamente a cadeira de rodas para dentro de casa. “O senhor está com fome? Devo pedir para as empregadas prepararem um mingau para o senhor?”

“Não precisa”, Henrique soou desanimado. “Não tenho apetite.”

“Antes de sairmos, a Sra. Bernardes me entregou um pequeno saco. Eram alguns bolinhos em cruz que as crianças gostam. Devo aquecê-los para o senhor?”, Ramalho perguntou timidamente.

“Sra. Bernardes?”, Henrique recordou. “Sim, a babá das crianças.”

“Ela costumava ser a empregada doméstica da família Ribeiro”, explicou Ramalho. “Dizem que quando era jovem, cuidou do pai da Sra. Ribeiro, e depois dela, e agora dos três filhos. Ela é como uma membro da família para a Sra. Ribeiro e seus filhos.”

“Entendi”, disse Henrique. “Uma solteirona disposta a cuidar de três gerações mesmo quando a família estava em ruínas. Isso mostra a lealdade da Sra. Bernardes e também a integridade dos Ribeiros.”

“Concordo”, Ramalho assentiu com um sorriso.

“Você deve ter ganhado algo daquele moleque para estar falando tão gentilmente em favor dele, não é mesmo?”, Henrique o repreendeu de repente, mudando de tom, “Você é um servo desleal!”

“Sr. Pereira, estou com a família Pereira há quatro gerações…”

“Cale-se!”, Henrique fulminou Ramalho. De repente, tocou o estômago e disse, “Estou com um pouco fome. Por que não aquece esses bolinhos?”