— Filha a febre não passa por nada... — Olhei para a minha tia Cassanda apenas assenti com a mão no queixo. Mais uma vez olhei para Alice na cama dormindo. — Eu não sei mais o que fazer tia, esse remédio não faz efeito.
Lamentou me olhando, levantei após tanto tempo sentada, a noite passou diante dos meus olhos. Senti a sua mão acaricia meu ombro, lhe olhei atrás de mim tentando me tranquilizar. — Eu não sei mais o que fazer tia, estou com medo, esse doutor não me diz o que ela realmente tem, não posso continuar assim. — Concordou me olhando. — Não posso te ajudar com dinheiro Liz, você sabe que se não fosse por você eu estaria na rua. — Segurei sua mão, acariciei, apesar de morar comigo se não fosse por minha tia, eu não teria nem mesmo como ir trabalhar.
— Eu sei tia, não estou lhe cobrando, apenas é um desabafo, pior que não posso faltar ao emprego tenho apenas dois meses ainda na experiência e a senhora Ivone parece me odiar, tenta de todas as formas dificultar meu trabalho. Sei que não tenho formação na area, mas... — Continou me olhando, apenas é uma maneira de expor meu desespero, não tenho ao que recorrer.
— Mamãe... mamãe... — A voz meio sonolenta me fez olhar para a cama, observei a minha pequena na cama, me olhando, seus olhinhos negros tão quebrados. — Alice? Alice meu amor como você está? Se sente melhor? — Balançou a cabeça que sim, sorri sentando na cama cheirei sua testa ainda quente, arrumei seus cabelos atrás da orelha.
— Não vai trabalhar hoje, mamãe? — Balancei a cabeça que sim, lamentei com os lábios. — A mamãe tem que ir filha, lembra que a mamãe prometeu que quando assinar a minha carteira irei te levar naquele parque? — Sorriu fraco dizendo que sim. — Pois é, pra que assinem a carteira da mamãe, ela não pode faltar minha vida.
Olhei para minha tia de pé, suspirei sentada, ainda tenho que me arrumar ir para o ponto de ônibus. Beijei a testa de Alice, sai do quarto desejando ficar agarrada a minha filha, mas preciso tanto deste emprego. Após estar vestida para ir a empresa, entrei mais uma vez no quarto, rapidamente beijei a testa das duas deixando a marca de batom vinho em ambas as testas. — Prometo trazer um doce quando voltar, querida.
Prometi da porta antes que meu lado super materno optasse por ficar. Sai de casa tentando conter as lágrimas para não perder a maquiagem, ser recepcionista na Luxos, é algo bom pelo menos com o sala´rios que promete após o período de experiência, poderei equilibrar um pouco as contas.
Cheguei ao ponto de ônibus com um pouco de dificuldade, já pensei um milhão de vezes na possibilidade de andar de sandália até o ônibus e troca para salto somente dentro dele, mas sempre esta tão lotado. Entrei mais uma vez no ônibus, fechei os olhos me segurando na barra para ir para frente e para trás, este é um dos horários mais lotados, diria o pior para ir.
Cheguei a Luxos faltando dez minutos para o horário, agradeci mentalmente por isso, passei pela porta de vidro que abre apenas ao estar diante dela. — Que Deus me livre e guarde de todo o mal. — Vi Amanda me olhar de cima a baixo. — Deveria pedir para que te dê um carro também, sua roupa esta toda amassada amiga.
Franzi o rosto olhando a mim mesma, passei a mão tentando dessamassar. — Se fosse somente a roupa resolveria, como esta sua filha? — Neguei ainda pecorrendo a mão pelo corpo, tentando desfazer os amassos na blusa. — Nada bem, a noite inteira a frebe indo e voltando, não soube se quer o que era deitar na cama, e você saiu com o Rodolfo?
Abriu um largo sorriso, dei com uma mão. — Não precisa nem responder, pelo visto teve baladinha, motel e muito romance. — Mordeu o lábio inferior fazendo que sim, com as duas mãos dando legal. — Nossa que animação! — Apenas sorriu vindo em minha direção. — Vem deixa que eu te ajudo com esta blusa. — Suspirei relutando comigo mesma, tentando melhorar a minha aparência.
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