POR Sophia Carson
Encontrar a pinta atrás da orelha de Seth, assim como a que meu chefe tinha, foi uma prova definitivamente indiscutível para o CEO, mas como eu sabia sobre a pinta atrás da orelha de meu chefe?
Isso é uma memória engraçada de se recordar.
Em uma de nossas viagens a trabalho, nos hospedamos por pouco tempo em um orfanato desalojado, e bastou uma noite, para quê Samuel contraísse piolhos do travesseiro deixado lá.
Quando voltamos, passei uma semana me certificando de que todos os piolhos haviam morrido. Algo que vou gravar pra sempre em minha mente, o dia em que meu CEO pareceu um mero mortal como eu.
Agora voltava minha atenção à situação ali, Samuel já estava quieto e pensativo até demais. Era estranho vê-lo tão quieto e sério. No geral, meu chefe mantinha uma postura confiante e debochada mesmo simplesmente lendo um contrato. Ele os analisava e corrigia cada vírgula se fosse preciso, pois odiava ambiguidades e se uma linha que fosse as possuísse, isto poderia dar uma brecha para o inimigo, então em de certo modo até o entendia.
No entanto, não era a leitura de algum contrato qualquer que perturbava sua mente, ele parecia estar lendo a si mesmo. Analisando e se interrogando sobre as opções. Com o intuito de tirá-lo do transe, balancei minha mão diante de seu nariz, a fim de chamar sua atenção.
— Ei? Tudo bem?
— Claro que não. Só tira ele da minha frente Sophia. — Seu tom ríspido me fez recuar um passo atrás.
Vi meu chefe sair por aquela porta, de olhos nublados, como se não enxergasse seu caminho.
Ele não voltou nas horas seguintes. E me perguntava que tipo de loucura que estaria passando por sua mente?
Antes que pudesse imaginar qualquer coisa, mensagens e e-mails chegavam em meu celular, se acumulando nas notificações. Eu tinha assinatura de vários jornais e revistas para sempre estar por dentro de tudo, mas ver a cara de Samuel estampado nas fotos juntas das manchetes, parecia um pesadelo.
Toquei em um vídeo e aninhei Seth em meus braços para eu poder assistir, mas não poderia imaginar que estava prestes a vê-lo assumir toda a bomba publicamente.
Em um dos vídeos, ele parou diante de todos e apontou para a tela uma foto em seu celular. A minha foto e a de Seth adormecidos na cama dele.
Além disso, expunha ser o pai do garoto e assumiu não saber sobre sua existência, mas que o assumiria depois de um teste final de DNA.
— Burrice. — Murmurei vendo e ouvindo aquilo.
Quando eu disse para contar a verdade, não era exatamente toda a verdade, ele só precisava dizer que era o pai e não que duvidava da paternidade.
Bati minha mão contra a testa e me fiz uma nota mental para que nunca mais voltasse a dizer as coisas de forma simplista a Samuel Heughan, pois já havia aprendido que ele leva tudo ao pé da letra.
Mais algumas horas com o bebê no escritório e um dos vigilantes noturnos bate à porta do escritório, me tirando de um possível cochilo.
Sou avisada de que as luzes serão apagadas e olho em meu relógio, antes de assentir para o rapaz, deixando subentendido que iria sair pronto.
Depois de pegar Seth adormecido em meus braços, agarrei minha bolsa e telefone. Iria pedir um Uber, porque claramente Heughan não voltaria à empresa.
Então a viagem de volta para o loft foi tranquila, mas tinha a mais perfeita consciência de que ao chegar lá, esta mesma tranquilidade se extinguiria.
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