De Volta para o Amor Perdido? Que Bobagem! romance Capítulo 249

Bernardo Rocha recolheu o celular com um sorriso zombeteiro nos lábios.

"Pai, a honra da nossa família Rocha está a salvo. Sua filha conquistou o primeiro lugar na competição, e agora seu nome ressoa por toda a arena", exclamou ele, triunfante.

"Mas você não disse que a Nanci estava em último?", indagou Carlos Rocha, confuso.

Com um sorriso malandro, Bernardo respondeu: "É a sua outra filha que trouxe a vitória para casa."

"Como assim, outra filha?", exclamou Carlos, incrédulo.

"Luciana Rocha, oras", piscou Bernardo, maliciosamente.

Carlos não pôde acreditar. "Luciana? Mas ela nunca correu de carro! Você está confundindo as coisas."

"Inocentemente, Bernardo contra-argumentou, "É a pura verdade. A primeira mulher pilota de Brasília, Luna, é ninguém menos que Luciana Rocha!"

"Como assim a pilota Luna é minha filha?"

Todos conheciam a Luna, claro. Quando ela adentrou o top dez das corridas internacionais, quebrou todos os recordes nacionais, revolucionando um esporte onde mulheres eram figura rara.

"Me lembro até hoje", Carlos rosnou, "há cinco anos, o carro de Luna, o Flama, foi vendido por uma fortuna! Foi um recorde de vendas naquele ano".

"Essa minha filha é um verdadeiro demônio da ingratidão", murmurou Carlos, "me escondeu o dinheiro da venda do carro!"

Já distante da conversa do pai, Bernardo notou a presença crescente de guardas.

Ayrton, outrora fiel escudeiro de Nanci, aproximou-se com notícias alarmantes. "Fui averiguar, e aparentemente a Nanci perdeu a razão. Ela colocou insetos em vários capacetes e sabotou o capô do Flama Celeste. As provas são contundentes. Ela será detida!"

Os presentes trocaram olhares chocados.

"Enlouqueceu de vez?", murmuraram eles.

"Somente ela para cometer tal idiotice", comentaram.

"Sabe de uma coisa, pai?", falou Bernardo ao telefone, "A polícia está vindo prender a sua filha."

*

O celular do policial tocou, e ele atendeu a ligação, ouvindo o relatório do colega do outro lado da linha.

Após desligar, o policial caminhou em direção a Leandro Ferreira.

Leandro ainda estava em confronto com Luciana Rocha. "Todos os outros pilotos já assinaram o acordo! Luciana Rocha, estou oferecendo dez milhões de reais de indenização, o suficiente para consertar o Flama Celeste!"

Leandro demonstrava impaciência; a sua ex-esposa era notoriamente difícil de lidar.

Os outros pilotos aceitaram a compensação e optaram pelo acordo, algo que Luciana já previa. Eles não queriam provocar o Grupo Ferreira, temendo enfrentar o capital.

Mas ela era diferente.

O médico, ao lado da cama, após revisar o relatório médico de Nanci, informou, "Senhorita Rocha, você não tem nada grave, já pode receber alta."

Nanci, porém, continuava a clamar, "Mas está doendo muito em mim!"

O médico olhou para ela sem saber o que fazer, "Mas o relatório indica que..."

"Você não tem ideia de como foi a queda da moto, como foi horrível! A dor que sinto, os equipamentos não conseguem detectar! Doutor, por favor, escreva no prontuário o que eu estou te dizendo!", ela insistiu.

"Não se pode simplesmente inventar um prontuário", respondeu o médico, inflexível.

Mas Nanci insistia, "Por favor, só me escute! Aqui e aqui está doendo muito!"

Ela sabia que, com Dudu gravemente ferido, precisava exagerar suas próprias dores para enfrentar Leandro Ferreira.

Pensando em Dudu, levado às pressas para a sala de emergência, o coração de Nanci acelerava. Na ambulância, o coração dele batia fracamente, e ao sair dela, suas pernas falharam e ela caiu.

Dona Letícia Ferreira chegou ao hospital rapidamente, sua face tomada pelo pânico.

Ela viu o policial de trânsito perto da recepção e apressou-se em perguntar, "Meu neto é Eduardo Ferreira, como ele está? Onde ele está agora?"

O policial informou, "Eduardo Ferreira está na sala de emergência e o estado dele é bastante grave."

Com dificuldade, o policial entregou um papel para Dona Letícia, dizendo, "Esta é a notificação de estado crítico."